avm educacional - cursos de pós, mba, licenciatura e ......pública gerencial: estratégia e...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
MUNICIPAL (IDHM) COMO IMPORTANTE FERRAMENTA DE
GESTÃO PÚBLICA
Por: Claudia Yuri Pereira de Sousa Tsukada
Orientador
Prof. Glória Jesus
Brasília
2016
ii
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
MUNICIPAL (IDHM) COMO IMPORTANTE FERRAMENTA DE
GESTÃO PÚBLICA
Monografia apresentada ao Instituto A Vez do
Mestre como requisito parcial para a obtenção do
título de especialista em Gestão Pública.
Orientador: Prof. Glória Jesus
Brasília
2016
iii
AGRADECIMENTOS
À minha linda família.
iv
RESUMO
A Gestão Pública tem por objetivo coordenar, planejar e executar processos de
ordem pública nas esferas federal, estadual ou municipal, visando o bem
comum da comunidade a que se destina. O presente trabalho intenta
apresentar como os resultados do IDHM podem ser utilizados enquanto
ferramenta de gestão nos municípios uma vez que os índices indicam, de
forma detalhada, em quais áreas existe maior deficiência e devem, portanto,
receber maior atenção. Especificamente no caso brasileiro, a administração
pública tem passado por mudanças ao longo das últimas décadas, sendo
possível verificar uma transição do antigo modelo burocrático de gestão, o qual
se baseava em valores como formalidade, impessoalidade e profissionalismo,
para um modelo de gestão caracterizado pela produtividade, orientação ao
serviço, descentralização e eficiência na prestação de serviços. Nesse sentido,
o IDH e o IDHM, elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, índices baseados na mensuração de aspectos econômicos,
culturais, políticos e sociais, utilizados para se quantificar o desenvolvimento
de determinada população, tem grande potencial de uso no campo da gestão
pública. O presente trabalho objetiva mostrar como o IDHM pode ser utilizado,
a partir da análise de municípios das cinco regiões geográficas brasileiras.
v
METODOLOGIA
Por ter como objeto de estudo o IDHM, esta monografia será
fundamentada em análises teóricas e comparativas entre os Índices de
Desenvolvimento Humano Municipal efetivamente encontrados para os
municípios brasileiros, não sendo realizadas pesquisas de campo. Além disso,
será feito um levantamento bibliográfico acerca de questões como gestão
pública, administração pública, IDH, IDHM, e demais temas que se mostrarem
pertinentes ao longo da investigação científica.
Dentre as obras que nortearão esta pesquisa, destacam-se
“Políticas Públicas: uma revisão da literatura”, de Celina Souza, “Administração
pública gerencial: estratégia e estrutura para um novo Estado”, de Luís Carlos
Pereira Bresser, “Avaliação de Políticas Públicas e democracia: questões para
debate”, de Maria Lourdes Gisi, e “O índice de desenvolvimento humano
municipal brasileiro”, da série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
(2013), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e
a Fundação João Pinheiro. Esta última referência bibliográfica será a de maior
importância para a presente investigação, uma vez que apresenta dados
atualizados a respeito do objeto central desta monografia.
A amostra da análise será composta pelos municípios brasileiros
que apresentaram maior crescimento relativo entre os anos 2001 e 2010,
definidos para cada grande região do país (Nordeste, Norte, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul), totalizando cinco municípios, a saber: Aroeiras do Itaim (Piauí),
Mateiros (Tocantins), Novo Santo Antônio (Mato Grosso), São João do Pacuí
(Minas Gerais) e Timbó Grande (Santa Catarina).
vi
LISTA DE IMAGENS
Imagem 1. Localização do município de Aroeiras do Itaim – PI.................19 Imagem 2. Localização do município de Mateiros – TO..............................21 Imagem 3. Localização do município de Novo Santo Antônio – MT..........22 Imagem 4. Localização do município de São João do Pacuí – MG............23 Imagem 5. Localização do município de Timbó Grande –SC......................25
vii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO CAPÍTULO I – Gestão Pública: uma breve introdução................................01 1.1. Como surgiu a Gestão Pública?.............................................................04 1.2. Gestão Pública no Brasil........................................................................06 CAPÍTULO II – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM: conceito e análise de sua evolução entre os anos 2001 e 2010 nos municípios brasileiros....................................................................................08 2.1. O que é IDH? .........................................................................................08 2.2. O que é IDHM?.......................................................................................10 2.3. O IDHM DE ALGUNS MUNICÍPIOS BRASILEIROS: crescimento relativo do índice no período 2000 – 2010....................................................................12 CAPÍTULO III – Utilização do IDHM como ferramenta de Gestão Pública: alguns exemplos.............................................................................................15 3.1. REGIÃO NORDESTE: Município de Aroeiras do Itaim – PI...................18 3.2. REGIÃO NORTE: Município de Mateiros – TO......................................,19 3.3. REGIÃO CENTRO-OESTE: Município de Novo Santo Antônio – MT....21 3.4. REGIÃO SUDESTE: Município de São João do Pacuí – MG.................23 3.5. REGIÃO SUL: Município de Timbó Grande – SC...................................24 CONCLUSÃO...................................................................................................27 BIBLIOGRAFIA................................................................................................29 ÍNDICE..............................................................................................................32 FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................................33
INTRODUÇÃO
A Gestão Pública, ou gestão de instituições públicas, tem como
objetivo coordenar, planejar e executar processos de ordem pública nas
esferas federal, estadual ou municipal, visando o bem comum da comunidade a
que se destina.
No Brasil, ao longo das últimas décadas tem se verificado um
esforço com relação à reforma da administração pública, visando substituir o
antigo modelo burocrático baseado na formalidade, na impessoalidade e no
profissionalismo, por um modelo calcado em valores como produtividade,
orientação ao serviço, descentralização e eficiência na prestação de serviços,
modelo frequentemente chamado de gerencialismo (SECCHI, 2009).
Uma das maneiras de otimização da gestão pública em escala
municipal é a realização do planejamento através do uso de resultados de
pesquisas e análises como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM), tema central do presente trabalho. A questão proposta é como seria a
melhor maneira de se utilizar os resultados do IDHM para realizar o
planejamento municipal visando o seu desenvolvimento.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal apresenta, de maneira
quantitativa, a situação dos municípios no que diz respeito à educação
(escolaridade), longevidade (expectativa de vida, que possui estreitas relações
com investimentos na área da saúde) e renda. Assim, o presente trabalho
intenta analisar de forma crítica como os resultados do IDHM podem ser
utilizados como ferramenta de gestão pelos gestores municipais para promover
o desenvolvimento dos municípios sob sua administração, uma vez que os
índices apontam, de forma detalhada, em quais áreas existe maior deficiência e
devem, portanto, receber maior atenção, e quais são as áreas que estão em
melhor condição.
A partir do exposto, o objetivo central da monografia é mostrar como
os resultados do IDHM podem ser utilizados como ferramenta de gestão
pública, utilizando a escala municipal para o estudo. Como objetivos
específicos, estão:
2
1) Comparar a evolução do IDHM de municípios brasileiros,
tomando como análise aqueles que tiveram maior crescimento
relativo entre as duas últimas apurações (anos 2001 e 2010);
2) Dentre o universo de análise delimitado no primeiro objetivo
específico, investigar qual dimensão foi o principal responsável
pelo crescimento do IDHM no período compreendido entre os
anos 2001 e 2010;
3) Apresentar como os resultados encontrados podem ser utilizados
pelo gestor municipal na elaboração de políticas públicas ou na
alocação dos recursos públicos para aqueles setores que menos
tiveram destaque no período analisado, como, por exemplo, a
ampliação da rede de saneamento básico ou o incentivo à
escolarização da população.
A hipótese do trabalho é apresentar como os resultados do IDHM
podem ser utilizados na gestão pública, partindo-se, nesta análise, dos
números relativos de crescimento do índice entre os anos 2001 e 2010.
Para tanto, a presente monografia foi dividida em três capítulos,
além desta breve introdução, da metodologia e das considerações finais.
No primeiro capítulo serão apresentados e discutidos os principais
conceitos de gestão pública, bem como de políticas públicas.
No segundo capítulo serão apresentadas as especificidades do
índice de Desenvolvimento Humano Municipal, perpassando a questão do que
é o Índice de Desenvolvimento Humano e qual a sua diferença com relação ao
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.
No terceiro capítulo será elencado como o IDHM pode ser utilizado
como ferramenta de gestão pública.
Por fim, algumas considerações a respeito do tema.
3
CAPÍTULO I
GESTÃO PÚBLICA: Uma breve introdução
Como mencionado na introdução deste trabalho, a Gestão Pública
tem como objetivo coordenar, planejar e executar processos de ordem pública
nas esferas federal, estadual ou municipal, visando o bem comum da
comunidade a que se destina.
Para entender o que é exatamente a gestão de instituições públicas,
primeiramente é preciso compreender o contexto no qual surgiu esse tipo de
gestão.
Segundo Motta (2007), um fator de semelhança entre a gestão
pública e a gestão privada pode ser verificado quando o referido autor observa
que a organização pública existe para servir os indivíduos, sendo necessário
conhecer as demandas da clientela – no caso, os cidadãos – para, assim,
poder planejar suas ações e/ou ofertas de serviços.
Neste mesmo sentido, Motta (2013) salienta que as empresas
privadas, incitadas pela concorrência diária, por pressões de mercado e
constantes revoluções tecnológicas, dependem diretamente de sua capacidade
de agir com rapidez e de introduzir modelos e/ou produtos inusitados no
mercado, sendo que
A área pública, por sua vez, está sujeita a normas fixadas em leis e decretos, não fácil ou imediatamente alteradas: dependem de novos consensos políticos para introduzir novidades. A Administração Pública carrega dificuldades para resolver com rapidez problemas da comunidade: inserir a eficiência privada com a possibilidade de êxito imediato resultou, em grande parte, em mera ilusão (MOTTA, 2013, p.85).
Com base no exposto, primeiramente é necessário entender o que é
a gestão pública para, em um segundo momento, estudar a sua eficiência em
determinados Estados e em determinados setores da economia. Cabe ressaltar
que gestão implica na execução de ações pré-determinadas, ações, estas, que
são peculiares a cada Estado e intrinsicamente relacionadas com o momento
histórico, sendo, portanto, unas espacial e temporalmente.
4
1.1. COMO SURGIU A GESTÃO PÚBLICA?
A política pública enquanto área do conhecimento surgiu nos
Estados Unidos, no meio acadêmico, sendo utilizada primeiramente como
ferramenta de decisões do governo a partir da Guerra Fria e se expandindo a
outras áreas da produção governamental, como a política social (SOUZA,
2006).
Aragão (1997) salienta que, a partir de então, a utilização dos
investimentos públicos também com propósitos estabilizadores auxiliou o
processo de expansão do aparelho burocrático do Estado, aumentando a base
fiscal e tributária do Estado a fim de garantir recursos para tornar a política não
mais apenas alocativa, mas também distributiva, a partir do fortalecimento do
Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), buscando compensar a desigual
distribuição de recursos de uma nação.
A ideia de que os ajustes estruturais poderiam ser promovidos pelo
Estado, a partir da redistribuição de recursos, não foi bem sucedida (crise do
welfare state) devido a fatores como mudanças demográficas, crise fiscal, da
sociedade e do trabalho, crise do padrão de acumulação e da organização da
produção (crise do fordismo), elementos elencados por Aragão no artigo
intitulado “Burocracia, eficiência e modelos de gestão pública: um ensaio”,
publicado na Revista Serviço Público, no ano de 1997.
Assim, nas décadas de 1970 e 1980 verificou-se um movimento
contrário à intervenção do Estado nas políticas públicas, passando-se para
uma tendência neoliberal, onde a solução para a estabilidade econômica seria
a intervenção mínima do Estado, acompanhando as novas mudanças nos
padrões de competição, tais como o novo paradigma tecnológico e a
intensificação do processo de globalização financeira.
Nesse sentido, no livro “Políticas públicas & desenvolvimento
regional”, os autores Máximo e Alves salientam que essa tendência à
minimização dos espaços de atuação do Estado “coloca, em evidência, a
eficiência exclusiva, do setor privado, tendo em vista sua dinâmica e agilidade
5
na gestão de seus interesses [...] inscrevendo-se o Estado no rol do atraso, da
lentidão e da ineficiência” (MAXIMO; ALVES, 2010, p.12).
Retomando a definição de política pública, não existe uma definição
exata para o termo “política pública”, podendo esta ser entendida como um
campo de estudo dentro da área política ou como um conjunto de ações do
governo para solucionar problemas, por exemplo. Todavia, as definições
parecem apontar para um mesmo caminho holístico da questão, a partir de
uma perspectiva de que
o todo é mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa destes fatores (SOUZA, 2006, p.25).
Com base em Theodor Lowi (1964; 1972), Souza (2006) destaca
que existem quatro formatos de políticas públicas que encontram diferentes
formas de apoio e rejeição: distributivas, regulatórias, redistributivas e
constitutivas.
O primeiro formato, que são as políticas distributivas, gera impactos
mais individuais do que globais ao privilegiar determinados grupos sociais ou
regiões em detrimento do todo. O segundo formato, composto por políticas
regulatórias, envolve grande burocracia, políticos e interesses, sendo bastante
visível aos olhos dos cidadãos. O terceiro formato destacado por Souza (2006)
é o modelo de políticas redistributivas, tais como o sistema tributário e
previdenciário, modelo que atinge um número maior de pessoas. Por fim, o
quarto e último formato seria composto pelas políticas constitutivas, as quais
lidam com procedimentos.
A partir das diversas definições de políticas públicas, Souza (2006,
p.36-37) destaca alguns elementos principais e comuns, a saber:
A política pública permite a distinção entre o que o governo pretende
fazer e o que, de fato, faz;
A política pública abrange vários atores e níveis de decisão, envolvendo,
além dos governos (participantes formais), participantes informais;
A política pública é abrangente e não se limita a leis e regras;
6
Constitui-se em uma ação intencional, com objetivos a serem
alcançados;
A política pública é uma política de longo prazo, embora tenha impactos
de curto prazo;
Por fim, as políticas públicas envolvem processos subsequentes à sua
decisão e proposição, implicando também em implementação, execução
e avaliação.
1.2. GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL
A modernização no modelo de gestão pública nos países
desenvolvidos se deu com base na administração privada, onde, “além de
ampliarem a importação de técnicas típicas da área privada, propõem sempre
com grande ênfase eliminação, privatização e terceirização de serviços”
(MOTTA, 2007, p. 93).
Especificamente no que tange ao caso brasileiro, a administração
pública do país tem passado por mudanças ao longo das últimas décadas,
sendo possível verificar uma transição do antigo modelo burocrático de gestão,
o qual se baseava em valores como formalidade, impessoalidade e
profissionalismo, para um modelo de gestão caracterizado pela produtividade,
orientação ao serviço, descentralização e eficiência na prestação de serviços.
Este novo modelo de gestão parte da premissa que “os cidadãos
são tratados como clientes, cujas necessidades devem ser satisfeitas pelo
serviço público” (SECHHI, 2009, p.363) e não mais como simples usuários dos
serviços públicos.
Essa mudança de ótica é importante porque, ao se tratar o cidadão
como cliente e não apenas como usuário, o objetivo passa a ser não apenas o
suprimento de uma necessidade, mas sim a prestação de um serviço de
qualidade para um cidadão que é um cliente que precisa e merece ter suas
necessidades atendidas.
Neste contexto, Motta (2007) discute a questão da administração
pública dentro de uma perspectiva crítica. O autor destaca que o personalismo
7
na administração pública tem sua origem na desigualdade social e se
desenvolve através de práticas de exclusão e de elitismo, sendo que a maioria
das pessoas que não ocupa cargos de gestão, tanto em empresas públicas
como em empresas privadas, enxerga um engessamento da situação de
subordinação à qual faz parte, julgando ser inútil qualquer iniciativa de mudar a
ordem social ou administrativa.
Neste mesmo sentido, Motta (2013, p.86) ressalta que “por maior que
seja a autonomia concedida a uma organização pública, a maioria de seus
dirigentes possui apenas um mínimo de poder sobre os órgãos que dirigem”.
Assim,
Segundo uma lógica da gestão moderna, o sistema administrativo pode parecer altamente irracional, mas para os grupos preferenciais que dele se servem representa um sistema lógico e altamente racional. Baseia-se em valores e práticas tradicionais: assenta grande parte do poder político no distanciamento autoritário, no paternalismo e no exercício da bondade (MOTTA, 2007, p. 91).
E prossegue afirmando que “pelo controle político, centralização
excessiva e paternalismo, a população brasileira aprendeu a conviver com a
submissão, a alienação e o descrédito em relação à administração pública"
(MOTTA, 2007, p. 91-92), o que autor denomina de síndrome nós-eles.
8
CAPÍTULO II
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
MUNICIPAL - IDHM: conceito e análise de sua evolução
entre os anos 2001 e 2010 nos municípios brasileiros
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), elaborados pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), são índices baseados na
mensuração de aspectos econômicos, culturais, políticos e sociais e são
utilizados para se quantificar o desenvolvimento de determinada população.
Assim, para explicar o que é o IDHM, faz-se necessário apresentar
brevemente o IDH, já que aquele é uma adaptação metodológica do IDH a
nível municipal, conforme mostrado no quadro abaixo, extraído do Atlas da
Vulnerabilidade Social do IPEA.
2.1. O QUE É O IDH?
O IDH foi publicado pela primeira vez no ano 1990 e seu cálculo
tinha como base o tripé PIB per capita (indicador de renda), longevidade
(indicador de saúde) e taxa de analfabetismo (indicador de educação). Os
números eram representativos de dois anos anteriores à divulgação da análise.
Assim, em 1990 o IDH retratou o cenário do ano 1988. Nesse sentido, Torres et
al. (2003) destacam que
9
A construção desse novo indicador de desenvolvimento reflete a estreita relação com os debates em torno da mensuração da qualidade de vida. A rigor, um indicador sobre esse tema se baseia na admissão de que a qualidade de vida não se resume à esfera econômica da experiência humana (TORRES et al., 2003, p.81).
Passados 20 anos, em 2010, o IDH sofreu algumas alterações. O
Produto Interno Bruto (PIB) per capita, por exemplo, foi substituído pela Renda
Nacional Bruta (RNB) per capita, a qual contabiliza a renda conquistada pelos
residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas
do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas
repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB apresenta um retrato mais preciso do
bem-estar econômico da população de um país (PNUD, 2010).
De maneira semelhante, o índice de educação também foi
modificado, com a substituição da taxa de analfabetismo pelo cálculo da média
de anos de estudo da população adulta (com idade igual ou superior a 25
anos).
Outra importante modificação é que a nova metodologia apresenta
dados referentes a projeções realizadas para o próprio ano. Assim, o IDH do
ano 2010 é calculado com base em projeções para este mesmo ano.
Mas, então, o que seria o desenvolvimento humano? Segundo o
Relatório de Desenvolvimento Humano 2010,
O desenvolvimento humano é a ampliação das liberdades das pessoas para que tenham vidas longas, saudáveis e criativas, para que antecipem outras metas que tenham razões para valorizar e para que se envolvam ativamente na definição equitativa e sustentável do desenvolvimento num planeta partilhado. As pessoas são, ao mesmo tempo, os beneficiários e os impulsores do desenvolvimento humano, tanto individualmente como em grupos (PNUD, 2010b, p.22).
A mensuração do IDH obedece a faixas de desenvolvimento que
variam a cada relatório, já que dependem do número de países envolvidos no
relatório e dos resultados máximo e mínimo encontrados nos países no ano de
mensuração, variando entre baixo, médio, alto e muito alto.
Por exemplo, até o ano 2000, os valores do IDH dos relatórios
compreendiam quatro intervalos de valores: de 0 até 0,499 (baixo IDH), de
10
0,500 até 0,799 (médio IDH), de 0,800 até 0,899 (alto IDH) e 0,900 até 1 (muito
alto IDH). Desse modo, podia-se ter um grande grupo de países considerados
de médio desenvolvimento humano e pouquíssimos no intervalo de 0,900 a 1,
considerados países de muito alto desenvolvimento humano.
Assim, no ano 2010, o Relatório de Desenvolvimento Humano
deixou de classificar o nível de desenvolvimento de acordo com valores fixos,
passando a utilizar uma classificação relativa a partir de uma metodologia que
levou em consideração a quantidade de países envolvidos na análise (169
países) e dividindo-se estes países em quatro quartis semelhantes: 42 países
no grupo de IDH baixo, 42 no de IDH médio, 42 no de alto e 43 países no
grupo de IDH mais elevado.
Assim, o quartil de países que apresentou maior IDH corresponde
aos países de desenvolvimento humano muito alto. O quartil seguinte
representa os de alto desenvolvimento. O terceiro quartil é o de países com
desenvolvimento médio e os 25% dos países restantes representa aqueles
países de mais baixo desenvolvimento humano.
2.2. O QUE É O IDHM?
Baseado na metodologia do IDH, o IDHM visa mensurar o
desenvolvimento econômico e social em uma escala menor que a levada em
consideração no IDH: a escala municipal.
Diferentemente do IDH, para o IDHM, foram estabelecidas cinco
faixas de desenvolvimento ao invés de quatro, a saber:
Muito baixo - entre 0,0 e 0,499;
Baixo - entre 0,500 e 0,599;
Médio - entre 0,600 e 0,699;
Alto - entre 0,700 e 0,799; e
Muito alto - entre 0,8000 e 1,0 (PNUD, 2013).
Aplicar uma metodologia similar ao IDH a área menores, no caso
municípios, mostra-se de extrema importância, uma vez que, de acordo com
Torres et al. (2003), indicadores construídos retratam valores agregados a
11
determinadas áreas, geralmente extensas, podendo encobrir importantes
desigualdades existentes no interior dessas áreas extensas, ou até mesmo
podendo encobrir situações de segregação. Assim, realizar a análise em menor
escala, como faz o IDHM, possibilita identificar com maior clareza tais
situações. Além disso,
[...] a demanda por novos índices parece ser parte de uma tendência dos governantes de tornar cada vez mais racionais os processos de tomadas de decisão. Soma-se a isso a maior utilização dos indicadores pela sociedade civil e pela mídia, que os utilizam para traçar um panorama da questão social nacional ou local (TORRES et al. 2003, p.82).
No estado de São Paulo, por exemplo, no ano 2000 foi elaborada
uma tipologia pela Fundação SEADE, denominada IPRS (Índice Paulista de
Responsabilidade Social), em um diálogo com o IDH das Nações Unidas,
incorporando algumas especificidades muito interessantes, tais como a
priorização de indicadores que produzem variações em períodos de 4 a 5 anos,
correspondendo, portanto, ao tempo de uma gestão governamental (Torres et
al, 2003). Segundo os autores, a criação dessa tipologia de municípios com
características em comum possibilita ao gestor identificar os principais
problemas econômicos e sociais dos municípios e refletir a respeito de quais
elementos levam determinados municípios a apresentarem melhores
resultados econômicos e sociais em relação aos demais municípios.
Importante destacar que, assim como ocorre com o IDH, não é
metodologicamente correto comparar os resultados obtidos do IDHM em anos
distintos, sendo possível somente realizar análises holísticas a partir dos
resultados encontrados em anos distintos, e não analisando os números
propriamente ditos, pois, apesar de avaliar as mesmas dimensões (saúde,
educação, renda), como mencionado acima, a metodologia utilizada para obter
as variáveis foi modificada na edição do IDHM já que ocorreram, também,
divisões municipais entre 2000 e 2010, passando de 5.507 municípios (ano
2000) para 5.565 municípios (ano 2010).
12
2.3. O IDHM DE ALGUNS MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
crescimento relativo do índice no período 2000 - 2010
Com base no exposto, a fim de encontrar os municípios que
apresentaram maior crescimento relativo (percentual) entre as apurações de
2001 e 2010 do IDHM, foi realizado o seguinte cálculo: tomou-se o IDHM do
ano 2010 dividido pelo IDHM de 2001, subtraiu-se 1 do resultado e multiplicou-
se por 100, conforme mostrado a seguir: 彫帖張暢 態待怠待彫帖張暢 態待待怠 伐 な 抜 などど.
Assim, o cenário encontrado consta no quadro a seguir. Importante
ressaltar que o cálculo supracitado foi realizado para todos os municípios, mas
que o quadro abaixo destaca os dez municípios de cada grande região
geográfica que apresentaram maior crescimento relativo.
13
Ranking de municípios com maior crescimento relativo de IDHM: 2001 - 2010 Ranking UF Município IDHM 2001 IDHM 2010 Cresc. Relativo
NO
RT
E
1 TO MATEIROS 0,282 0,607 115,13% 2 AC JORDÃO 0,223 0,469 110,53% 3 AC SANTA ROSA DO PURUS 0,277 0,517 86,59% 4 TO LAGOA DO TOCANTINS 0,317 0,579 82,84% 5 TO PARANÃ 0,334 0,595 78,25% 6 TO PALMEIRANTE 0,326 0,57 74,80% 7 AM PAUINI 0,287 0,496 72,70% 8 AM JAPURÁ 0,304 0,522 71,53% 9 AM TAPAUÁ 0,293 0,501 71,33%
10 AM MARAÃ 0,292 0,498 70,77%
NO
RD
ES
TE
1 PI AROEIRAS DO ITAIM 0,208 0,519 149,14% 2 PI GUARIBAS 0,214 0,508 137,66% 3 PI NOVO SANTO ANTÔNIO 0,245 0,528 115,17% 4 PI SÃO FRANCISCO DE ASSIS DO PIAUÍ 0,241 0,485 101,09% 5 PI DOM INOCÊNCIO 0,279 0,548 96,50% 6 PI CAMPO ALEGRE DO FIDALGO 0,278 0,537 93,09% 7 PI ACAUÃ 0,273 0,528 93,04% 8 PI WALL FERRAZ 0,282 0,544 92,99% 9 PI BELA VISTA DO PIAUÍ 0,3 0,576 91,93%
10 PI CAPITÃO GERVÁSIO OLIVEIRA 0,288 0,553 91,79%
CE
NT
RO
-OE
ST
E
1 MT NOVO SANTO ANTÔNIO 0,373 0,653 75,00% 2 GO BURITINÓPOLIS 0,433 0,704 62,47% 3 MT RONDOLÂNDIA 0,403 0,64 58,62% 4 MT CONQUISTA D'OESTE 0,456 0,718 57,43% 5 MT BOM JESUS DO ARAGUAIA 0,428 0,661 54,47% 6 MT COLNIZA 0,404 0,612 51,51% 7 MT NOVA BANDEIRANTES 0,435 0,65 49,52% 8 GO MIMOSO DE GOIÁS 0,445 0,665 49,25% 9 MT PORTO ESTRELA 0,404 0,599 48,30%
10 MT CONFRESA 0,451 0,668 48,15%
SU
DE
ST
E
1 MG São João do Pacuí 0,382 0,624 63,41% 2 MG Verdelândia 0,358 0,584 63,36% 3 MG Bonito de Minas 0,336 0,537 59,60% 4 MG Fruta de Leite 0,349 0,544 55,84% 5 MG Olhos-d'Água 0,406 0,626 54,13% 6 MG Santo Antônio do Retiro 0,375 0,57 51,95% 7 MG Indaiabira 0,402 0,61 51,72% 8 MG Franciscópolis 0,398 0,603 51,45% 9 MG Minas Novas 0,421 0,633 50,46%
10 MG Catuti 0,414 0,62 49,99%
SU
L
1 SC TIMBÓ GRANDE 0,452 0,659 45,68% 2 SC CALMON 0,427 0,622 45,55% 3 PR DOUTOR ULYSSES 0,378 0,546 44,73% 4 PR GOIOXIM 0,446 0,641 43,92% 5 SC CHAPADÃO DO LAGEADO 0,489 0,704 43,86% 6 RS JACUIZINHO 0,466 0,662 42,04% 7 PR MARQUINHO 0,433 0,614 41,84% 8 RS SÃO PEDRO DAS MISSÕES 0,471 0,665 41,11% 9 RS MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 0,462 0,65 40,69%
10 PR CORONEL DOMINGOS SOARES 0,426 0,6 40,64%
Fonte: PNUD / IPEA / FJP, 2013. Org.: autor.
14
De acordo com os dados, é possível perceber que as regiões nordeste
e norte apresentaram maiores taxas de crescimento relativo e que a região
sudeste apresentou o menor crescimento relativo.
Na região nordeste, por exemplo, o município de Aroeiras do Itaim,
no estado do Piauí, que no ano 2001 possuía IDHM muito baixo (0,208),
passou a apresentar índice de desenvolvimento baixo (0,519), denotando
crescimento de 149,14%. Já na Região Sul, que, de maneira geral, é uma
região com alto grau de desenvolvimento econômico e social, o município de
Timbó Grande, localizado em Santa Catarina, foi o que apresentou maior
crescimento relativo no IDHM no período analisado, denotando crescimento de
45, 68%, passando de 0,452 para 0,659.
Com base no exposto ao longo deste trabalho, tem-se que o uso de
indicadores pode ser de extrema utilidade à gestão pública pois:
Entre outras coisas, as estatísticas constituem instrumento importante para: desenvolver melhor as políticas sociais, permitindo o acompanhamento e a evolução dos processos; aumentar o consenso social sobre as difíceis escolhas diante do sempre presente constrangimento dos recursos; revelar e criar responsabilidades dos diferentes atores envolvidos nesses processos; e incluir na agenda de políticas sociais temas muitas vezes negligenciados no campo de ação de determinada política setorial (como a questão racial, por exemplo) (TORRES et al., 2003, p.80).
Assim, o gestor de um município que não apresentou grande
desenvolvimento ao longo de determinado período pode buscar subsídios e
modelos junto a aqueles municípios que mais cresceram ao longo do mesmo
período, visando desenvolver políticas públicas similares que promovam seu
desenvolvimento econômico e social.
Além disso, é possível perceber qual(is) setor(es) apresentou(aram)
melhor desempenho no período e quais foram aqueles que não se destacaram
tanto, buscando dar continuidade ao trabalho que apresentou bons resultados
assim como buscar desenvolver aqueles setores que não cresceram tanto
assim.
15
CAPÍTULO III
UTILIZAÇÃO DO IDHM COMO FERRAMENTA DE
GESTÃO PÚBLICA: alguns exemplos
Como mostrado no capítulo anterior, através da análise dos
resultados do IDHM, é possível destacar os indicadores que apresentaram
melhor desempenho no IDHM e aqueles que impactaram negativamente sobre
o índice, intentando incentivar a continuidade da estratégia adotada nas áreas
de destaque (longevidade e renda, por exemplo) e buscando desenvolver
aquele indicador que “freou” o avanço do município em termos de IDHM (que,
no caso exemplificado, seria o IDHM Educação).
Com relação aos resultados alcançados pelos municípios, Conto et
al (2008), salientam que
No setor público, o alcance de metas e objetivos relacionados a prestação de serviços à comunidade só pode ser avaliado com base em indicadores, tais como a eficiência, eficácia, legalidade, economicidade e satisfação do usuário. Nesse sentido, o resultado econômico é o melhor indicador/medida de eficácia, sendo que o desempenho dos gestores pode ser avaliado pelo resultado” (CONTO et al, 2008).
Concordando com os autores, justamente pelo fato do resultado
econômico ser um importante indicador de eficácia é que o uso do IDHM pode
ser um importante instrumento de gestão pública, no sentido de ser um dos
alicerces para a elaboração de projetos de desenvolvimento local.
O relatório Atlas do Desenvolvimento Humano Municipal Brasileiro
(2013, p.43) mostrou que, apesar dos municípios brasileiros terem apresentado
um bom desenvolvimento ao longo dos últimos anos, quando se observa que
em 1991, mais de 85% dos municípios brasileiros encontravam-se na faixa de
Muito Baixo Desenvolvimento Humano, que no ano 2000 esse número caiu
para pouco mais de 70% e em 2010 apenas 25% dos municípios brasileiros
estavam nessa faixa de mais baixo desenvolvimento, nota-se que o
desenvolvimento no país ainda é bastante desigual.
16
O relatório apresenta dados que mostram que a Região Sul
concentra a maior proporção (65%) de municípios com Alto Desenvolvimento
Humano, seguida da Região Sudeste, onde cerca de 52% dos municípios
estão na faixa de Alto IDHM. Além disso, verificou-se que nas Regiões Norte e
Centro-Oeste, a maior parte dos municípios possui médio IDHM (50% e 57%,
respectivamente).
Analisando-se cada um dos elementos que compõem o índice, o
documento elaborado pelo PNUD/IPEA destaca que, na questão da
longevidade, que seria a oportunidade de se ter uma vida longa e saudável, “a
expectativa de vida ao nascer indica o número médio de anos que as pessoas
viveriam a partir do nascimento, mantidos os padrões verificados no ano de
referência” (PNUD/IPEA, 2013, p.46). E no documento é ressaltado que
A promoção do desenvolvimento humano requer, em primeiro lugar, que sejam garantidas às pessoas oportunidades reais de viver uma vida longa e saudável. Essas garantias incluem a criação e a manutenção de um ambiente saudável, e o acesso a tratamentos de saúde de qualidade, evitando a exposição a doenças (PNUD/IPEA, 2013, p.46).
Com relação à Educação, a metodologia adotada no referido
documento atenta para o fato de que a educação precisa ser pensada olhando
para o futuro, já que “o acesso a conhecimento é fundamental para expandir as
escolhas das pessoas. É assim determinante para o bem-estar e essencial
para o exercício das liberdades individuais” (PNUD/IPEA, 2013, p.60).
Este indicador leva em consideração a escolaridade das pessoas
adultas (percentual de pessoas com 18 anos ou mais com Ensino Fundamental
Completo), uma vez que reflete o funcionamento do sistema educacional em
anos passados e considera que a população brasileira deveria ter concluído
este ciclo de ensino, e também leva em consideração o fluxo escolar da
população jovem, já que acompanha a população em quatro momentos de sua
formação escolar: ingresso no sistema educacional (percentual de crianças de
5 a 6 anos frequentando a escola), finalização do primeiro ciclo do Ensino
Fundamental (percentual de jovens de 11 a 13 anos frequentando anos finais
do Ensino Fundamental - 5º ao 9º ano), conclusão do Ensino Fundamental
(percentual de jovens de 15 a 17 anos com Ensino Fundamental completo) e
17
conclusão do Ensino Médio (percentual de jovens de 18 a 20 anos com Ensino
Médio completo).
Em 1991 e 2000, os indicadores de educação nas regiões Norte e
Nordeste do país eram muito baixos, o que não mais aconteceu no ano 2010,
quando se verificou que significativa parte dos municípios daquelas regiões
cresceu em termos relativos acima da média nacional, apesar da concentração
dos municípios com maior IDHM Educação ainda estar na região Centro-Sul,
em contraste com municípios das regiões Norte e Nordeste do país, com
destaque para Melgaço no Pará, que apresentou o pior índice nacional de
educação, Chaves, também no Pará, e Atalaia do Norte e Itamarati, ambas no
estado do Amazonas (PNUD/IPEA, 2013).
Por fim, tem-se o IDHM Renda. Esse componente do índice leva em
consideração que “o acesso a necessidades básicas de forma a assegurar um
padrão de vida digno é medido pela renda municipal mensal per capita”, sendo
esta indicada pela “capacidade média de aquisição de bens e serviços por
parte dos habitantes do município” (PNUD/IPEA, 2013, p.74).
Neste indicador, entre os anos 2000 e 2010, verificou-se “um
crescimento bem acentuado, corroborando ara o avanço do IDHM Renda nos
municípios da região. Por outro lado, apenas 277 municípios do país, ou 5%
deles, apresentaram crescimento muito abaixo da média” (PNUD/IPEA, 2013,
p.76).
Com base no que foi exposto, tomou-se como metodologia de
análise o ranking de crescimento relativo do IDHM, realizado no Capítulo 2,
para apresentar como o IDHM pode ser utilizado enquanto ferramenta de
gestão pública. Assim, o critério de seleção dos municípios a serem analisados
foi o maior crescimento relativo do Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal no período compreendido entre os anos 2001 e 2010.
A intenção foi mostrar, com base nos dados encontrados para o ano
2010, que os resultados do IDHM podem ser utilizados para a implementação
de políticas públicas diferenciadas nos municípios a partir de incentivos em
áreas específicas, como educação, saneamento básico, saúde, entre outros.
18
Para tanto, serão apresentadas algumas das principais
características dos municípios que denotaram maior crescimento relativo entre
as apurações de 2001 e 2010, os quais estão listados no quadro a seguir:
Região UF Município IDHM 2001 IDHM 2010 Cresc. Relativo NORDESTE PI AROEIRAS DO ITAIM 0, 208 0, 519 149,14%
NORTE TO MATEIROS 0, 282 0, 607 115,13% CENTRO-OESTE MT NOVO SANTO ANTÔNIO 0,373 0,653 75,00%
SUDESTE MG São João do Pacuí 0,382 0,624 63,41% SUL SC TIMBÓ GRANDE 0,452 0,659 45,68%
3.1. REGIÃO NORDESTE: Município de Aroeiras do Itaim – PI
O estado do Piauí, situado na Região Nordeste do país, está dividido
em 224 municípios, dentre os quais, Aroeiras do Itaim (Imagem 1), que se
localiza na mesorregião do sudeste piauiense, na microrregião de Picos. Até o
ano de 1.999, o município de Aroeiras do Itaim era um distrito do município
Picos.
Com uma área de 257,162 km², a população estimada pelo IBGE
para o ano 2015 era de 2.460 habitantes, sendo que sua densidade
demográfica é bastante baixa (9,49 hab/km²).
De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal, o
município de Aroeiras do Itaim está na faixa de Desenvolvimento Humano
Baixo (IDHM entre 0,500 e 0,599), sendo que a dimensão que mais contribui
para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,738, seguida de
Renda, com índice de 0,502, e de Educação, com índice de 0,378. Ou seja, na
apuração do ano 2010, é possível perceber que o índice Educação do
município é o que demanda maior atenção, apesar de entre 2000 e 2010 esta
dimensão ter crescido em termos absolutos 0,377.
Entre os anos 2000 e 2010, a esperança de vida ao nascer no
município cresceu 6,3 anos, passando de 62,9 anos, em 2000, para 69,3 anos,
em 2010.
19
Imagem 1. Localização do município de Aroeiras do Itaim - PI Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aroeiras_do_Itaim
Importante destacar que, apesar de Aroeiras do Itaim ter
apresentado um crescimento no IDHM de 149,14% entre os anos de 2001 e
2010, passando de 0,208 para 0,519 pontos no índice, o município ocupou, em
2010, a 5461ª posição no ranking de municípios brasileiros segundo o IDHM,
ranking composto por 5.565 municípios. Isso denota que, apesar do
significativo avanço, o município ainda é um dos menos desenvolvidos no país
em termos de desenvolvimento humano.
20
3.2. REGIÃO NORTE: Município de Mateiros – TO
Com uma área de 9.681, 657 km², o município de Mateiros (Imagem
2) é um dos 139 municípios que compõem o estado de Tocantins. Localizado
na região leste do estado de Tocantins, até o ano de 1990 era um distrito do
município de Ponte Alta do Norte, quando então foi elevado à categoria de
município.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população estimada do município em 2015 era de 2.524
habitantes, denotando uma baixíssima densidade demográfica de 0,23
habitantes por quilômetro quadrado.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Municipal,
Mateiros está na faixa de municípios com Médio IDHM, sendo que a dimensão
que mais contribui para o índice é a Longevidade (0,823), seguido da Renda e
Educação, com 0,586 e 0,463, respectivamente.
Como mostrado no capítulo anterior, o IDHM do município cresceu,
entre 2001 e 2010, 115,13%, passando de 0,282 para 0,607. Apesar desse
notável crescimento, o município ocupou a 3.984ª posição no ranking de
municípios brasileiros segundo o IDHM em 2010.
Importante destacar que, segundo dados do referido relatório, entre
os anos de 2000 e 2010, a mortalidade infantil do município, sendo esta a
mortalidade de crianças com menos de um ano de idade, passou de 32,2/mil
nascidos vivos para 15,3/mil nascidos vivos. Além disso, na última década a
esperança de vida ao nascer aumentou 5,9 anos no município, passando de
68,5 anos em 2000 para 74,4 anos em 2010, ao passo que, atualmente no
Brasil, a esperança de vida ao nascer é de 73,9 anos.
21
Imagem 2. Localização do município de Mateiros - TO Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mateiros
3.3. REGIÃO CENTRO-OESTE: Município de Novo Santo
Antônio – MT
O município de Novo Santo Antônio, localizado na microrregião do
médio Araguaia, na porção leste do estado de Mato Grosso e região central do
país, possui uma área de 4.368,459 Km² e uma população de 2.129 habitantes.
22
Imagem 3. Localização do município de Novo Santo Antônio - MT Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Santo_Ant%C3%B4nio_(Mato_Grosso)
De acordo com dados do Atlas do Desenvolvimento Humano
Municipal, a dimensão que mais contribui para o IDHM do município é
Longevidade, com índice de 0,829, seguida de Renda, com índice de 0,640, e
de Educação, com índice de 0,526.
A mortalidade infantil passou de 22,4/mil nascidos vivos no ano 2000
para 15,8/mil nascidos vivos, em 2010 e a esperança de vida ao nascer passou
de 67,5 para 73,9 anos no mesmo período.
O município de Novo Santo Antônio ocupou a 3.055ª posição entre
os 5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM no ano 2010.
23
3.4. REGIÃO SUDESTE: Município de São João do Pacuí – MG
Situado no estado de Minas Gerais, São João do Pacuí é um
município pequeno, tanto em termos populacionais (4.200 habitantes) como em
extensão territorial (460,462 km²). Situado na microrregião de Montes Claros, o
município está na faixa de médio IDHM, sendo que a dimensão que mais
contribui para o IDHM é Longevidade (0,798), seguida de Renda (0,606) e de
Educação (0,504) (PNUD/IPEA, 2013).
Imagem 4. Localização do município de São João do Pacuí - MG Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_do_Pacu%C3%AD
24
Entre os anos 2000 e 2010, a mortalidade de crianças com menos
de um ano de idade no município passou de 39,1 por mil nascidos vivos para
18,8 por mil nascidos vivos, e a esperança de vida ao nascer cresceu 6,0 anos,
passando de 66,8 anos para 72,9 anos.
São João do Pacuí ocupou, no ano 2010, a 3587ª posição entre os
5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM.
3.5. REGIÃO SUL: Município de Timbó Grande – SC
Segundo dados do IBGE, o município de Timbó Grande, localizado
na Região Metropolitana do Contestado, Microrregião de Canoinhas, no
planalto norte catarinense, possui 7.632 habitantes que ocupam uma área de
598,473 km² e está na faixa de municípios com médio IDHM.
25
Imagem 5. Localização do município de Timbó Grande -SC Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Timb%C3%B3_Grande
Segundo o referido documento, a mortalidade infantil no município
passou de 33,1 por mil nascidos vivos, no ano 2000, para 16,8 por mil nascidos
vivos, em 2010, e a esperança de vida ao nascer passou de 68,1 anos para
72,9 anos, denotando crescimento de 4,8 anos entre os anos 2000 e 2010.
Por fim, no ranking de IDHM dos municípios brasileiros, Timbó
Grande ocupou a 2.924ª posição no ano2010.
De acordo com dados do relatório elaborado pelo PNUD/IPEA,
2013), assim como nos demais municípios, a dimensão que mais contribui para
26
o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,798, seguida de Renda
(0,634) e de Educação (0,565).
27
CONCLUSÃO
Como mostrado ao logo do trabalho, a Gestão Pública, ou gestão de
instituições públicas, tem como objetivo coordenar, planejar e executar
processos de ordem pública nas esferas federal, estadual ou municipal, sendo
que uma das ferramentas a se utilizar com vistas à otimização da gestão
pública em escala municipal é a realização do planejamento através do uso de
resultados de pesquisas e análises como o IDHM, índice capaz de mensurar o
desenvolvimento econômico e social de determinado lugar a partir da
parametrização de alguns resultados relativos a educação, expectativa de vida
e renda.
No segundo capítulo foi discutido, ainda que brevemente, os
elementos que compõem cada item do IDHM e foi calculado o crescimento
relativo do índice para todos os municípios brasileiros, tendo como base as
apurações realizadas em 2001 e 2010. A partir dessa análise, tomou-se como
amostra para a pesquisa o município de cada grande região geográfica que
apresentou maior crescimento relativo no período, totalizado cinco municípios
representativos das regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a
saber: Aroeiras do Itaim (PI), Mateiros (TO), Novo Santo Antônio (MT), São
João do Pacuí (MG) e Timbó Grande (SC).
A partir da seleção dos municípios que compuseram o objeto de
estudo, foram apresentadas algumas características de cada um dos
municípios, bem como sua localização geográfica dentro do país. O intuito era
mostrar qual indicador dentro do IDHM teve maior peso sobre o índice no ano
2010.
Foi constatado que em todos os cinco municípios analisados
(Aroeiras do Itaim, no estado do Piauí, Mateiros, em Tocantins, Novo Santo
Antonio, em mato Grosso, São João do Pacuí, em Minas Gerais e Timbó
Grane, em Santa Catarina), a Longevidade foi o indicador que teve maior
representatividade no índice do ano 2010, sendo que a expectativa de vida
(esperança de vida ao nascer) passou de 62,9 anos para 69,3 anos em 2010
no município de Aroeiras do Itaim, de 68,5 anos para 74,4 anos, no município
28
de Mateiros, de 67,5 para 73,9 anos em Novo Santo Antônio, de 66,8 anos
para 72,9 anos em São João do Pacuí, e de 68,1 anos para 72,9 anos em
Timbó Grande.
A partir dessa análise, foi possível perceber que, uma vez que a
longevidade foi o elemento dentro do Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal que teve maior relevância no ano 2010, fica evidente que as
estratégias adotadas no sentido de promover a melhoria na qualidade de vida,
como saneamento básico e saúde, por exemplo, foram bastante acertados
pelos municípios, uma vez que impactam diretamente sobre a expectativa de
vida da população.
Além disso, foi possível perceber que em todos os cinco municípios
analisados (Aroeiras do Itaim, Mateiros, Novo Santo Antônio, São João do
Pacuí e Timbó Grande) a dimensão Educação foi a que teve menos
significância no tripé do índice, sendo necessário, portanto, dar maior atenção
à dimensão educação para que os municípios aumentem ainda mais seu IDHM
nas próximas mensurações.
29
BIBLIOGRAFIA
ARAGÃO, Cecília Vescovi. Burocracia, eficiência e modelos de gestão pública: um ensaio. Revista Serviço Público, ano 48, n.3, set-de-1997. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/handle/1/1334/1997%20vol.48%2cn.3%20Arag%c3%a3o.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 04 jun 2016. Aroeiras do Itaim. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Aroeiras _do_Itaim > Acesso em: 02 jul 2016. Aroeiras do Itaim. Disponível em: < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/ perfil_m/aroeiras-do-itaim_pi > Acesso em: 08 jul 2016. CONTO, Angelita Adriane de; GALANTE, Celso; OENNING, Vilmar. Mensuração da eficácia na gestão de recursos públicos. In: Congresso Brasileiro de Contabilidade 18, CFC, Gramado, RS, 2008. Disponível em: http://congressocfc.org.br/hotsite/trabalhos_1/335.pdf Acesso em: 04 jun 2016. GISI, Maria Lourdes. Avaliação de Políticas Públicas e democracia: questões para debate. Disponível em: < http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0376.pdf > Acesso em: LOPES, José Rogério. Políticas Públicas e processos sociais e de exclusão: contribuições ao enfrentamento da pobreza urbana na contemporaneidade. P. 21-52. In: MAXIMO, Carlos Alberto; ALVES, Cecília Pescatore (Orgs). Políticas públicas & desenvolvimento regional. Campina Grande: EDUEPB, 2010. Mateiros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Mateiros > Acesso em: 02 jul 2016. Mateiros. Disponível em: < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/ mateiros_to … Acesso em: 10 jul 2016. MAXIMO, Carlos Alberto; ALVES, Cecília Pescatore (Orgs). Políticas públicas & desenvolvimento regional. Campina Grande: EDUEPB, 2010. MOTTA, Paulo Roberto. A modernização da administração pública brasileira nos últimos 40 anos. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro , v. 41, n. spe, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?Script =sci_arttext&pid=S0034-76122007000700006&lng=en&nrm=isso >. Acesso em: 27 Mar 2014. MOTTA, Paulo Roberto de Mendonça. O estado da arte da gestão pública. Rev. adm. empres. [online]. 2013, vol.53, n.1, pp. 82-90. ISSN 0034-7590.
30
Novo Santo Antonio. Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Santo_ Ant%C3%B4nio_(Mato_Grosso > Acesso em: 02 jul 2016. Novo Santo Antonio. Disponível em < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/ perfil_m /novo-santo-antonio_mt > Acesso em: 05 jul 2016. PEREIRA-BRESSER, Luís Carlos. Administração Pública Gerencial: estratégia e estrutura para um novo Estado. Brasília: MARE/ENAP, 1996. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atlas Brasil 2013. Disponível em: < http://www.pnud.org.br/IDH/Atlas2013.aspx?indice Accordion=1&li=li_Atlas2013 > Acesso em 12 abr 2014. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Fundação João Pinheiro (FJP) (Org). O índice de desenvolvimento humano municipal brasileiro. Brasília: 2013. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório de Desenvolvimento Humano 2010. Edição do 20º Aniversário. 2010b, 253 p. Disponível para download em: < http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr 2010/chapters/pt/ >. Acesso em: 06 mai 2015. São João do Pacuí. Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3 %A3o_Jo%C3%A3o_do_Pacu%C3%AD > Acesso em: 02 jul 2016. São João do Pacuí. Disponível em < http://www.atlasbrasil.org.br/2013 /pt/perfil_m/sao-joao-do-pacui_mg > Acesso em: 05 jul 2016. SECCHI, Leonardo. Modelos organizacionais e reformas da administração pública. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v.43, n.2, Abr 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122009000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 26 Mar 2014. SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. In: Sociologias. Porto Alegre, n.16, Dez 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16 > Acesso em: 07 abr 2014. TASSARA, Eda; ARDANS, Omar; BATISTA, Vanessa. PIMENTA, Participação e Políticas Públicas: para a produção de territórios mais igualitários. P.161-170. In: MAXIMO, Carlos Alberto; ALVES, Cecília Pescatore (Orgs). Políticas públicas & desenvolvimento regional. Campina Grande: EDUEPB, 2010. Timbó Grande. Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/Timb%C3%B3_ Grande >. Acesso em: 02 jul 2016. Timbó Grande. Disponível em < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil _m/timbo-grande_sc > Acesso em 08 jul 2016.
31
TORRES, Haroldo da Gama; FERREIRA, Maria Paula; DINI, Nádia Pinheiro. Indicadores sociais: por que construir novos indicadores como o IPRS. São Paulo Perspec., São Paulo , v. 17, n. 3-4, p. 80-90, Dec. 2003 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000300009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 jan 2016. TSUKADA, Claudia Y. P. S. Os efeitos da expansão do setor sucroalcooleiro sobre o desenvolvimento de municípios da Região Administrativa de Marília-SP. 2011. 180p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2011.
32
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO............................................................................................ii AGRADECIMENTOS.........................................................................................iii RESUMO.............................................................................................................v METODOLOGIA.................................................................................................vi LISTA DE IMAGENS..........................................................................................vii INTRODUÇÃO..................................................................................................01 CAPÍTULO I – Gestão Pública: uma breve introdução....................................03 CAPÍTULO II – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM: conceito e análise de sua evolução entre os anos 2001 e 2010 nos municípios brasileiros...........................................................................................................08 CAPÍTULO III – Utilização do IDHM como ferramenta de Gestão Pública: alguns exemplos................................................................................................15 CONCLUSÃO....................................................................................................27 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................29 ÍNDICE...............................................................................................................32 FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................33