astronomia e astrof´+¢sica parte 001
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Capıtulo 12
Leis de Kepler generalizadas
A lei da gravitacao universal, que relaciona a forca entre duas massas M em, separadas por ~r, derivada por Newton e dada por:
~F = −GMm
r2~r
r
y’
x’
z’
z
x
yr
m
m
M
M
rr
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12.1 Equacao do movimento
Vamos utilizar a nomenclatura:
d~r
dt≡ ~v ≡ ~r
d2~r
dt2≡ ~a ≡ ~r
Na verdade, qualquer que seja a variavel x,
x ≡ dx
dt
Da lei da gravitacao de Newton se pode derivar as leis de Kepler. Apli-cando-se a lei da gravitacao e a segunda lei do movimento (~F = m · ~r),temos:
m~rm = −GMm
r3~r,
e pela lei da acao e reacao,
M~rM = GMm
r3~r,
onde~r = ~rm − ~rM ,
e ~rm e ~rM sao os vetores posicao de m e M com relacao a um sistema inercial.Essas equacoes podem ser escritas como:
~rm = −GMr3
~r,
~rM =Gm
r3~r.
Subtraindo-se essas duas equacoes:
~r = −G(M +m)r3
~r.
Definindo-se µ = G(m+M), podemos escrever:
~r +µ
r3~r = 0. (1)
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Essa e a equacao diferencial vetorial do movimento relativo de dois corpos. Asolucao dessa equacao nos da a orbita relativa dos corpos (planeta, cometa,satelite, etc). Em princıpio, a solucao descreve como o raio vetor ~r variacom o tempo, mas sua solucao nao e simples. Como a equacao e diferencialvetorial de segunda ordem, isto e, envolve segunda derivada de vetores, pre-cisamos de seis constantes para obter a solucao. Por exemplo, se soubermosa posicao tridimensional e a velocidade de um planeta num certo tempo,poderemos calcular sua posicao e velocidade em qualquer outro tempo.
Nossa solucao envolve demonstrar que a conservacao da energia e domomentum angular sao consequencias das leis de Newton.
12.2 Conservacao da energia total do sistema
Multiplicando-se a equacao (1) escalarmente por ~r temos:
~r · ~r +µ
r3~r · ~r = 0.
Como ~v = ~r e ~v = ~r, temos:
~v · ~v +µ
r3~r · ~r = 0.
Seja α o angulo entre o raio vetor e a velocidade:
~r · ~r = r v cosα
~r · ~r = v v cos(−α)
Tendo em vista que cos(−α) = cos α, e ainda que:
d
dt
(v2
2
)= v v,
ed
dt
(µr
)= −µr
r2r
r= −µrr
r3,
entao:d
dt
(12v2 − µ
r
)= 0,
de onde se conclui, imediatamente, que:12v2 − µ
r= ε = constante, (2)
12v2 − G(m+M)
r= ε = constante,
que e a equacao de energia do sistema (ε = energia por unidade de massa).
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12.3 Conservacao do momentum angular
Multiplicando-se vetorialmente a equacao de movimento (1) por ~r pela es-querda, temos:
~r × ~r +µ
r3~r × ~r = 0.
Como ~r × ~r ≡ 0, temos~r × ~r = 0.
Masd
dt(~r × ~r) = ~r × ~r + ~r × ~r.
Como ~r × ~r ≡ 0, a equacao acima implica
d
dt(~r × ~r) = 0,
ou o termo entre parenteses deve ser uma constante, que vamos chamar demomentum angular, ~h:
(~r × ~r) = ~h = constante. (3)
Essa e a lei da conservacao do momentum angular. h e o momentum angularpor unidade de massa. Note que ~h, o vetor momentum angular, e sempreperpendicular ao movimento, por sua definicao (3).
12.4 Primeira lei de Kepler: Lei das orbitas
Multiplicando-se vetorialmente a equacao (1) por ~h:
~r × ~h =µ
r3(~h× ~r) (4)
ja levando-se em conta que: ~a×~b = −~b× ~a. A parte da direita de (4) podeser escrita como:
µ
r3(~h× ~r) =
µ
r3(~r × ~v)× ~r.
Como(~a×~b)× ~c = (~a · ~c)~b− ~a(~b · ~c),
entao:
µ
r3(~r × ~v)× ~r =
µ
r3~v r2 − µ
r3(~r · ~r)~r =
µ
r~v − µ
r3(~r · ~r)~r.
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Como
µd
dt
(~r
r
)=µ
r~v − µ
r3
(~r · ~r
)~r,
entao:µ
r3
(~h× ~r
)= µ
d
dt
(~r
r
).
O lado esquerdo da equacao (4) pode ser escrito como:
~r × ~h =d
dt
(~r × ~h
),
ja que:d
dt
(~r × ~h
)= ~r × ~h+ ~r × ~h
e como ~h e constante, ~h = 0. A equacao (4) pode, portanto, ser escritacomo:
d
dt
(~r × ~h
)= µ
d
dt
(~r
r
),
ou seja, integrando-se sobre t:
~r × ~h =µ
r~r + ~β,
onde ~β e um vetor constante. Como ~h e perpendicular ao plano da orbita,~r × ~h esta no plano da orbita, junto com ~r, de modo que ~β tambem. Naverdade, ~β esta na direcao do pericentro, como veremos a seguir.
Ate agora, encontramos dois vetores constantes, ~h e ~β, e um escalarconstante, ε, de modo que ja temos sete integrais. Entretanto, elas nao saotodas independentes. Por exemplo, como ~β esta no plano da orbita, e ~h emum plano perpendicular a este, ~β · ~h = 0.
Multiplicando-se escalarmente por ~r, temos:
~r · ~r × ~h =µ
r~r · ~r + ~β · ~r.
Como~a×~b · ~c = ~a ·~b× ~c,
~r × ~r · h =µ
rr2 + β r cos γ,
onde γ e o angulo entre ~r e ~β, e ~r × ~r = ~h, temos:
h2 = µ r + β r cos γ
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ou
h2 = r µ
(1 +
β
µcos γ
)
e, finalmente:
r =h2
µ
1 + βµ cos γ
que e a equacao da trajetoria. Essa e a equacao de uma conica com foco naorigem:
r =p
1 + e cos θ
onde p e chamado de semi-lactus rectum, e e a excentricidade e θ e o anguloentre o foco e o vetor posicao ~r. As conicas foram estudadas pelo matematicogrego Apolonio de Perga (c. 262 a.C.- c. 190 a.C.) em 200 a.C. Somente
Figura 12.1: Componentes de uma conica.
para β/µ < 1 o movimento e finito, e a orbita e uma elipse. Note que r emınimo quando γ = 0, isto e, na direcao de ~β, provando que ~β aponta nadirecao do pericentro.
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Lembrando que µ = G(m+M), e comparando com a equacao da elipse
r =a(1− e2)
1 + e cos θ
vemos que a equacao da trajetoria descreve uma elipse com:
h2
µ≡ p = a(1− e2),
ee =
β
µ.
p e o semi-lactus rectum, e e a excentricidade da elipse, e θ = γ e o anguloentre o ponto da elipse mais proximo do foco (pericentro) e o vetor posicao~r. Essa e a demonstracao de que a orbita e elıptica, como diz a primeira leide Kepler.
Se e = β/µ ≥ 1, o movimento e infinito, isto e, nao se repete. Se e = 1o corpo se move em uma parabola, e se e > 1 em uma hiperbole, o que naoe o caso dos planetas, mas as vezes dos cometas e asteroides.
Da equacao que introduziu ~β temos:
~β = ~r × ~h− µ
r~r,
β2 = (~r × ~h) · (~r × ~h) + µ2~r · ~rr2
− 2(~r × ~h) · µr~r.
Como ~r e perpendicular a ~h, pela definicao do momentum angular ~h:
|~r × ~h| = |~r||~h| → ((~r × ~h) · (~r × ~h) = v2h2,
de modo que:β2 = v2h2 + µ2 − 2
µ
r[~r × ~h · ~r ].
Mas[~r × ~h · ~r ] = −[~h× ~r · ~r ] = [~h · ~r × ~r ],
e como ~r × ~r = ~h,β2 = v2h2 + µ2 − 2
µ
rh2.
Como e = βµ , β2 = µ2e2, logo:
µ2e2 − µ2 = v2h2 − 2µ
rh2 = 2h2
(v2
2− µ
r
)= 2h2ε,
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ou seja:
µ2(e2 − 1) = 2h2ε→ ε =µ2
2h2(e2 − 1)
Dessa forma, fica provado que a excentricidade depende da energia do sis-tema.
Resumindo, a lei das orbitas elıpticas dos planetas e uma consequenciado tipo de forca que atua entre os planetas e o Sol. Newton mostrou que asunicas orbitas possıveis para um corpo interagindo gravitacionalmente comoutro sao as seccoes conicas: cırculo, elipse, parabola ou hiperbole.
Um cırculo pode ser pensado como uma elipse com e = 0 e a = b. Umaparabola pode ser pensada como uma elipse com e = 1 e a = ∞. Umahiperbole pode ser pensada como uma elipse com e > 1 e a < 0.
Se o corpo tiver movimento periodico, como os planetas, sua trajetoriasera circular ou elıptica; se o movimento nao for periodico, como e o caso dealguns cometas e asteroides, a trajetoria sera parabolica ou hiperbolica. Ofator decisivo sobre o tipo de orbita e a energia do sistema.
12.5 Segunda lei de Kepler: Lei das areas
A partir da conservacao do momentum angular (3),
~h = ~r × ~v,
e escrevendo em coordenadas polares, ~v = d~r/dt = r dΦ/dt eΦ + dr/dter,onde eΦ e o vetor unitario na direcao de Φ e er o vetor unitario na direcaode ~r. Logo
|~r × ~v| = h = r · rdΦdt· sen(er, eΦ)
Como er e eΦ sao perpendiculares entre si, segue que
h = r2Φ = constante
Sejam P1 e P2 duas posicoes sucessivas do corpo num intervalo δt. O ele-mento de area nesse intervalo de tempo e:
δA =r · rδΦ
2,
ouδA
δt=r2
2δΦδt.
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P
P
1
2
r
φ
φ
φrd
d
Figura 12.2: Trajetoria em coordenadas esfericas.
Para δt→ 0,dA
dt=r2Φ
2=h
2. (5)
Como a conservacao do momentum angular (3) prova que h e uma constante,dA/dt e uma constante, que e a lei das areas. A lei das areas de Keplere, portanto, um consequencia direta da lei de conservacao do momentumangular.
12.6 Terceira lei de Kepler: Lei harmonica
Duas relacoes das elipses sao:
A = πab,
onde A e a area, a o semi-eixo maior e b o semi-eixo menor, e
b = a(1− e2
) 12 .
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Da lei das areas, (5), temos:
dA =h
2dt.
Integrando-se sobre um perıodo, P,
πab =h
2P. (6)
Substituindo-se b acima, e a definicao do semi-lactus rectum,
b = a(1− e2
) 12 = (pa)
12 =
(ah2
µ
) 12
.
Elevando-se (6) ao quadrado:
π2a2 a
µh2 =
h2
4P 2
ou
P 2 =4π2a3
µ
Essa e a terceira lei de Kepler, generalizada por Newton,
P 2 =4π2
G(m+M)a3 (7)
Dessa forma fica demonstrado que as tres leis de Kepler podem ser deduzidasdas leis de Newton.
A “constante” de Kepler depende, portanto, da soma das massas doscorpos. No caso dos planetas do sistema solar, que orbitam o Sol, essasoma e praticamente igual a massa do Sol e, portanto, aproximadamenteconstante. Na seccao 11.2, vimos como a 3.a lei de Kepler, na forma derivadapor Newton e usada para determinar massas de corpos astronomicos.
12.7 A equacao da energia
Podemos derivar a equacao da energia calculando-se o valor do momentumangular e da energia no perielio, ja que sao constantes. No perielio:
rp = a(1− e),
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h = rpvp,
ja que ~r e ~v sao perpendiculares entre si. Para a energia (2), temos:
ε =v2
2− µ
r=
h2
2r2p− µ
rp=
1rp
(h2
2rp− µ
).
Por outro lado, da definicao do semi-lactus rectum, temos
h2 = µ p = µa(1− e2)
Substituindo-se h e rp em ε, temos:
ε =1
a(1− e)
[µa(1− e2)2a(1− e)
− µ
]=
µ
a(1− e)
[(1 + e)
2− 1
],
pois (1− e)(1 + e) = 1− e2,
ε =µ
2a
[(1 + e− 2)
(1− e)
]= − µ
2a(1− e)(1− e)
,
ε = − µ
2a(8)
que e valido para qualquer orbita conica e mostra que o semi-eixo maior daorbita so depende da energia do sistema.
ε < 0 ⇒ a > 0 elipse
ε = 0 ⇒ a = ∞ parabola
ε > 0 ⇒ a < 0 hiperbole.
Da definicao de semi-lactus rectum p,
p =h2
µ= a(1− e2) ⇒ a =
h2/µ
(1− e2)
Como a energia e definida por (8),
ε = − µ
2a= −µ
2(1− e2)2h2
Escrevendo a excentricidade em termos da energia:
−2h2ε
µ2= 1− e2 ⇒ e2 = 1 +
2h2ε
µ2
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e =
√1 +
2h2ε
µ2.
Logo, se:ε < 0 ⇒ e < 1 elipse
ε = 0 ⇒ e = 1 parabola
ε > 0 ⇒ e > 1 hiperbole.
Das equacoes (2) e (8), vemos que
ε = − µ
2a=v2
2− µ
r,
logo
v =
õ
(2r− 1a
)
que e a equacao da velocidade do sistema.
12.7.1 Velocidade circular
Na orbita circular a ≡ r, e substituindo na equacao da velocidade temos:
vcirc =
õ
(2r− 1r
)=
õ
r
Para um orbita circular, vemos que a energia total e negativa, ja que:
ε =µ
2r− µ
r= − µ
2r= −G(M +m)
2r< 0.
12.7.2 Velocidade de escape
Da equacao de velocidade se pode deduzir facilmente a velocidade de escapedo sistema, que representa a velocidade mınima para que o corpo escape daatracao gravitacional do sistema. Essa velocidade e, por definicao, aquelacom a qual o corpo chega com velocidade zero no infinito (v = 0 em r = ∞),o que representa um orbita parabolica, ja que ε = 0. Assim, uma orbitaparabolica pode ser considerada uma orbita elıptica com e = 1 e a = ∞.Nesse caso,
ε =v2esc
2− µ
r= 0 ⇒ vesc =
√2µr
=
√2G(M +m)
r=√
2vcirc
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Para um orbita hiperbolica, a energia total e positiva; a energia cineticae tao grande que a partıcula pode escapar do sistema e se afastar dele.A parabola e o caso-limite entre a orbita fechada (elipse) e a hiperbole.Halley, usando o metodo de Newton, verificou que varios cometas tem orbitaparabolica.
12.7.3 Problema de muitos corpos
Assumimos, ate aqui, que a orbita e um problema de dois corpos. Na reali-dade, os planetas interferem entre si, perturbando a orbita dos outros. Aindaassim, suas orbitas nao se desviam muito das conicas, so que os elementosda orbita variam com o tempo e precisam ser calculados por aproximacoessucessivas, pois a orbita nao pode ser resolvida analiticamente. Para a orbitada Terra em torno do Sol, como a massa do Sol e 1047 vezes maior que amassa de Jupiter e Jupiter esta 5,2 vezes mais distante do que o Sol, a forcagravitacional de Jupiter sobre a Terra e 28 000 vezes menor que a do Sol e,portanto, seu efeito pode ser calculado pelo metodo das pertubacoes. Alemdisso, mesmo para so dois corpos macroscopicos, com a Terra e a Lua, asolucao de dois corpos nao e exata, pois nem a Terra nem a Lua sao esferasperfeitas e, portanto, nao se comportam como massas pontuais. Mais ainda,devido as mares, a Terra e a Lua nao sao sequer rıgidas1.
12.7.4 Exemplos
1) O Cometa Austin (1982g) se move em uma orbita parabolica. Qual foisua velocidade em 8 de outubro de 1982, quando estava a 1,1 UA do Sol?
Como a orbita e parabolica, ε = 0, e a velocidade chama-se velocidadede escape, vesc, logo:
ε =v2esc
2− µ
r= 0 → vesc =
√2µr
=
√2G(m+M¯)
r,
vesc =
√2GM¯r
= 40 km/s.
2) o semi-eixo do planetoide 1982RA e de 1,568UA e sua distancia aoSol em 8 de outubro de 1982 era de 1,17 UA. Qual era sua velocidade?
ε = − µ
2a→ ε =
v2
2− µ
r= − µ
2a→ v =
õ
(2r− 1a
)= 31 km/s.
1O momento de quadrupolo da Terra e da Lua causam perturbacoes tanto perpendi-culares ao plano da orbita quanto radiais.
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Satelites artificiais
Desde o primeiro satelite artificial, o Sputnick, lancado pela Uniao Sovieticaem 1957, mais de 3800 foguetes e 4600 satelites artificiais foram lancados daTerra. Desses, mais de 500 estao em funcionamento. Muitos explodiram,dando origem a mais de 100 000 fragmentos, menores que 10 cm, que naopodem ser detectados por radares aqui na Terra. Esses fragmentos consti-tuem o lixo espacial; cerca de 8000 fragmentos maiores sao monitorados aquida Terra, porque podem causar serios danos as naves e satelites, tripuladosou nao.
3) Qual e a altura de um satelite geoestacionario? Se o satelite e geoes-tacionario, isto e, permanece posicionado sobre um mesmo local da Terra,entao seu perıodo orbital tem que ser igual a um dia sideral = 23h 56m =86 160 segundos. Usando a Terceira Lei de Kepler,
P 2 =4π2
G(MT +ms)a3
com MT = 5, 98× 1024 kg, ms ¿MT , G = 6, 67× 10−11 N ·m2/kg2, temos:
a =[P 2GMT
4π2
] 13
= 42172 km.
Como o raio da Terra e RT = 6370 km, entao a altura sera a−RT = 42 172km - 6370 km = 35 800 km.
4) Qual e a velocidade de um satelite em orbita circular a 300 km dealtura sobre a Terra?
v =
õ
(2r− 1a
),
mas para uma orbita circular r=a, de modo que:
vcirc =õ
r.
Como r= 300 km + RT = 6670 km:
vcirc =
√GMT
r= 7, 5 km/s.
Qual e o perıodo orbital?
P 2 =4π2
G(MT +mC)a3 = 90 min.
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5) Considerando que a orbita de menor energia para lancamento de umanave a Marte, conhecida como transferencia de Hohmann2, e aquela que temuma distancia no perielio de 1UA (a da orbita da Terra) e uma distancia deafelio de 1,52 UA (a da orbita de Marte), qual e o tempo de viagem?
1,52 UA
1 UA
O semi-eixo maior a da orbita do nave e
a =rP + rA
2= 1, 26 UA
e, portanto, seu perıodo e:
P 2 =4π2
G(M¯ +mn)a3 −→ P = 1, 41 anos
O tempo de viagem sera metade do perıodo orbital, portanto, de 8,5 meses.Qual a velocidade de lancamento?
v =
õ
(2r− 1a
),
e r=1 UA. Logo v= 33 km/s. Considerando-se que a Terra orbita o Sol comvelocidade de:
v =(
2π · 1UA1 ano
)= 30 km/s,
so precisamos lancar a nave com 3 km/s, na mesma direcao da orbita daTerra. Note que o lancamento da nave tem de ser bem programado paraque Marte esteja na posicao da orbita que a nave chegara.
2Proposta pelo engenheiro alemao Walter Hohmann (1880-1945) em 1925.
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6) Qual e o semi-eixo maior da orbita de um satelite lancado a 300 kmde altura com uma velocidade de 10 km/s?
v =
õ
(2r− 1a
)
eliminado a, obtemos a = 3, 17RT .7) Qual e a velocidade necessaria para um satelite artificial escapar o
campo gravitacional da Terra?Como a massa do satelite pode ser desprezada em relacao a massa da
Terra:
v⊗esc =
√2GM⊗R⊗
=
√2 · 6, 67 · 10−11 N m2 kg−2 · 5, 95 · 1024 kg
6 370 000 m= 11, 2 km/s
Buraco Negro
8) Qual e o raio de um buraco negro com a massa igual a massa do Sol?Um buraco negro tem velocidade de escape igual a c, a velocidade da
luz, ja que nem a luz escapa dele, e nada pode ter velocidade maior do quea velocidade da luz. Entao,
vesc =
√2GM¯R
= c,
e o raio e chamado de Raio de Schwarzschild, ou raio do horizonte de eventos:
RSchw =2GMc2
R¯Schw =2GM¯c2
= 3 km
Embora o termo buraco negro so tenha sido introduzido em 1967 porJohn Archibald Wheeler (1911-2008), em 1783 o ingles John Michell (1724-1793) ja tinha proposto que, se uma estrela tivesse massa suficiente, a forcagravitacional impediria a luz de escapar. Karl Schwarzschild (1873-1916), em1916 resolveu as equacoes da Relatividade Geral de Albert Einstein (1879-1955) e derivou corretamente o raio do horizonte de eventos, isto e, o tama-nho da regiao, em volta da singularidade, da qual nada escapa.
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