ana clÁudia araÚjo de mello orientador: dr. fiÁvio … · 2019-12-19 · ana clÁudia araÚjo de...

95
EFEITO DO D OSSEL VEGETATIVO NA ESTIMATIVA DO CONSUMO DE ÁGUA E COEFICIENTE DE CULTURA DA ERVILHA (Pisum sativum L.) ANA CIA ÚJO DE Orientador: Dr. VIO S ADA Dissertaç&o Suror de Queiroz" , d& apresentada à Escola Agrcultura "Luiz de Universidade de S&o Paulo, para obtenção do titulo d& Mestre em Agronomia, �rea de concentraç�: Irrigaç�o e Drenagem. p I R A e I e A B A Estado de São p·aulo - Brasil Junho - 1992

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

EFEITO DO DOSSEL VEGETATIVO NA ESTIMATIVA DO

CONSUMO DE ÁGUA E COEFICIENTE DE CULTURA DA

ERVILHA (Pisum sativum L.)

ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO

Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA

Dissertaç&o

Sup,s,r:1.or de

Queiroz" , d&

apresentada à Escol.a A.gr:1.cul.tura "Luiz de

Universidade de S&o

Paul.o, para obtenção do titul.o d&

Mestre em Agronomia, �rea de

concentraç�: Irrigaç�o e Drenagem.

p I R A e I e A B A

Estado de São p·aulo - Brasil

Junho - 1992

Page 2: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Ficha catalogrifica preparada pela Seção de Livros da

Divisão de Biblioteca e Documentação - PCAP/USP

M527e

Mello. Ana Cláudia Araújo de

Efeito do dossel vegetativo na estimativa do

consumo de água e coeficiente de cultura da er­

vilha. Piracicaba. 1992.

75p.

Diss. (Mestre) - ESALQ

Bibliografia

l. Ervilha - Agua - Consumo 2. Ervilha - Coefi­

ciente de cultura 3. Ervilha - Irrigação 1. Escola

Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, Piracicaba

CDD 635.656

Page 3: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

EFEITO DO DOSSEL VEGETATIVO NA ESTIMATIVA DO

CONSUMO DE ÁGuA E COEFICIENTE DE CULTURA DA

ERVILHA (Piaum sativum L.)

Aprovaàa em: 07.08.92

Comissão julgadora:

ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MKLLO

Dr. Flávio Bussmeyer Arruda ............................. IAC

Prof. Dr. Tar lei Arriel Botrel. ................... ESALQ/USP

Dr. Ori valào Brunini .................................... IAC

Dr. FLÁVIO ��RUDA

Orientador

Page 4: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

ii

Ao meu esposo Francisco

e nosso �ilho Mateus

e a meus pais

Albanita e Rodrigo

dedico este trabalho.

Page 5: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

A G R A O E C I M E N T O S

Ao meu esposo Francisco e nosso filho Mateus. que atravis

do amor, amizade, apoio e compreensão, tornaram possivel a

realização deste trabalho;

Ao pesquisador Dr . Flivio Bussmeyer Arruda, pela orienta­

amizade e valioso incentivo durante todas as fases

deste trabalho,

Ao CNPq e a FAPESP por terem tornado vi�vel nosso trabalho

atrav�s da concessão de recursos,

Ao Curso de Pds-Graduação em Irrigação e Drenagem da

ESALQ/USP r pela possibilidade em realizar o curso;

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Irrigação e

Drenagem da ESALG/USP, pelos conhecimentos adquiridos;

Ao professor da ESALG/USP Dr . Tarlei Arriel Botrel,

apoio e sugest3es;

pelo

Ao pesquisador do IAC Mamar FuJiwara, pelo apoio e coope­

ração durante os trabalhos de campo;

iii

Page 6: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Ao Instituto Agron&mico do Estado de Sio Paulo <IAC>v pe­

las facilidades e oportunidades concedidas;

Aos colegas pesq1.1 i sad'ores e funcionários da Seção de Irri -

gação e Drenagem do Instituto Agron&mico (IAC>. pelo dtimo

convívio, apoio, sugesties e auxílio durante todas as fa-

ses deste trabalho;

� Seção de Leguminosas do Instituto Agron&mico, em espe-

cial aos pesquisadores Elaine Bahia Wutke e Edmilson J.

Ambrosano pelo apoio e concessão de material na execução

deste trabalho�

� Seção de CI imatologia Agrícola do Instituto Agron6mico,

pela concessão de dados meteorológicos;

Ao Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Fe-

da Paraíba (UFPb), pelo incentivo e cooperação no

início do c1.!r'so;

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Irrigação e Ore-

nagem, pela conviv&ncia agrad�vel;

Aos �uncionários do Departamento de Engenharia Rural da

ESALG, em especial a Gilmar, Josi e H�lio, pela cooperação

nos trabalhos de campo e laboratório, ao longo do curso;

iv

Page 7: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

� professora Albanita Guerra AratlJo pela correçio de ver-

náculo;

À bibliotecária Kátia Maria And(ade Ferraz, pela correção

das referências bibliográficas;

À família Matos Pires, em especial a Regina Cilia, pelas

sugesties, amizade, estímulo e cooperaçio ao longo de to-

dos os anos de convívio;

À todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram

para o sucesso deste trabalho, porém aqui nio foram cita­

dos, o meu sincero agradecimento.

V

Page 8: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS • • • • a • • • • • • n a • • • • • • • u • • • a • a • a • • • • a

LISTA DE FIGURAS a • � w • • a • a • « a • h u • • • n a a a a a • a a • R • • • a a

RESUMO • • • • • • • a • • • • • • • • • a • a • • a a a a a a « a • « • • a � • a a a a a a •

SUMMARY

L INTRODUÇÃO

REVIS�◊ DE LITERATURA

MATERIAL E MÉTODOS

-··; ,.., .._:) li i; •. ll

Local

C 1 i m<."-i

Solo

3.3.i. Textura e densidade

3.3.2. Curva de retençio de igua

Página

i

4

...; -,.L,

i7

i8

j_ 9

vi

Page 9: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Página

3.3.3. Condutividade hidráulica ••••••••••• 21

:-3: li 4. C111 t tlr a •••••••••••• a: • • • • • a • • • • • • til • • -li ti • R • • •

3.5. Delineamento experimental ••••••••••••••••• 22

3.6. Instalação e condução do experimento ...... 22

3.7. Balanço hídrico • • a • • a a: • • • • • • a • u • • • • a a • • • a •

3.7.1. Variação no armazenamento de água no

solo ............................... 2�'.'i

3.7.2. Precipitação pluvial e irrigação ... 26

3.7.3. Drenagem profunda

3.7.4. Evapotranspiração real (ETr) ••••••• 27

3.8. Evapotranspiração de referfncia (ETo) 28

3.8.i. Mitodo do Tanque Classe A (EToA) ••• 28

3.8.2. Mitodo de Penman modificado (EToPn*> 28

:�.9. Cot:ficiente de culturêl •••••••••••••••••••• 30

3.10. Cobertura vegetal

3.11. indice de área foliar ••••••••••.••••••••• 31

3.12. Altura de plantas •••••••••••••••••••.•••• 32

'.3.i3. Fitom;-;,s;;;-;\ E.' produç:âo final ............... 32

4. PESULTADOS E DISCUSS2:íO ••••••••••••••••••••••••• 33

4.1.. DesE.'mpcnho da cultura ..................... 33

4.Li. F i t omassa 34

36

4. L 3. índice de área foliar ••.•••••••••••

vii

Page 10: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

viii

Página

4.1.4. Cobertura vegetal •••••••••••••••••• 40

4.i.5. Produçio final ••••••••••••••••••••• 42

4.2. Balanço hídrico • • • • • • • • • • • • • • • • • • a • • • • • • • •

4.3. Coeficiente de cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4.3.i. Relaçio entre o coeficiente de cul-

5. CONCLUSÃO

tura basal r a porcentagem de cober­

tura vegetal e o índice de irea fo-

1 i ar

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ••••••••••••••••••••••••

APÊNDICE .. .. . . .. . ff "" . " • • • • • • " u . no .. . . . º "' . lt.! . ... . . . ª • • .,. u . . .. fl

44

48

52

59

6i

7') � r. ..

Page 11: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

LISTA DE TABELAS

Tabela Página

1 Resultados da análise física do latossolo ro-

xo, série taquaral, Campinas, SP.

Parimetros da curva de retençio de água no

solo, para seis profundidades do latossolo

roxo, série taquaral, segundo o modelo de Van

Genuchten (1980). • • • • • M W a � R • • a • a B R ff K • a ft • • - • •

3 Equaçies de regressio linear para os trata-

mentas de diferentes densidades populacionais

da cultura da ervilha, para o ano de 1991.

Campinas, SP.

4 Produçio final de grios (kg/ha) para a cultu-

ra da ervilha, nos diferentes tratamentos,pa-

ra o ano de 1991, Campinas. SP.

5 Componentes da produçâo para a cultura da er-

vilha, nos diferentes tratamentos, para o ano

de 1991, Campinas. SP.

19

20

36

43

43

ix

Page 12: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela Página

6 Componentes do balanço hídrico de campo - pre-

e i pi t ação, variaçio do armazena-

mento de água no solo <AA>, drenagem profun-

da e evapotranspiração real (ETr) na cu1-

tura da ervilha, para o tratamento de densida-

de de semeadura de 146

nas, SP. • • • ft a a • • • • • • a • • • • • • • • a • • • • • a a a a b a • fl a •

7 Componentes do balanço hídrico de campo - pre-

c:ipitação, irrigação, variação do armazena-

mente de igua no solo <AA>, drenagem profun-

na cu1-

tura da ervilha, para o tratamento de densida-

45

r)

de de semeadura de 50 plantas/m"··, Campinas, SP. 4�i

8 Componentes do balanço hídrico de campo - pre-

cipítaç:ão, irrigação, variaç:io do armazena-

mente de água no solo <AA>, drenagem profun-

da e evapotranspiraç:ão real (ETr) na cul-

tura da ervilha, para o tratamento de densida-

d d j d 3 6 . t ' ,,

C .

SP e e sEmeB< ura e ·, p ;_ an as1 m"-, amp 1 na�3, . 46

X

Page 13: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela Página

9 Coeficientes de cultura basal (Kcb) para tris

diferentes densidades populacionais da ervilha,

calculados pelo método de Penmam modificado

(Pn•> e tanque Classe A (C.A.), em cinco dife­

rentes períodos do inverno de 1991, Campinas,

SP • • ••••••••••• "' •••••••••••••••••••••••••••••

xi

Page 14: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Figura

l

LISTA DE FIGURAS

Acdmulo �

da matiria seca (g/m�) ao longo do

ciclo de desenvolvimento da cultura da ervi­

lha, para as diferentes populaçies, no ano de

1991, Campinas, SP.

2 Altura de plantas (cm) ao longo do ciclo de

desenvolvimento da cultura da ervilha, para

as diferentes populaçies, no ano de 1991, Cam-

pinas, SP.

3 índice de área foliar (IAF) ao longo do ciclo

de desenvolvimento da cultura da ervilha, para

as diferentes populaç6es, no ano de 1991, Cam-

pinas, SP.

4 Cobertura vegetal (%) ao longo do ciclo de

desenvolvimento da cultura da ervilha, para

as diferentes populaç6es. no ano de 1991, Cam-

pinas, SP.

xii

Página

34

37

39

4i

Page 15: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

xiii

Figura

Coeficiente de cultura basal,

Página

calc1..1.lado pelo

método de Penmam modificado kcb(Pn*>, desde o

início do florescimento até o final do ciclo

da cultura da ervilha, para as diferentes po­

pulaç:ies, no ano de 199i r Campinas, SP.

6 Coeficiente de cultura basal, calculado pelo

método de Penmam modificado kcb(Pn*) (Fig.5)

em funç:io da cobertura vegetal (Fig.4), para

o intervalo de 30 a 49 dias após a emergincia,

no ano de 1991, Campinas, SP. • • • • • • • a • • • • • • • •

7 Coeficiente de cultura basal, calculado pelo

método de Penman modificado kcb(Pn*) <Fig.5)

para as diferentes densidades populacionais da

cultura da ervilha,

área foliar (Fi9.3),

em funç:ão do (nd ice dE�

parê\. O interva1o de:· :10

a 49 dias após a emerg&ncia, no ano de i99i r

Campinas, SP.

49

54

c:''7 .. .J.t

Page 16: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

RESUMO

EFEITO DO DOSSEL VEGETATIVO NA ESTIMATIVA

00 CONSUMO DE ÁGUA E COEFICIENTE DE CULTURA DA

ERVILHA <Pisum sativum L.)

AutoFa: ANA CLÁUDIA ARAúJO DE MELLO

0Fientador: Dr. FLÁVIO BUSSMEYER ARRUDA

O presente trabalho teve como objetivo in­

vestigar o coeficiente de cultura basal (kcb) <BURMAN et

ali i ,1980; WRIGHT, 1982) da ervilha CPisum sativum L.) cv

Majestic, em relaçio ao desenvolvimento do dossel vegeta­

l ivo da cultura, medido atrav�s do índice de �rea foliar

(IAF) e porcentagem de cobertura vegetal (%CVeg.).

Um ensaio de campo com quatro populaçges

(36, 50, 81 e 146 plantas/m2 > foi conduzido no Centro Ex-

perimental de Campinas - Instituto Agron6mico do Estado de

Sio Paulo (IAC), durante o inverno de 1991, Em irea de su­

perfície plana de latossolo roxo, série taquaral. Inicial-

mente, determinaram-se os parimetros físico - hídricos do

solo, e ao longo do ciclo da cultura, foram medidos os se­

guintes parimetros: cobertura vegetal, índice de área fo-

xiv

Page 17: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

altura de plantas r fitomassa e produçio final nos

tratamentos de diferentes densidades populacionais. O con­

sumo de igua foi determinado para os tratamentos de densi­

dades populacionais de 36 r 50 e 146 plantas/m2 . As irriga­

çies foram realizadas quando a tensio de igua no solo

atingia 60kPa. a 15cm de profundidade, baseado no trata­

mento de maior densidade populacional, 146 plantas/m2 •

A evapotranspiraçio real <ETr) da cultura

foi determinada pela técnica do balanço hídrico de campo,

para períodos entre duas irrigaçies. A evapotranspiraçio

de referincia <ETo) foi estimada pelos métodos do tanque

Classe A e Penman modificado. com vistas � obtençio do

coeficiente de: cultura ba<.:.a1.

Os resultados mostraram que houve acentuado

efeito positivo da densidade populacional sobre a produti­

vidade da ervilha cv MaJest ic; porém, também aumentou a

ocorr?ncia de acamamento.

O consumo de agua pela cultura, assim como

os valores do kcb, variaram com o desenvolvimento da cul­

tura, de acordo com as diferenças de densidades populacio-

nais, e com o método de cilculo da evapotranspiraç�o de

referfncia <ETo).

Os valores midios do coeficiente de cultura

propostos pela FAO <DOORENBOS & PRUITT. 1977). são

superiores aos valores de kcb determinados neste estudo,

XV

Page 18: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

sobretudo ? para o período do início do florescimento ati o

final da formaçio da produçio.

O coeficiente de cultura basal mostrou-se

correlacionado ao índice de área foliar (r = 0,78) e à

porcentagem de cobertura vegetal (r = 0,85). A obtenção

de resultados mais consistentes com a cobertura vegetal

permitiram o estabelecimento da seguinte relação:

kcb = 0 r 36 + 0,0i2 (%CVeg.) - 0 7 000063 (%CVeg.> 2

Esta equação possibilita a estimativa de kcb pela avalia­

ção do dossel vegetativo da cultura diretamente do campo.

E: a

Os resultados obtidos no presente trabalho

sua concordincia com a literatura internacional

monstram a necessidade de mais investigaç5es neste assun­

to, para a sua generalização em apl icaç5es de campo.

>:XVÍ

Page 19: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

EFFECT OF CANOPY OEVELOPMENT ON WATE CONSUMPTION ANO

CROP COEFFICIENT OF PEA (Pisun sativum L.>

SUMMARY

Auhtor: ANA CLÁUDIA ARAúJO DE MELLO

Adviser: Dr. FLÁVIO BUSSMEYER ARRUDA

This work investigates basal crop coeffi-

cient, kcb (JENSEN, 1976; WRIGHT, 1982), of irrigated pea

(Pisun sativum L.) cv. Majest ic to canopy development mea-

sured as leaf area index CLAI) and percentage ground cover

( %GC) "

A field experiment was carried out with four

populat ion densities (36, 50, 81 and 146 plants per m 2 >

ciuring the winter of 1991, on a flat, well drained dusky

latosol, at the Experimental Center of Campinas, Instituto

Agron6mico, State of Sio Paulo. Irrigat ion was appl ied

whenever soil water tension achieved 60 kPa, at 15cm, ba-

sed on higher �)

p o p u 1 a t í o n t r e a t me n t o f i 4 6 p 1 a n t s per me ....

Real evapotranspiration (Elr) was determined

between irrigations by field water balance technique. Re­

ference evapotranspirat ion (Elo) was estimated by modified

xvii

Page 20: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

xviii

Penman equation and Class A pan evaporation.

Crop productlon increased with population den­

sity close to a linear relat ion. However, population den­

sity also increased lodging.

Water consumpt ion, as well as kcb, were close

related to crop development and population densities. Ba­

sal crop coefficient was also affected by the methodology

used for ETo calculation.

The kc values indicated by FAO (DOORENBOS &

PRUITT, 1977) for pea are higher than those found in this

r·esec\rc:h, spec:ially from flower iniciation ti11 the end

of reproductive phase.

Basal c:rop coefficient was correlated to LAI

(r=0.78) and to %GC (r=0.85). The more consistent results

with ground cover, produced the following relation:

kcb= 0.36 + 0.0i2(%GC> - 0.000063(7.GC) 2 ,

That equation allows kcb est imation from canopy evaluation

directly from the field.

The:· present results, and its agreement with

t h E i n t E t-na t i o n a 1 1 i t e 1r a t 1..1. r e , i n d i e a t e s a n e e e �ê.-s. i t y o f mo····

re researc:h on this subject, for general field applica­

t i on .

Page 21: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

1. INTRODUÇÃO

O alto custo da irrigaçio exige que a apli­

caçio d'�gua seja feita com eficiincia. Desta forma. os

custos serio reduzidos e nio haveri prejuízo da produção

por excessos ou falta de igua.

O planejamento correto dos equipamentos e o

adequado manejo da água na agricultura passam por um ra-

zoável conhecimento das demandas consuntivas das lavouras

cultivadas em diferente� situaç8es de solo e clima. A ob­

tençio dessas informaçies deve ser feita com base em expe-

rimentaçio regional. e pelo equacionamento de um modelo

que considere os principais atributos ligados ao uso da

água na produçio vegetal.

A forma mais usual de se estimar o consumo

de água das culturas é a partir do consumo potencial de

�gua calculado por fdrmulas agrometeoroldgicas ou a par­

tir de mediç8es feitas em tanques de evaporação instalados

em areas com gramado. A partir destes dados. é feita uma

correçio para o estágio da cultura, utilizando-se um

coeficiente de cultura (kc), obtendo-se a evapotranspira-

çio ima da cultura (ETm).

i

Page 22: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Nos tlltimos anos. um grande ndmero de deter­

mina�ies de kc e evapotranspiraç&es medidas ou calculadas

de muitas formas tim sido realizadas em alguns locais para

as principais culturas. Os resultados, apesar de sua im­

portincia, tim extensão discutível quanto às aplicaçies em

situaçies de campo.

O kc tem sido relacionado� idade da planta

em termos de dias apds o plantio (DOORENBOS & PRUITT,

i977; DO0RENBOS & KASSAN 1979>. Uma situação de cultivo

pela combinação da fertilidade do solo, clima, d oenças e

demanda evaporativa, nunca se repete. especialmente, quan­

do são comparados diferentes anos, locais e regiies. Den­

tro de uma mesma região, i normal se observarem lavouras

de uma mesma cultura e mesma idade crono16gica, porim com

gy-au di�erenciado entre crescimento e, certamente, dife-

rentes valores de kc e ETm.

Portanto, diante do exposto, há necessidade

de se investigarem, com maior detalhe, os parimetros uti-

1 izados para estimativa d e cons.,umo de água das culturas. O

coeficiente de cultura (kc) deve ser apresentado de acordo

e: orn a nova dEnominac;ão introduzida por WRIGHT ( 1. 982) e

BURMAN et a1i i (i980), possibilitando a s,eparac;ão em com ....

ponentes e a sua interac;io com o manejo da irrigac;ão e o

ef'e i to do déf i e i t de água u

b Én1 devé' ser apresentado

O coeficiente de cultura tam-

em termos relativos de planta,

2

Page 23: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

levando-se em consideraçio o porte e o desenvolvimento da

cultura, ao invis de sua idade cronol6gica.

Com base no exposto, realizou-se o presente

estudo com a ervilha. cultivar Majestic (XPC-88), em con­

diçies de campo, com o objetivo de: (a) relacionar o coe­

ficiente de cultura basal (kcb) a elementos mensur�veis de

planta, tais como índice de irea foliar (IAF> e porcenta­

gem de cobertura vegetal (%CVeg.), para sua possível mode­

lagem� (b) estudar o efeito de diferentes densidades popu­

lacionais no consumo de �gua e produçio final de grios.

3

Page 24: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

2. REVISÃO DE LITERATURA

um dos

Dos fatores que afetam a produçio, a �gua i

ítens que limita a produtividade das culturas com

maior freqU€ncia. Por isto, hi importincia de se determi-

nar o momento exato de executar a irrigaçio r bem como a

quantidade de igua que deve ser reposta ao solo.

WIT (1958) e ARKLEY (1963) citados por ARRU­

DA (1987), afirmaram que para obter miximas produç�es de

biomassa e, possivelmente, gr�os, a transpiraçio da cultu­

ra tambim deve ser maximizada. Nio devem ocorrer dificits

hídricos que venham impor restriç�es � taxa de transpira­

çio da cultura, pois se este ocorrer, especialmente no

período crítico das culturas, poderi resultar em decrisci­

mo de produçio. Diante de tal constataçio, fica claro que

para fins de irrigaçio, o manejo ideal de �gua e aquele

que se aproxima da situação em que nio ocorrem restriçies

hídricas para a transpiraçio das plantas <ARRUDA, 1987).

WIT, C.T. de Transpiration and crop yields. Verslag. van Landbouwk. Onderjoek, n° 646. 88p. 1958.

ARKLEY, R.J. Relationships between plant growth and trans­piration. Hilgardia, 34: 559-84. 1963"

4

Page 25: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

A dificuldade de se separar a transpi�a,io

da planta da evaporação do solo,

dois termos conjugados - Evapotranspiração <ET>. THORNTH­

WAITE <1948) introduziu o termo evapotranspiração poten-

cial como sendo a igua evapotranspirada de uma super�ície

natural coberta por uma vegetação baixa em fase de desen-

volvimento ativo e sem restrição hídrica, sendo função so­

mente das condiçies climit icas prevalescentes.

DOORENBOS & PRUITT (1977) e DOORENBOS & KAS-

SAN (1979) reviram os conceitos e terminologia de consumo

e redefiniram a evapotranspiração potencial de

THORNTHWAITE (1948), como sendo a evapotranspiração que

ocorre em uma superfície totalmente vegetada com grama,

com 8 a 15 cm de altura, em fase de desenvolvimento ativo,

estando o solo com teor de umidade prdximo ao da capacida­

de de campo; a ela denominaram evapotranspiração de refe­

rincia (ETo>. A superfície vegetada por uma cultura saudi­

vel qualquer, em condiçies de nenhuma restrição de igua em

qualquer estigio de desenvolvimento, a perda d'�gua que

ocorre é dita evapotranspiração mixima (ETm). Para os mes-

mos autores, a evapotranspiração real (ETr) refere-se à

perda d'igua que ocorre em uma cultura qualquer, com ou

sem restriçio de tlgua, em qualquer esttlgio de desenvolvi­

mento

JENSEN (1969) sugeriu a adoção da alfafa com

30 a 50 cm de altura, como cultura de referincia para a

Page 26: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

determinação da evapotranspiração de referência, por apre­

sentar características aerodinâmicas e anatômicas seme­

lhantes �s principais culturas. Porém y o uso dessa cultura

como referência fica limitada a sua região ecoldgica de

cultivo. PIRES et ali i (1988) sugerem a possibilidade do

uso do rami como cultura de referência nas regiSes tropi-

cais. Certamente, a medição da evapotranspiraçio ocorrida

em gramado tem uma amplitude maior de utilização do que

outras culturas.

TANNER (1967) e DOORENBOS & PRUITT (1977),

relatam virios métodos para determinação ou estimativa da

e vapotranspiração. BURMAN et al ii (1980) classificam-nos

em dois grandes grupos: i) métodos em que a evapotranspi­

raçio pode ser determinada através de medidas diretas; ou

seja, métodos do balanço d'�gua no solo, que incluem o�

1 isímetros pes�veis e os não pes�veis, método do inflow-

outflow (entrada-saída) e do controle de umidade no solo;

e 2) os métodos indiretos ou de estimativas, que determi­

nam a evapotranspiraçio atravis de fdrmulas empíricas que

requerem mediçies meteoroldgicas. dentre estes, cita-se:

método de Penman. Penman modificado pela FAO, Jensen

Haise. Blaney - Criddle, tanque Classe A.

SEDIYAMA (1987) relata a existfncia de vi­

rios métodos de estimativa de evapotranspiraçio, desde mo­

delos muito simples ati os baseados em modelos físicos e

fisiológicos. A escolha do método deve ser baseada, prin-

6

Page 27: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

cipalmenter no tipo de dado climatológico disponível e na

precisio requerida na determinaçio das necessidades hídri­

cas dos cult ivos. No entanto, BURMAN et ali i ( 1980) consi­

deram que as equaçies para estimativa de evapotranspiraçio

que apresentam melhor performance sio aquelas que requerem

dados di�rios de radiaçio, temperatura, pressio de vapor e

vento. Existe um conscenso em nosso meio de que a equaçio

de Penman é a que melhor se adapta para estimativa da eva­

potranspiraçâo de referência"

A quantidade de tlgua evapotranspirada depen-

de, principalmente, de fatores da planta, do solo e do

e: 1 i ma, sendo este �ltimo fator predominante sobre os de-

mais quando nio h� limitação de �gua no solo. A demanda

c:onsuntiva de uma cultura pode ser definida como a soma da

tlgua evapotranspirada, mais a parte retida pelo tecido ve-

getal durante o seu crescimento. Como a segunda parte é

muito pequena em relaçio � primeira, pode-se considerar a

demanda consuntiva igual à evapotranspiraçio <BERNARDO,

i 982) • Segundo JENSEN (i969), este total de tlgua retido

pelos tecidos das plantas, em geral, equivale a menos de

i% do total evapotranspirado durante o seu ciclo de cres­

cimento.

,JENSEN 0969) E PRUITT et ali i (i972) c:ons-·

tataram que para uma mesma cultura. podem-se esperar dife­

renças no consumo de �gua quando c:ult ivada em diferentes

regiões, condições cl im�ticas e épocas de plantio, fato

7

Page 28: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

este atribuído aos parimetros meteoroldgicos controladores

da evapotranspiraçio (radiação solar, vento, umidade rela­

tiva e temperatura).

As plantas, desde a semeadura ati a colhei­

ta, passam por diferentes est�gios, em que as necessidades

hídricas tambim sio distintas. O aumento do uso das irri­

gaçies, assim como o alto custo envolvido em tal pr�t ica,

tem aumentado a procura por informaçies a respeito dos re­

querimentos de �gua em todos os estágios de desenvolvimen­

to das culturas. Uma maneira de se quantificar essas ne­

cessidades i a determinaçio da evapotranspiração de refe-

rência <ET0

>. que por intermldio de um coeficiente apro-

priado para os vários estágios de desenvolvimento. denomi­

nado coeficiente de cultura (kc), pode-se estimar a evapo­

transpiração máxima da cultura <ETm>, pela seguinte rela-

çâo (DOORENBOS & PRUITT, 1977):

ETm = kc.ETo

O coeficiente de cultura (kc> tem sido obje­

to de intensa pesquisa na determinação do consumo de água

das plantas, por estigio de desenvolvimento.

Utilizando-se de um lisímetro de nível cons-

tante, CURY (1985) determinou os coeficientes de cultura

para o repolho (Brassica oleracea var. capitata L) em re­

laçio � evapotranspiração de referincia (Elo) estimada pe­

los mitodos de Penman, Penman modificado, Tanque Classe A.

Radiação Solar,Thornthwaite. Thornthwaite modificado, Li-

8

Page 29: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

nacre. Essa autora comparou os valores de kc com os pro-

postos pela FAO CDOOREENBOS & KASSAN, 1979). Concluiu ha-

ver uma grande variabilidade entre os mesmos, e que os va­

lores do período do inverno foram sempre maiores que os de

verão, sugerindo, pois, não se utilizar um coeficiente

�nico anual

ASSIS (1978) correlacionou os valores de me­

dida de evapotranspiraçio de referincia atravis de lis{me­

tros de nível constante com os valores estimados atravis o

Tanque Classe A e Penman. Concluiu que, para a região de

Piracicaba, a relação entre os valores medidos pelo lisí-

metro (M) e os estimados <E> pela equação de Penman,

i da forma: EToE = 0,BiEToM; diferença esta atribuida à

advecção local não computada por aquela equação. Obser-

vou ainda. haver uma correlação altamente significativa

entre os valores de evapotranspiração medidos na grama e

estimados pelo Tanque Classe A.

Com o intuito de avaliar a evapotranspiração

m�xima dos virias esttlgios de desenvolvimento da cana-de-

açJcar no ciclo da i ª soca, em Piracicaba, PERES (i988),

utilizando-se de um equipamento semelhante aos utilizados

por ASSIS (1978) e CURY (1985), concluiu não haver dife­

rença significativa ao nível de 1% de probabilidade entrE

os coeficientes de cultura determinados pelos mitodos de

Penman e Tanque Classe A; porém ambos diferiram estat isti-

9

Page 30: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

camente do coeficiente de cultura determinado pelo m�todo

de Thornthwaite.

PAVANI (1985) desenvolveu um experimento cu­

jo objetivo foi avaliar a produtividade do feijão comum

(Phaseolus vulgaris r L.), sob três níveis de evapotranspi-

ração. De acordo com os resultados obtidos, as principais

conclusies foram:

o maior consumo d'�gua da cultura se verificou no pe­

ríodo de floração e enchimento dos grãos, em que os valo-

res decendiais do coeficiente de cultura (kc) foram os

mais elevados e dependentes da variação do índice de ,rea

foliar <IAF) da cultura;

- Os valores decendiais de kc estimados foram sempre su-

periores aos do kc propostos pela FAO (1979),

entre o 3° e o 9° decêndio da cultura.

no período

Utilizando-se de uma bateria de tr?s lisíme-

tros de nível freitico constante, COSTA (1989) determinou

os valores de coeficiente de cultura (kc> por fase de de-

senvolvimento vegetativo da cultura do trigo (Triticum

L>, pelos m�todos de Penman, Penman modificado,

Tanque Classe A, Radiação Solar e Thornthwaite. Esse autor

concluiu que os valores de kc determinados pelos métodos

de Penman e Penman modificado foram os que apresentaram

maior concordincia com os valores recomendados pÊla FAO

(DOORENBOS & KASSAN, 1979)"

10

Page 31: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

VOLPE (1986) e MINCHIO & VOLPE (1987) deter-

minaram os consumos de igua e os coeficientes de cultura

para diferentes cultivares de ervilha <Pisum sativum L.>,

através de lisímetros de drenagem profunda, e estimando a

evapotranspira,io de referincia através do método do tan­

que Classe A. Observaram que os valores de kc obtidos para

os diferentes períodos de crescimento dos cultivares,

desde a semeadura até a colheita de grios secosr foram

mais elevados que aqueles sugeridos pela FAO <DOORENBOS &

KASSAN y i979).

Esta grande variabilidade entre os valores

obtidos de kc, mostram, dentre outros fatores, a grande

discrepincia existente entre as virias fórmulas para es­

timativa da ETo.

HANKS & ASHCROFT Ci980) teceram coment�rios

a respeito dos valores de kc e enfatizaram a variaçio des­

te coeficiente em função da latitude. Esse fato, a rigor ,

inviabiliza a util izaçio de valores de kc universais, como

por exemplo os da FAO (DOORENBOS & PRUITT, 1977; DOORENBOS

& KASSAN,1979).

Segundo HILLEL (1990), kc i maior em clima

quente, com vento seco, do que em clima ameno, calmo P

�mido. kc varia largamente entre as culturas. devido à�

diferenças em altura das plantas, urugosidadeu da superfí­

cie evaporante, reflect ividade, grau de cobertura e resis­

tência do dossel vegetativo à transpiração.

11

Page 32: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

SAMIS et ali i (1985) para as condi�ões do

Novo Mixico (EUA) relacionaram o coeficiente de cultura

(kc) da alfafa CETmedido/ETpenman> com graus-dias de cres­

cimento (G), acumulados pela soma da temperatura média

diiria menos a temperatura basal da cultura <5ºC>. Eles

obtiveram a seguinte rela�io, estatisticamente significa­

tiva:

V�rios pesquisadores (WRIGHT, 1982; BURMAN

et ali i, 1980) tim apresentado um novo conceito de kc, que

incorpora o ajuste devido ao molhamente da superfície do

solo na ipoca de irrigaçio ou chuva e o efeito do déficit

hídrico. Sua representaçio é a seguinte:

kc = kcb • kcs + ks

em que kcb é o valor basal do coeficiente de cultura quan­

do o suprimento d'igua i adequado, mas a superfície do so­

lo é seca; kcs é o fator cultura-solo e expressa o efeito

da disponibilidade de �gua; e ks é o fator que considera a

evaporaçio d'igua da superfície do solo.

�JENSEN et ali i (i97i) propuseram a seguinte

relaçio para o valor de kcs (cultura-solo):

1 n CAD i + i) kcs = -------------

lni0i

em que AD1 é a �gua disponível existente no solo (%), sen-

do 100% para a e.e. e 0% quando no PMP. Esta funçio indica

pequena reduçio na transpiraçio até que a igua disponível

esteja abaixo de 75% e também n5o h� grande reduçio até

12

Page 33: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

que pelo menos 50% da AD seja consumida. O kcs representa

o efeito direto do stress hídrico, principalmente na aber­

tura dos est6matos.

O fator de evaporação do solo (ks) pode ser

estimado por:

ks = Ci - kcb)N-t

em que t é o ntlmero de dias desde a irrigaçio ou chuva, N

tl um fator que relaciona a textura do solo; sendo i,0 para

argila;

(barro) e 3,0 a 3,5 para areia. Logo após a irrigação (t =

0), ks i complementar a kcb, e o kc = 1.0. Com o passar do

tempo ks. torna-se desprezível.

Utilizando-se deste novo conceito para de­

terminação do coeficiente de cultura, WRIGHT (1982) deter­

minou-os por est�gio de desenvolvimento para as culturas

irrigadas de alfafa, batata, beterraba, ervilha, milho e

cereais de inverno e primavera, para regiies do Nordeste

do Pacífico. O referido autor afirma que os novos coefi­

cientes de cultura (kc) determinados, quando combinados,

com estimativas de evapotranspiração de referincia dii-

rias, permitem maior exatidão nas estimativas de evapo-

transpiração real das culturas (ETr), assim como no plane­

jamento da irrigação.

As plantas influenciam a evapotranspiração

atravis da �rea foliar e cobertura vegetal que elas produ-

zem. altura e resistincia oferecida ao fluxo d'�gua atra-

vis da planta para a atmosfera <BLAD. 1983).

13

Page 34: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Vários autores, dentre eles PETRASOVIC

(1973> r WRIGHT (1982) e PAVANI (1985) notaram uma estreita

relação entre kc e a área foliar ao longo do ciclo da

cultura. Por exemplo, BRUN et ali i (1972) mostraram que a

fração do total da evapotranspiraçio relativa � transpira­

ção esteve estreitamente relacionada ao índice de irea fo-

liar <IAF); para um IAF de 2,0 , a transpiração <Tp> foi

de aproximadamente 50% do total evapotranspirado, enquanto

que para um IAF de 5,0 , a transpiração <Tp> foi equiva­

lente a 95% do total evapotranspirado. Tendincias simila­

res foram encontradas por FERERES & VILLALOBOS (1990) para

as culturas de algodão. girassol e milho.

LUEBS et ali i (1975) e MOURA (1990) observa-

ram que com adequada disponibilidade de água, respectiva-

mente, para as culturas da cevada <Hordeum vulgare L.) e

do milho <Zea mays l.). a evapotranspiraçio esteve rela­

cionada � quantidade de cobertura vegetal.

GOLDBERG et ali i (1967) mostraram uma boa

aproximaçio dos valores de kc com a porcentagem de cober­

tura vegetal (%C.Ve9.) para a cultura do amendoim. O valor

de kc variou ao longo do ciclo da cultura da seguinte for­

ma: solo nu ati 20% de cobertura ve9eta1 o kc manteve-se

estivel em torno de 0,3 • a partir de entio. houve um

crescimento linear entre kc e a % C.Veg até que, para 100%

de cobertura vegetal o valor de kc atingiu 1,0.

14

Page 35: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

HEILMAN et ali i (1982) realizaram um estudo

com a cultura da alfafa (Medlcago sativa L.) para obtenção

do kc sob quatro níveis de irrigaçio. Observaram uma es­

treita relaçio (r = 0 7 815) entre o kc e a porcentagem de

cobertura vegetal em todos os tratamentos.

TAN & FULTON (1980) realizando estudos para

determinaçio de kc para as culturas de batata, milho e to­

mate industrial, também observaram relaçaes de dependincia

entre o coeficiente de cultura e a porcentagem de cobertu­

ra vegetal.

Levando-se em consideraçio os componentes de

kc, e assumindo uma estreita relaçio de kc e kcb com a

ARRUDA (1989) propõe critérios práticos para de­

terminaçio do coeficiente de cultura no Estado de Sio Pau­

lo para uso em irigaçio sem restriçio hídrica. Tais pari­

metros sio assim recomendados: no dia da irrigaçio, inde­

pendente da porcentagem de cobertura vegetal, o valor que

o kc assume é sempre 1,0; apds a irrigaçio, os valores de

kc irio variar de acordo com a porcentagem de cobertura

vegetal da seguinte forma: no est�gio inicial da cultura.

quando o solo encontra-se em grande parte descoberto

< 30%) o kc assume um valor 0,3; em seguida,

quando o solo encontra-se

ja, 30% < %C.Veg.(100%,

relaçio kc = %C.V89 / 100.

parcialmente vegetado, ou sE-

o valor do kc será dado pela

Quando o solo encontra-se to-

talmente vegetado, (%C.Veg = 100%) o valor de kc ser� 1 r 0•

15

Page 36: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

ESPINOZA (1979) realizou um estudo em que

avaliou o efeito da densidade de plantio (20 v 40, 60 e 80

mil plantas por hectare) sobre a evapotranspiraçio da cul­

tura do milho irrigado. Ele concluiu que a evapotranspira­

çio aumentou com a densidade de plantio. Esse fato foi ex­

plicado pela estreita relação (r = 0,99) entre a evapo­

transpiração CET) e o Índice de área foliar <IAF} 7 deter­

minados na fase de florescimento da cultura em todos os

tratamentos.

ASSIS et ali i (i99i) mediram a evapotranspi­

raçio máxima <ETm) do sorgo CSorghum bicolor) atravis de

um evapotranspir6meto de nível de água constante. Observa­

ram que a taxa de variaçio da ETm durante o ciclo da cul-

tura, seguiu o mesmo padrio do índice de área foliar

com uma equaçio de regressio da seguinte forma:

ETm = 3,0 + 0,22IAF (r = 0,996). Segundo os autores, este

�ato, se confirmado, representaria uma grande vantagem na

avaliação da ETm de culturas. No entanto, ao se fazer uma

análise da equaçio de regressio proposta por estes auto-

res, percebe-se que ao relacionar a ETm apenas ao IAF o�

autores estio ocultando o efeito da demanda atmosférica

expresso atravis da ETo, o que trará como consequfncias

erros de estimativas da ETm para diferentes anos, princi­

palmente em regiies que apresentem oscilaç6es cl im�ticas.

Em face do exposto, parece ser mais conveniente relacionar

o IAF ao coeficiente de cultura (kc), visto que ambos sio

�unçio principalmente da planta.

16

Page 37: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.i. Local

O presente estudo foi realizado no Centro

Experimental de Campinas do Instituto Agron6mico do Estado

de Sio Paulo <IAC>. cujas coordenadas geogrificas sio

22°531S de latitude, 47°04'W de longitude, e altitude de

706 metros.

3.2. Clima

O clima regional ido tipo uCWAu

, conforme

classificaçio de Koppen, definido como inverno seco, tem­

peratura do mis mais quente superior a 22° c e do mis mais

í-rio

anual

iní-erior a 1e0c. Os valores normais de precipitaçio

sio de 1365mm, evapotranspiraçio potencial anual de

955mm, com excedente hídrico de 433mm, e deficiincia hí­

drica de 23mm, obtidos pelo balanço hídrico de THORNTHWAI­

TE & MATTER (1955), considerando-se um armazenamento de

125mm de igua no solo, conforme dados fornecidos pela Se­

çio de Climatologia Agrícola do IAC.

17

Page 38: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Os dados meteoroldgicos usados neste traba­

lho, relativos ao ciclo da cultura, estio apresentados nas

Tabelas i a 3 do Apindice. Eles foram obtidos no Posto Me­

teoroldgico instalado no CEC, sob condições padronizadas e

fornecidos pela Seção de Climatologia Agrícola do IAC.

3.3. Solo

O solo local foi classificado como latossolo

série taquaral, de acordo com a Seçio de Pedologia

do IAC.

3.3.i. Textura e Densidade

A textura do solo foi determinada através da

anil ise granulométrica, pelo mitodo da pipeta na quantifi­

caçio do teor de argila; tamisamento para a separaçio da

fração areia e, por diferença, o teor de silte, apds dis­

persio da terra fina seca ao ar <TFSA) com hidróxido de

sódio e agitaçio mecinica (CAMARGO et ali i, 1986).

A densidade global do solo, a cada 20 cm até

a profundidade de 100 cm. foi determinada utilizando-se

cHnost ras indeformadas coletadas em anéis volumétricos de

100cm3 • Para as mesmas profundidades, através do método do

picn6metro,foi estabelecida a densidade de partículas (CA-

MAR GO et a 1 i i , i 986) • Os resultados da an�l ise granulomi-

i8

Page 39: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

itrica r densidade global e de particulas r encontram-se

na Tabela 1 e foram determinados pela Seçio de Pedologia

do IAC.

Tabela i - Resultados da análise física, do latossolo ro­xo, sirie taquaral, Campinas, SP.

Areia Prof. ------------- Si1te Argila

Grossa Fina

cm 0-20

20-40

------------%-------------

16,7 17,i i3,2 14,3

Densidade

Global Partícula

'3 -------g.crn-· -------

1 r 22 2,73 2,76

3.3.2. Curva de reten�io da �gua

A curva característica de água do solo foi

determinada mediante extratores de placas porosas (RI­

CHARDS. 1956). Para tal, foram coletadas amostras indefor­

madas de solo através de anéis volumétricos de 100 cm3 pa-

ra profundidades de 25, 35, 45, 55 e 65 cm; as amostras

para a camada superficial de 0-20 cm foram preparadas em

laboratório, passando-as em peneiras de malha de 2 mm.

As amostras foram submetidas a press3es que

variaram de 0,1 a 15,0 atm, na panela e na cimara de Ri­

chards, com cinco repetiç3es para cada profundidade; de­

terminando-se por desorçio a relaçio entre umidade do solo

e o potencial matricial para cada profundidade de 0-70 cm.

Aos resultados obtidos, por camada de solo, foram ajusta-

i9

Page 40: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

das curvas do tipo propostas por VAN GENUTCHEN (1980), de

acordo com programa computacional específico desenvolvido

por DOURADO NETO et alii (1990), cuja equaçio ajustada i a

seguinte:

eo + er

e = er + ------------ (1)

Ci + (a.h) º J

sendo 8 a umidade volumitrica do solo num instante qual-

quer (cm3 .cm-3 > correspondente ao mddulo do potencial h

<cm de �gua); eo e er, sio respectivamente, as umidades

volumitricas do solo na saturaçio, e a residual correspon­

dente ao potencial de 15000 cm de igua,ambas em cm3 .cm-3,

e a,m,n sio parimetros do solo.

Os parimetros a, m, n, eo e 8r da equaçio

(i), para as diferentes profundidades do solo, encontram-

se na Tabela 2.

Tabela 2 - Parimetros da curva de retençio de �gua solo, para seis profundidades do latossolo roxo, sé­rie taquaral, segundo o modelo de Van Genuch­ten (1980).

Parimetros

Profundidade a m n ea er

cm cm.igua ---cm3.cm-3 ___

0-20 0,011493 0,404447 i,679112 0,553 0,223 20-30 0,095555 0,285200 i,398992 0,520 0,297 30-40 0,124962 0,299056 i,426647 0,561 0,265 40-50 0,ii6450 0,300133 i,428843 0,565 0,257 50-60 0,086720 0,307745 i,444555 0,556 0,259 60-70 0,084016 0,342480 i,520865 0,579 0,258

20

Page 41: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

3.3.3. Condutividade hidráulica

O valor da condutividade hidráulica do solo

CK8), em funçio da sua umidade (G) foi determinada atravis

da equaçio desenvolvida por VAN GENUCHTEN (1980). Este au­

tor relaciona a condutividade hidráulica relativa, Kr v �

curva característica de igua no solo, baseado em um modelo

desenvolvido por MUALEN (1976). Para camadas individuais

de solo, a condutividade hidr�ul ica relativa, Kr, em fun­

çio do seu conte�do de igua, é estimada por:

sendo W uma unidade admensional, dada pela equaçio:

e - er w = ----------

eo - er

(2)

(3)

em que os parimetros m, n, e, 8r e 80 sio os mesmos Ji de­

finidos na equação 1 da curva característica (Tabela 2).

Para o cilculo da condutividade hidriulica

relativa do solo em funçio de sua umidade, Kr, basta obter

o valor de W correspondente ao de 8 desejado pela eq.(3) e

aplicar na eq.(2). A condutividade hidriulica do solo em

funçio de e. K(8), i finalmente obtida, multiplicando-se

os valores da eq.(2), condutividade hidr�ulica relativa,

Kr, pela condutividade hidr�ul ica saturada do solo, Ko.

O valor da condutividade hidr�ulica saturada

do solo, Ko, determinada atravis do teste de infiltraçio

de igua no solo no local do experimento. é de 3,60 cm.h-1•

21

Page 42: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

3.4. Cultura

O cultivar de ervilha (Pisum sativum L.> se­

lecionado para o presente estudo foi o Majestic (XPC-88),

de ciclo curto. por tratar-se de uma cultura de inverno

bastante resistente �s baixas temperaturas

AGRONÔMICO, i987).

3.5. Delineamento experimental

<INSTITUTO

O delineamento experimental foi o de blocos

ao acaso com quatro tratamentos e cinco repetiçies. Os

tratamentos referiam-se a diferentes espaçamentos entre

linhas de plantio (i5, 30, 45 e 60 cm). o que correspon-

d iam, respectivamente, às populaç8es de i46; 81; 50 e 36

plantas por metro quadrado, para induzir diferenças em

irea foliar e cobertura vegetal entre as parcelas.

As parcelas, em ndmero de 20, tinham as di­

mensZes de 8 por 5 metros. e eram circundadas por uma área

tampio vegetada com ervilha, perfazendo um total de i ha.

3.6. Instalação e condução do experimento

Foram realizadas duas gradagens e uma araçio

no solo e logo após, foi passado um sulcador

distanciadas de 60 cm.

com hastes

22

Page 43: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

A semeadura foi realizada manualmente em 10

de Julho de 1991 7 em sulcos feitos com enxada na direção

com aproximadamente 5 cm de profundidade. Foram se­

meadas 30 sementes por metro linear o que corresponde. em

média 7 a 20 plantas vi�veis por metro, em todos os trata­

mentos. A emergincia ocorreu uma semana apds o plantio.

Foi realizada uma adubação� lanço nos sul­

cos, na semeadura, com 1000 kg/ha da fdrmula 4-14-8. Trin­

ta dias apds a germinação realizou-se uma adubação de co­

bertura na irea com nitroc�lcio na dosagem de 600 kg/ha.

Foram feitas duas capinas manuais, aos 15 e

aos 33 dias após a semeadura, para controle das ervas da-

ninhas. Durante o experimento, foram necess�rias duas

aplicaçies de inseticidas, sendo que a primeira delas foi

realizada para combate do tripes com uso do Folidol, e a

segunda para combate do pulgio com uso de Phosdrim. Estas

aplicaçies foram feitas aos 23 e 50 dias apds o plantio.

3.7. Balanço Hídrico

O consumo de �gua da cultura foi avaliado

através do balanço de massas em um volume de controle do

solo equivalente aos primeiros 40 cm de profundidade.

A equaçio do balanço hídrico de uma camada

de solo de profundidade z num intervalo de tempo t2 - t1,

i descrita da seguinte forma (REICHARDT. 1985):

23

Page 44: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

+- d - q +- q ).dt =fita

(_/_'P_)dt.dz s e z

.a t o t,

(4)

flu>:os de precipitação, irrigação, escoamento s1J.perficial,

evapotranspiração e drenagem profunda ou ascensão capilar

(mm.dia-i); e e representa a umidade volumitrica do solo

(cm3.cm-3). A primeira parte da equação representa os flu-

>:os de entrada e saída. O segundo membro da equação cor-

responde à variação no armazenamento da igua dentro do vo-

lume de controle T num dado período de tempo.

simplificada r

A equação 4 pode ser escrita de maneira mais

integrando-a com relação ao tempo e � pro-

f'und idade:

P + I +- R +- OS - ETr = +- A A (5)

em que AA representa a variação (em mm) nos conteJdos de

igua no solo, no volume de controle no período considera-

do.

O deflJvio superficial não foi c:ons i dE.'rado

na anilise dos componentes do balanço hídrico, devido à

pouca declividade do terreno (menos de 2%), alta velocida­

de de infiltração do solo (Ko - 36 mm.h-1), associados às

baixas precipitaç8es ocorridas e alto controle das irriga-

ç3es durante o ensaio. Assim, a expressão utilizada para a

determinação da evapotranspiração, foi:

ETr = P + I +- DS +- !A (6)

Page 45: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Na avaliação dos componentes do balanço hí­

drico, a profundidade de 40cm considerada para o volume de

controle esteve correlacionada com a profundidade efetiva

do sistema radicular da cultura, que no caso da ervilha,

segundo PIRES & WUTKE 1, limita-se aos primeiros 30cm.

3.7.i. Variaçio no armazenamento de igua no solo

A variaçio no armazenamento de igua no solo

foi estimada a partir de perfis consecutivos de umidade do

solo, obtidos entre duas irrigaçies.

Para determinaçio de 8, foi empregado o mé­

todo gravimétrlco, através de amostras coletadas com trado

nas profundidades de 0-10, 10-20, 20-30 e 30-40cm, com i::· J

repetiçies por tratamento. Após a coleta, as amostras eram

acondicionadas em latas de alumínio e secas em estufas �

i05°C por 48 horas. Para a estimativa do armazenamento de

�gua no solo (A), foi empregada a fórmula:

A = e . Z (7)

em que i é a umidade média do perfil do solo (cm3 .cm-3)

até a profundidade Z igual a 40cm.

A variaçio nesse armazenamento ( 4A> num pe­

ríodo t2- t1 foi determinada por:

(8)

i.Pires, R.C.M. & WUTKE,E.B. <IAC, Instituto Agron6mico deCampinas) Comunicaçio pessoal, 1991.

25

Page 46: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

em que A1 e A2 sio os armazenamentos de �gua rio solo

nos tempos considerados.

(mm)

3.7.2. Precipitaçio pluvial e irrigação

A precipitaçio pluvial foi obtida com dados

di�rios observados em um pluvi6metro situado prciximo �

irea cultivada.

As irrigaçges foram realizadas por meio de

aspersores instalados na irea r no espaçamento de 12 por

iBm, cujas vazões eram medidas atravis de um hidr6metro

instalado na linha mestra de aduçio. O controle das irri-

gações foi feito por meio de tensi6metros e amostragens

gravimitricas do solo, e iniciadas quando a tensio de igua

no solo na zona das raízes (15cm) atingia 0,06 MPa.

As liminas aplicadas foram suficientes para

elevar a umidade do solo � capacidade de campo. Nas parce-

las específicas para o balanço hídrico, as lirninas de ir-

rigaçio foram medidas atravis de pluvi6metros instalados

nas mesmas.

3.7.3. Drenagem profunda

fundidade

Os fluxos verticais de �gua no solo na pro­

limite (Z) do volume de controle. foram estima-

dos. diariamente, a partir da equaçio de Darcy:

26

Page 47: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

qz = -K<e>-j!- <9> em que q2 é o fluxo vertical r ascendente ou descendente r

em cm3.cm-2.dia-1; K(8) i a condutividade hidr�ulica em

função d . d d d 1 d· -i at a um I a e o so o r em mm. 1 a · ; --ã;--- é o gra-

diente de potencial hidr�ulico em cm.cm-1.

O potencial matricial e a condutividade hi­

driulica de cada camada de solo foram calculados a partir

da medição da umidade do solo 7 da curva característica e

da relação K <e>.

Diariamente, determinou-se um valor médio da

condutividade hidr�ulica, da seguinte forma:

I< <eu + K (e2) K(8) = -------------- (10)

A drenagem total em determinado período foi

calculada por::

(ii)

em que DS é a drenagem total no período <mm); q 2 , o fluxo

de agua na profundidade Z = 40cm; e At, o

dias entre duas amostragens.

3.7.4. Evapotranspiraç:ão real (ETr)

intervalo em

A evapotranspiraçio real da cultura <ETr)

dos tratamentos submetidos ao balanço hídrico de campo,

foi calculada a partir da resolução de cada um dos elemen­

tos da eq.(6); sendo que ETr foi a incdgnita em determina­

ção.

27

Page 48: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

3.8. Evapotranspiração de referência <ETo)

Para determinação da evapotranspiração de

referincia (mm.dia-1) foram utilizados dados meteoroldgi­

cos relacionados aos seguintes mitodos:

3.8.i. Mitodo do Tanque Classe A <ET0

A>

A evapotranspiração de referincia medida

através do tanque Classe A (ET0

A), em mm.dia-1, foi esti­

mada pelos resultados da evaporação do Tanque Classe A

<Etanque>, pela relação <DOORENBOS & KASSAN, 1979):

EToA = Etanque · kp

em que Etanque i a evaporação do Tanque Classe A

(12)

(mm.

dia-1) representada pelo valor médio diirio do período

considerado, kp é o coeficiente do tanque que foi determi­

nado a partir do valor da velocidade média do vento, da

umidade relativa do ar. e das condiç3es de exposição do

tanque. O valor do kp foi calculado diariamente durante

todo o ciclo da cultura.segundo DOORENBOS & PRUITT (1977).

3.8.2. Método de Penman Modificado <EToPn*> <VILLA

NOVA & OMETTO, 1981)

Este método e uma versão do método de Penman

(1948) r modificado e adaptado para o Estado de São Paulo

28

Page 49: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

por VILLA NOVA & OMETTO (1981). Esta versão é indicada pa-

ra ireas em que se dispie de dados de temperatura média

diiria <T> em 0c. dura,io média real de insola,ão (n) em

h.dia-1 e evapora,io diiria medida em evaporímetro de Pi­

ché <Pi).

através deste método (EToPn*>. representa o valor médio em

mm/dia do período considerado, e é obtida através da se­

guinte rela,io:

EToPn* = (13)

4 + y

Os coeficientes de ajuste para o termo ener-

A sético <------->. sio valores expressos em funçio da tem-

A + y

peratura em graus centígrados; são apresentados em forma

de tabelas em OMETTO (1981).

nível

O termo H significa a energia líquida dispo­

sobre superfícies vegetadas. Nesta simplificação do

método de Penman (1948), os pesquisadores indicam duas

equaçies para estimativa do balanço de energia, sendo uma

para o período primavera - verão e outra para o outono/

inverno. Para o presente estudo, conduzido no período de

Julho a Setembro, adotou-se a equaçio utilizada para de­

terminação do termo energético, correspondente ao período

outono - inverno.

n Hoi = Go[0.i7 + 0,ii------J

N (14)

29

Page 50: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Sendo Qo a radiação solar global no topo da

atmosfera em mm/dia. N o n�mero miximo de horas de brilho

solar e n o n�mero de horas de sol ocorrido naquele dia.

3.9. Coeficiente de cultura

O coeficiente de cultura kc � obtido pela

ETr kc = ----­

Elo

(15)

em que ETr é a evapotranspiraçio real medida no tratamento

de irrigação e ETo a evapotranspiração de referincia, que

depende exclusivamente das condiçies climiticas.

Virios mitodos podem ser adotados na sua de-

terminação, dependendo da forma de obtenção da ETo. No

presente estudo, eles foram estimados, indiretamente, pela

evaporação do tanque Classe A e método de Penmam Modifica­

do r e diretamente, atravis do balanço de igua no solo

(ETr).

3.10. Cobertura vegetal

A cobertura vegetal foi determinada util i­

zando-se o método da corda descrito por SLONEKER & MOLDE-

NHAUER (1983). Para tanto, utilizou-se uma corda com 100

pontos assinalados a cada 10cm ao longo do seu compri­

mento, a qual era estendida no topo das folhagens formando

30

Page 51: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

um ingulo de 45º em rela,io às linhas de plantio; o ntlme­

ro de pontos cuja projeçio horizontal coincidia com as

representava. diretamente, o valor da

porcentagem de cobertura vegetal. Essas medi,ies foram

realizadas em per{odos que variaram de 5 a 22 dias. com

duas medi,ões por parcela; o que resultava em 10 repeti­

,ões por tratamento.

3.11. índice de área foliar

O índice de área foliar (IAF) refere-se à

irea da superfície da folha ocupada por unidade de irea da

superfície do solo. As coletas das plantas para a determi­

na,io do IAF foram realizadas em intervalos de quinze

dias. durante o ciclo da cultura. Para medi,io da área fo-

liar da cultura, foi utilizado um perfurador de folhas.

com o qual foram tomadas amostras (discos de tecido fo­

liar) postas à secagem em estufa de ventilaçio for,ada. a

uma temperatura de 70° C, até que atingissem peso constan­

te. O IAF foi determinado, relacionando-se o peso da mati­

ria seca da irea conhecida dos discos de tecido foliar com

o peso da matiria seca restante. de acordo com recomenda­

ções de BLACKMAN & WILSON (1951).

31

Page 52: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

3.12 Altura de plantas

As alturas das plantas foram medidas ao lon­

go do ciclo da cultura, tomando-se a distãncia entre o to­

po das folhagens e a superfície do solo.

3.13. Fitomassa e produção final

Em todos os tratamentos foram feitas as ava­

l iaç&es de acdmulo de matéria seca da cultura. As amostra­

gens de plantas para an,lise de fitomassa foram realizadas

durante o ciclo da cultura, amostrando-se a parte aérea de

1,0 m de linha de plantio por parcela. O material colhido

era pesado depois de seco� 60°C por 2 a 3 dias.

A mediçio final da produçio foi feita em uma

�rea de 12,0 m2 por parcela. Foram retiradas amostras de

plantas para determinaçio do ntlmero de plantas por irea e

PESO de 1000 sementes <EVANS, 1972).

Também foi determinado o índice de colheita

(IC), que é a relaçio entre a produçio final de grios e a

matéria seca total. para todos os tratamentos.

A colheita em todas as parcelas foi realiza­

da aos 62 dias apds a emergincia.

32

Page 53: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

4. RESULTADOS E DIScussao

4.i. Desempenho da cultura

4.i.i Fitomassa

Na Figura i. encontram-se os resultados da

evoluçio de matéria seca na parte aérea para os quatro

tratamentos de populaçies da ervilha irrigada. Os resulta-

dos se mostram variíveis em todos os tratamentos. apesar

do tamanho da amostra coletada (5 metros de

plantas por tratamento).

linhas de

A acumulação da matiria seca aumentou sempre

durante todo o ciclo. em funçio dos níveis populacionais;

os maiores valores ocorreram com os de altas densidades.

Porim, as diferenças observadas em cada data nio seguem as

mesmas proporçies em relação às densidades populacionais.

No final do ciclo. nio houve uma tendincia

de establlizaçio na acumulaçio da matiria seca em nenhum

dos tratamentos. Esse fato é mais evidenciado nos trata­

mentos de maiores n{veis populacionais. O padrão de acumu­

laçio verificado, possivelmente, seja resultado da grande

33

Page 54: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

<

(/)

<

"'W

600

- 146 pl/m2

-t- 81 pl/m2

600 � 50 pl/m2

-B- 36 pl/m2

400

300

200

100

OL-----.l....---=-.1...------L----'--------'--------L...--____j

o 10 20 30 40 50 80

DIAS APÓS EMERGÊNCIA 70

Figura i. Actlmulo de matiria 'i

seca (g/m�> ao longo do

ciclo de desenvolvimento da cultura da ervi-

lha, para as diferentes populaç3es, no ano

de 1991, Campinas, SP.

Page 55: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

precocidade da cultura (69 dias), exacerbado pelo plantio

tardio e pelo período quente e seco ocorrido no final do

ciclo.

A precocidade no ciclo da cultura foi maior

nos dois tratamentos de maior densidade populacional, ten­

do a sua colheita sido realizada com 4 dias de antecedin-

Por fim. foram obtidas, através da an�l ise

de regressão linear, as equaç3es que descrevem o ac�mulo

de matéria seca da ervilha ao longo do tempo, para as di-

ferentes densidades populacionais (Tabela 3). O modelo li­

near foi selecionado em virtude de os resultados não de­

monstrarem o típico formato sigmdide da curva de cresci­

mento.

Os coeficientes de correlação obtidos para

cada equação mostram que houve correlação altamente posi­

tiva para todos os tratameMtos. Desta forma, as equaç�es

obtidas poderão ser utilizadas para as estimativas do actl­

mulo de matéria seca, quando forem considerados períodos e

condiç3es experimentais similares �s do presente estudo.

As taxas médias de ac�mulo de matéria seca ou taxa de

crescimento da cultura, foram de 4,66; 6,0; 8,6 e 9,88

g.m-2.dia-1, respectivamente para as densidades populacio-

nais de �

36, 50, 81 e 146 plantas/m�. mostrando

efeito dos tratamentos.

o forte

35

Page 56: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 3 - Equaç:Ses de Fegressao lineaF paFa os tFatamen­t os de difeFentes densidades populacionais da cultuFa da eFvilha. paFa o ano de 1991 em Cam­P inas, SP. M é a matér· ia seca t9tal (g/m;.:?.) e té o n�meFo de dias apds a emergencia <DAE>.

TFat é,ment o Equação Fegressão linear Coef.Cor-relaç:ão r)

p 1/m"-

146 M :::: 9r88 t 126.3 0 ,. 9812 B:I. M = 8,60 t - 127.5 0,9717 50 M = 6,00 t - 97.8 0 ,, 9895 36 M = 4 ,. 66 t 76.3 0 ,, 9897

-----------------------------------------------------------

4.1.2. Altura de plantas

Houve evolução normal da altura de plantas

durante todo o ciclo para todos os tratamentos, conforme

pode ser visto pela Figura Com exceção do tratamento de

alta densidade populacional (146 plantas/m2 >. não foram

acentuadas as diferenças de altura de plantas, desde o

início até o final do ciclo, entre os outros tratamentos.

Os valores miximos atingidos de altura de

plantas para todos os tratamentos ocorreram no início da

formação da produção, aos 40 dias apds emergincia, atin-

gin-do resultados que variaram de 25 a 30 cm, entre trata-

mentes.

No final do ciclo. houve uma queda acentuada

da altura de plantas, em todos os tratamentos, resultado

do acamamento das plantas que se iniciou no final do esti­

gio de formaçio da produçio. quando as vagens atingiram

pesos rnaiore:s.

36

Page 57: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

<

<

<

36-------------------

30

25

20

16

10

6

o

- 146 pl/m2

+- 81 pl/m2

4- 50 pl/m2

-B- 36 pl/m2

o 10 20 30 40 60 80 70 .- A

DIAS APOS EMERGENCIA

Figura 2. Altura de plantas (cm>, ao longo do ciclo de

desenvolvimento da cultura da ervilha, para

as diferentes populaç�es. no ano de 1991,

Campinas, SP.

37

Page 58: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

4.1.3. Índice de área foliar <IAF>

A variação do IAF ao longo do ciclo de de­

senvolvimento da ervilha i mostrada na Figura 3.

A evoluçio do IAF acompanhou, durante todo o

a diferença dos níveis populacionais entre trata­

mentos. Apesar desta proporcionalidade, os valores m�ximos

atingidos entre os tratamentos nio foram diretamente pro-

porcionais, sendo de 1.6; 2.3� 4,3 e 5,5 respectivamente,

para as densidades populacionais de 36, 50, 81 e 146 plan-

� tas/m�

tamentos,

Os valores miximos de IAF, em todos os tra­

foram alcançados no início do estigio de forma-

�io da produçio.

Constatou-se que, apesar de o IAF ter atin-

gido um valor acima de 5 para o tratamento de maior densi­

dade populacional, a cobertura vegetal nio se encontrava

completa.

O IAF presente nas plantas mostrou uma redu­

çio no terço final do ciclo atingindo valores m�dios para

as densidade populacionais de 146, 81,

respectivamente de 3,0; 2,5; 1,4 e 1,2.

� 50 e 36 plantas/m�.

38

Page 59: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

9,----------------------------

-- 146 pl/m2

-+- 81 pl/m2

6 � 50 pl/m2

-B- 36 pl/m2

4

� 3

2

1

º,..__ _ __..__ __ .....__ _ ___.__ __ ...___� __ _.__ ___

10 20 30 40 50 60 70 , .......

DIAS APOS EMERGENCIA

Figura 3. índice de irea foliar ao longo do ciclo de

desenvolvimento da cultura da ervilha, para

as diferentes populaçies, no ano de 1991,

Campina�; T SP.

39

Page 60: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

4.1.4. Cobertura vegetal

A evoluçio da cobertura vegetal ocorrida nos

tratamentos de diferentes níveis populacionais i mostrada

na Figura 4. As diferenças populacionais. entre os trata­

mentos. induziram diferenças de cobertura vegetal ao longo

de todo o ciclo da cultura. Apesar da alta densidade popu-

lacional imposta pelos tratamentos, nenhum deles atingiu a

cobertura vegetal completa.

Para os dois tratamentos de maiores densida-

des populacionais. esperava-se que. durante boa parte do

ciclo, fossem alcançados índices de cobertura vegetal com-

pleta. Os maiores valores atingidos em todos os tratamen-

tos ocorreram entre a fase final do florescimento e início

da formação da produçio, valores estes de 92, 82, 56 e

48%, respectivamente, para os tratamentos de densidades

� populacionais de 146, 81, 50 e 36 plantas/m�.

No final do ciclo, houve um decriscirno da

cobertura vegetal em todos os tratamentos, porém nos dois

tratamentos de maiores {ndices populacionais este decris­

cimo foi bem mais acentuado que nos outros. Este fato pode

ser justificado por diversos fatores, dentre eles, o menor

tamanho das folhas. a senescincia precoce e possivelmente

por um stress hídrico imposto tanto pelo manejo, quanto

pela demanda atmosférica maior deste período final (Tabe­

las 1,2 e 3 em APiNDICE).

40

Page 61: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

• ... •

...

100-------------------

80

60

40

20

- 146 pl/m2

-+- 81 pl/m2

-+ 50 pl/m2

� 86 pl/m2

o ...__ __ __._ ___ ,.__ __ __._ ___ .__ __ ___.__ ___ .__ __ ....,

o 10 20 30 40 60 60 70

dias após emergência

Figura 4. Cobertura Vegetal (%) ao longo do ciclo de de-

senvolvimento da cultura da ervilha, para as

diferentes populaçies, no ano de i99i, Campinas.

41

Page 62: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

4.i.5. Produção final

Na Tabela 4 r encontram-se os resultados de

produção final de grãos obtidos com os tratamentos de di­

ferentes níveis populacionais. A produção variou de 2557

kg/ha para o tratamento de maior densidade populacio­

nal, ati 1258kg/ha para o de menor. Segundo o INSTITUTTO

AGRONÔMICO (1987), a produtividade normal esperada, de-

pendendo de um bom manejo da cultura e das condições cli­

m�ticas favoriveis, varia de 1500 a 3000 kg/ha. WUTKE et

<':ilii (1990 e 1991) desenvolveram estudos com diferentes

cultivares de ervilha, s.ob irrigação, para as condições do

Estado de São Paulo. As produtividades m�ximas alcançadas

pelo cultivar Majest ic, variaram de 1673 a 1860 Kg/ha.

Portanto, a produtividade do presente estudo pode ser con­

siderada bastante satisfatória para condições irrigadas.

A baixa precipitação ocorrida no ano de.1991

não teria permitido uma produção econBmica da cultura sem

o auxílio das irrigações.

O aumento na produtividade de grãos por tra­

tamento em relação à menor densidade populacional (36

plantas/m2) foi respectivamente de 103, 41 e 17 % para as

'')

densidades de 146, 81 e 50 plantas/m�.

Os resultados do efeito isolado da densidade

populacional sobre alguns componentes da produção encon­

tram-se na Tabela 5.

42

Page 63: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 4 - Produç:io final de grios (kg/ha) para a cultura da ervilha, nos diferentes tratamentos, para o ano de 199i, Campinas, SP.

Tratamento pllm2

I

Repetiç:Ões II III IV V

Produção média

-------------------kg/ha----------------------146 2532 3069 2993 2319 1867 2556 a

8i 2512 1597 1340 1430 1996 1775 b

�j0 i847 1056 i577· 1549 1312 1468 bc 36 2089 972 1135 1151 943 1258 e

Obs: Índices literais idênticos não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5%.

Tabela 5 - Componentes da produção para a cultura da ervi­lha, nos diferentes tratamentos, para o ano de 1991 em Campinas, SP.

Peso de 1000 Produç:io de Tratamentos grios grãos**

Massa seca Índice de total colheita

,, -----g/planta---- ---%--p 1 /m c- ---g---146 140,38 1 ,.75 3,49 50,00

B1 136,32 2 ., 19 5, 15 42 ,, 50 50 132,78 2 ,. 94 5,59 52,60 :➔6 140, 10 3,49 6, 16 56,70

** grãos com 0% de umidade

Observa-se que, � medida que se aumentou a

densidade populacional houve um decréscimo, tanto para a

produção de grãos por planta quanto para o ac�mulo de mas-

sa seca total por planta. Os resultados obtidos indicam

que quando se aumenta a densidade populacional, atinge­

se um ponto no qual as plantas começam a competir por

alguns fatores essenciais de crescimento, tais como nu­

luz e isua, resultando, desta forma. num decris­

c imo da produç:io por planta.

43

Page 64: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

lheita

Quando se faz uma an,lise do índice de co­

(IC), observamos a conversão da matéria seca total

em produçio. Neste estudo, quanto maior foi a densidade de

semeadura, menor foi o IC. Portanto, os valores gerais

prdximos de 50¼ indicam uma excelente conversão da matéria

seca total em produção, quando comparada a outras culturas

de grios. Logo, nas condiçies deste ensaio, o rendimento

por unidade de área aumentou com o aumento da densidade de

semeadura, visto que a redução na conversão de massa seca

em produção, ou mesmo a menor produção de grãos por plan­

ta, foram amplamente compensados pelo aumento no n�mero de

plantas dos tratamentos.

Ao se fazer uma análise do peso de 1000

grãos por densidade de semeadura, constatou-se que a va­

riabilidade deste parimetro ocorrida entre tratamentos,

não esteve relacionada l densidade de semeadura, de forma

c onsistente.

4.2. Balanço hídrico

O balanço hídrico de campo foi efetuado para

os tratamentos com densidades de plantio de 146, 50 e 36

plantas/m2 , a intervalos de tempo de acordo com os per10-

odos de irrigação, desde o final do estágio de desenvolvi­

mento vegetativo até o final do ciclo da cultura. Os re­

sultados obtidos sio apresentados nas Tabelas 6 a 8.

44

Page 65: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 6 - Componentes do b alanço hídrico de campo - pre­cipitação. lrriga�io, variação do armazenamento de ,gua no solo (jA). drenagem profunda e eva­potranspiraçio real (ETr) na cultura da ervi­lha, para o tratamento de densidade de semeadu­ra de 146 plantas/m2, Campinas. SP.

Período

--dias--

01-05/807-13/815-19/821-26/8��8/8-2/904-09/9ii-16/9

Precipitação Irrigação Dren.Prof. ETr

----------------------mm------------------------

0,0 28,0 12,25 0 7 j,6 15,59 3,2 28 ,. 0 8,89 0,09 22,25 0,0 28 ,. 0 9,67 -0,04 18.37 0,0 30,0 2,62 0,50 26,88 0,0 30,0 0.32 -0,07 29,75 0,0 20,0 -6,04 -0. 16 �:5 T 8 i 0,0 20.0 -0,08 -0,27 20,35

Tabela 7 - Componentes do balanço hídrico de campo - pre­cipitação, irrigaçio, variação do armazenamento de igua no solo (!A>, drenagem profunda e eva­potranspiração real (ETr) na cultura da ervi­lha, para o tratamento de densidade de semeadu­ra de 50 plantas/m2, Campinas, SP.

Período

--dias--

01-05/807-13/815-i9/821-26/828/8-2/904-09/9ii-16/9

Precipitação Irrigação Dren.Prof. ETr

----------------------mm------------------------

0,0 28,0 i4 ,. 84 0,56 i2,60 3,2 28,0 4,96 0,04 26,20 0,0 28,0 i0,48 0, 17 i7,35 0,0 30,0 6,43 0,39 23,18 0,0 30 ,. 0 1,48 0,48 28,04 0,0 20,0 -1,16 0,01 2i,i5 0,0 20,0 2 ,, 66 0,05 i7,2<.?

45

Page 66: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 8 - Componentes do balanço hídrico de campo - pre­c ipitação, irrigaçlo. variação do armazenamento de igua no solo ClA>, drenagem profunda e eva­potranspiração real (ETr) na cultura da ervi­lha, para o tratamento de densidade de semeadu­ra de 36 plantaslm2, Campinas, SP.

Período

--dias--

0i-05/807-13/8i5-i9/821-26/828/8-2/904-09/9ii-16/9

Precipitação Dren.Prof. ETr

----------------------mm------------------------

0,0 28,0 14,20 3,2 28,0 5,69 0.0 28,0 ii,49 0,0 30,0 8,89 0,0 30,0 2,70 0,0 20.0 -2.220,0 20,0 2,66

0,33 0,49 i r i i 0,29 i,63 0,43 i,3i

i2,67 25,02 15,40 20,82 25,67 2i,79 i6,03

A contribuiçio de igua no ensaio, deu-se ba­

sicamente pela irrigação, visto que, durante todo o perío-

do do ensaio, foram registrados apenas 3,2 mm de precipi­

tação (Tabelas i, 2 e 3 em APiNDICE). A componente irriga­

ção <I> pode ser considerada como a responsivel pelos me­

nores erros ocorridos para os intervalos do balanço, pois

durante todo o ensaio, foram feitas apl icaç5es moderadas

d 'igua permitindo, assim, uma redução nas perdas d'igua

por drenagem profunda.

A variação do armazenamento <AA> foi estima-

da a partir de perfis consecutivos de umidade em volume

entre 2 irrigaçies, por meio de amostragens de solo (ítem

3.7.i). Analisando-se as variaçies de armazenamento entre

os tratamentos, percebe-se ter sido esta componente do ba­

lanço hídrico. a que mais afetou os resultados do consumo

de �gua. Certamente, este �ato i devido � variaçio do ar-

46

Page 67: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

mazenamento de igua no solo estar diretamente ligada ao

teor de umidade e tensão de igua no solo .

As perdas de �gua por drenagem profunda. nos

intervalos analisados, foram muito pequenas, e reduziram­

se � medida que se aumentou a densidade populacional. Este

fato pode ser explicado pelo alto controle das irrigaçies

e a nio interferência das chuvas durante todo o ensaio.

Os dados de evapotranspiração real <ETr)

acumulada, desde o início do florescimento até o final do

ciclo para os tratamentos da ervilha, variaram de 121,2 a

99,7 mm, mostrando que houve efeito entre as densidades de

semeadura. Estes dados em termos de valores midios dii-

rios, foram de 3,6; 3,8 e 4,3 mm/dia para as densidades de

semeadura de �

36, 50 e 146 plantas/m�, respectivamente.O

aumento da ETr por tratamento em relaçio ao de menor den-

sidade de semeadura foi de 5,5 e 19,4%, respectivamente.

� para as densidades populacionais de 50 e 146 pl/m�.

O maior valor médio de ETr foi

mm/dia para o tratamento de maior densidade de semeadura,

no estigio reprodutivo, provavelmente, pelo fato de a co­

bertura vegetal e IAF terem atingido os seus valores mixi-

mos, fatores estes que expiem as plantas a uma maior perda

de igua para o ambiente, e tambim, conjuntamente, pelo au­

mento das taxas de evapotranspiraçio de referincia (ETo).

No final do ciclo, o aumento da ETo nio cor-

respondeu, em aumento proporcional da ETr, para nenhum dos

47

Page 68: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

tratamentos. Este fato, provavelmente, ocorreu como resul­

tado de um efeito contririo da reduçio no IAF (Fig. 3).

porcentagem de cobertura vegetal (Fig. 4) e pelo início da

senescincia da cultura. Porém, o tratamento de maior den­

sidade de semeadura apresentou uma taxa de ETr superior �

dos demais, possivelmente, pelos superiores Índices de co­

bertura vegetal e IAF alcançados pelo mesmo em tal perío­

do.

4.3. Coeficiente de cultura

No presente estudo, os valores do coeficien­

te de cultura para os tratamentos de diferentes níveis po­

pulacionais referem-se ao valor basal (kcb). O coeficien­

te de cultura foi medido 24 horas apds as

quando o suprimento de igua é adequado à planta, porém a

superfície do solo é seca (BURHAN et ali i, 1980; WRIGHT,

1982).

A diferença nos coeficientes de cultura ba­

sal (kcb) entre os tratamentos de densidades de semeadu-

ra diferentes, determinados pelo método de Penman modi-

ficado, do início do florescimento até a maturaçio da er­

vilha, encontram-se na Figura 5.

Observando-se os valores de kcb (Figura 5),

nota-se que estes acompanharam as diferenças de nível po-

pulacional imposta pelos tratamentos, sendo os valores

48

Page 69: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

1.2 ,-------------------------

1

0.8

0.6

0.4

0.2 - 146 pl/m2

� 50 pl/m2

-B- 36 pl/m2

o ....__ _ __,____ ...___ _ _...___ ,...__ _ ___.__ __ ,...__ _ __,

10 20 30 40 60 60 70 ,fc A.

DIAS APOS EMERGENCIA Figura 5. Coeficiente ae cultura basal, calculado pelo

método do Penman modificado kcb(Pn•> desde o

início do florescimento até o final do ciclo

da cultura da ervilha, para as diferentes po­

pulaçies, no ano de 1991, Campinas, SP.

49

Page 70: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

maiores relativos às maiores densidades populacionais.

Desta forma, os valores estacionais médios de kcb para os

diferentes tratamentos, do início do florescimento até a

colheita da ervilha, variaram de 0,82; 0,77 e 0,73, res-

pectivamente, para as densidades populacionais de 146, 50

� e 36 plantas/m�.

Os maiores valores de kcb foram atingidos em

todos os tratamentos no período de formaçio da produçio,

posteriormente à ipoca em que a �rea foliar da cultura

atingiu o valor miximo. Estes valores variaram de 0,97;

0,92 e 0,84, respectivamente, para as densidades popula-

� clonais de 146, 50 e 36 plantas/m�.

No ter�o final do ciclo, houve uma queda

acentuada nos valores de kcb para todos os tratamentos e,

basicamente, nio houve diferença significativa entre os

mesmos. Este fato, provavelmente, aconteceu devido à redu­

�io na irea foliar e cobertura vegetal, alim da ocorrincia

de stress hídrico provocado pelo aumento das resistincias

internas ao fluxo de �gua decorrente da senescincia preco­

ce, acamamento e também da alta demanda evaporativa causa­

da pelos baixos valores de umidade relativa (Tabelas 1, 2

e 3 em APiNDICE>. Tendincias similares �s descritas acima,

foram observadas por EL NADI (1974) para as culturas de

algodio e lab-lab, para as condiç8es do Sudio.

Os valores médios de kc propostos pela FAO

<DOORENBOS & KASSAN, 1979) variam durante todo o ciclo

50

Page 71: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

para a cultura da ervilha de 0,8 a 0,95, sendo superiores

aos aqui determinados. Estes valores recomendados nio le­

vam em conta diferenças culturais,tais como as densidades

populacionais da cultura impostas pelo presente estudo,

bem como a ipoca do ano de cultivo; alim do que os valo­

res de kc propriamente dito, sio valores integrados. muito

dependentes do manejo de ,gua.

Uma comparaçio entre os resultados de kcb

determinados para os diferentes tratamentos foi feita en­

tre os dois m�todos utilizados para a determinaçio da ETo:

mitodo de Penmam modificado e do tanque Classe A. A Tabela

9 apresenta essa comparaçio para 5 diferentes períodos du­

rante o ciclo da cultura da ervilha.

A grande discrepincia existente entre os va­

lores de kcb para os mesmos tratamentos e períodos expli-

ca-se pela inconsistência existente entre os valores de

ETo determinados pelos mitodos do tanque Classe A e Penmam

modificado. Este fato demonstra a inter-relaçio existente

entre o valor do kc e o mitodo de determinaçio utilizado­

para a evapotranspiraçio de referência que lhe deu origem.

51

Page 72: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 9 - Coeficientes de cultura basal (kcb) para tris diferentes densidades populacionais da ervilha. calculados pelo mitodo de Penmam modificado (Pn*> e tanque Classe A (C.A.>. em cinco dife­rentes períodos do inverno de i99i, Campinas, SP.

ETo Períodos e.A. Pn*

-·-mm/dia--i5-i9/8 3,49. 4,68 21-26/8 3,75 4,5i;;.!8/8-2/9 3,70 5. i004-09/9 3,59 5,59:l.i-·16/9 3,59 5,68

'") i46pl/m"-

C.A. Pn*

i,05 0,78 i,19 0,99 i ,.34 0,97 1,20 0,64 0,94 0,60

'")

50p1/m"-

C.A Pn*

0,99 0,74 i,03 0,86 i,26 0,92 0.98 0 ,. 63 0,80 0,51

'") 36p 1 /mr.-

C. A. Pn*

0,88 0,66 0 ,.93 0 ,. 77

1,i6 0,84 i ,.0i 0,65 0,74 0,47

---------------------------------------------------------�-

4.3.i. Relação entre o coeficiente de cultura ba­

sal, a porcentagem de cobertura vegetal e o

índice de área foliar.

O valor do coeficiente de cultura basal em

funçio do tempo variou com os tratamentos. Portanto, cer­

tamente deve variar com outras práticas culturais que afe-

tem o porte da planta. Melhor seria se kc fosse expresso

em termos de algum parimetro da planta, que expressasse o

crescimento do dossel vegetativo e a exposiçio da su-

perfície evapotranspirante ao ambiente. Para tal. foram

selecionados dois parimetros: porcentagem de cobertura ve-

geta1(i.CVeg) E índice de área fol iar(IAF).

Para determinaçio das relaç3es entre os coe­

ficientes de cultura basal (kcb), a porcentagem de cober­

tura vegetal e o indice de área foliar (IAF) foi selecio-

52

Page 73: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

nado o intervalo de tempo correspondente ao período de

crescimento ativo da ervilha, ou seja, de 30 a 49 dias

apds a emergincia. Esta escolha i Justificada pelo fato de

ocorrer um decriscimo nos valores de kcb no final do ciclo

(Figura 5>. resultado da elevada demanda hídrica com umi­

dade relativa mínima ao redor de 30% <Tabela 3, Apindice>

e acamamento (Figura 2). que. certamente, promoveram a

ocorrincia de dificit hídrico, e pela senescincia durante

estes dias finais com amarelecimento das folhas e reduçio

na irea foliar ativa (Figura 3), fatos estes que nio =v­sc.,,

pressam o coeficiente de cultura basal. Infelizmente. co­

mo a variedade da ervilha estudada apresentou um ciclo

bastante curto. o período amostrado com crescimento ativo

da cultura foi reduzido. Normalmente, o período ativo i

predominante no ciclo da cultura.

A relaçio entre o coeficiente de cultura ba­

sal (kcb) para os tratamentos de diferentes densidades po­

pulacionais, em funçio da cobertura vegetal, i mostrada na

Figura 6.

No presente estudo, foi feito um ajuste aos

dados da Figura 6, atravis de programa computacional es-

pecífico (ZULLO Jr & ARRUDA, í987), obtendo-se como mo-

delo representativo da relação entre kcb e a porcentagem

de cobertura vegetal (%CVeg.). a seguinte equaçio:

(i6)

O coeficiente de correlação de 0.85 confirma

53

Page 74: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Jl

1.2 ------------------------.

1 -

o.a ....

0.8 .....

0.4 ...

0.2-

o

o

Fig1.1Fa 6.

+ + +

++

++ +

+

1 1 1 1

20 40 60 80

%C.Veg.

Coeficiente de cultura basal y calculado pelo

método de Penman modificado kcb(Pn•> (Fig.5),

em função da cobertura vegetal (Fig.4). pa­

ra o intervlo de 30 a 49 dias após a emerg&n­

cia, no ano de 1991, Campinas. SP.

100

54

Page 75: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

a existincia de correlaçio entre as duas variiveis. Também

indica a possibilidade de previsio de kcb pela avaliação

do dossel da cultura.

Analisando-se ainda a Figura 6, observa-se

que até aproximadamente 60% de cobertura vegetal, o valor

do kcb variou de forma linear e crescente com a %CVeg,

atingindo um valor m�ximo pr6ximo � 0,9; a partir de en-

tão, houve uma tendincia de estabilizaçio no valor do kcb

em torno de 0 r95 a 1,0 até o ponto em que o solo encontra­

va-se quase totalmente vegetado.

�xiste similaridade entre esta relação de

kcb e porcentagem de cobertura vegetal aqui determinada,

e os critérios prit icos para determinação de kc proposto

por ARRUDA (1989), apesar de os valores de kcb determina-

dos no presente estudo serem um pouco mais elevados. A me­

todologia em questão parece ser bastante superior ao sim­

p les uso de valores de tabelas como. por exemplo, os da

FAO <DOORENBOS & PRUITT, 1977), amplamente adotados.

A existincia de estreita relação entre kcb e

a porcentagem de cobertura vegetal para a ervilha apresen-

ta concordincia com os resultados obtidos por GOLDBERG

(1967) e HEILMAN (1982),

de amendoim e alfafa.

respectivamente, para as cultura

A relação entre o coeficiente de cultura ba-

sal (kcb) para os tratamentos de diferentes densidades po-

55

Page 76: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

pulacionais, em funçio do índice de �rea foliar é mostrada

na figura 7.

Os resultados observados com o IAF sio mais

vari,veis do que os obtidos com a porcentagem de cobertura

vegetal. Possivelmente, isto ocorreu pelo fato da porcen-

tagem de cobertura vegetal melhor representar os aspectos

físicos do dossel em relaçio a sua exposiçio. principal-

mente. � radiaçio solar e ao vento, no processo de perda

d •�gua pela transpiraçio.

Analisando-se a Figura 7. constatou-se um

ponto que se apresentou inconsistente com relaçio aos de­

mais. Este ponto refere-se ao valor do kcb obtido no pri­

meiro período de amostragem no tratamento de maior índice

populacional. Nio hi uma expl icaçio plausível para ocor-

rincia de tal discrepincia. Este fato aliado à carincia de

informaç6es na faixa que ele representa (IAF entre 2,5

4,5), dificultou o ajuste de uma equaçio geral para a re­

laçio investigada.

Num esforço de se quantificar os dados obti­

dos, optou-se pela representação parcial dos dados ati o

IAF igual a 3, visto que, ati esse ponto, a relaçio entre-

kcb e IAF apresentou um aumento prdximo ao linear, e a

partir de entio, os valores de kcb tenderam a se estabi-

lizar ao redor de 0,95 a i,0. Para os dados ajustados.

foi obtida a seguinte equaçio de regressio 1 inear:

(17)

56

Page 77: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

i

1.2 -----------------------

1 -

0.8

0.8

0.4 ...

0.2 -

o

o

Fig1.ffa 7.

+ +

+

+ +

++

+

1 1 1 1 1

1 2 3 4 6

IAF

Coeficiente de cu 1 t ura basal, calculado pelo

mitodo de Penman modificado kcb(Pn•> <Fig.5),

em funçio do índice de irea foliar (Fig.3),

para o intervalo de 30 a 49 dias após a emer-

gincia, no ano de 1991, Campinas. SP.

8

57

Page 78: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

O coeficiente de correlação de 0,78 mostra a

existincia de correlação entre as duas variáveis analisa­

das. Os resultados sugerem um valor inicial de kcb próximo

a 0,5, que i superior �quele indicado pela equação (15)

com base na porcentagem de cobertura vegetal. Virios auto­

res, dentre eles GOLDBERG (1967), PETRASOVIC (1973), D00-

RENBOS & PRUITT (1977), TAN & FULTON (i980), HEILMAN

(i982), ARRUDA (i989) indicam valores de kc ou kcb inicial

em torno de 0.3. Assim, aceitando-se este valor inicial.

ele corrobora para maior consistincia na relação entre kcb

com a porcentagem de cobertura vegetal do que com o índice

de área foliar.

Os resultados obtidos no presente trabalho e

a sua concordincia com outros da literatura demonstram a

necessidade de ampliaçio nos estudos das determinaçies do

coeficiente de cultura. Para tanto, a metodologia introdu­

zida por BURMAN et ali i (1980) e WRIGHT (1982), assim como

os elementos mensuráveis de planta, tipo índice de área

foliar e porcentagem de cobertura vegetal, devem ser leva­

dos em consideração na determinação do coeficiente de cul­

tura, com vistas à obtenção de valores de medição do con­

sumo de água das culturas mais representativos da situação

de cultivo.

58

Page 79: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

5. CONCLUSÃO

Para as condiç�es em que foi conduzido este

estudo, pode-se concluir que:

Houve acentuado efeito positivo da densidade

de semeadura sobre a produtividade da ervilha Majestic ,

ciclo curto, e que as maiores produç8es da ervilha precoce

estariam limitadas �s densidades populacionais que nio

provocassem acentuado acamamento da cultura.

Houve uma variaçio no consumo de igua da er-

vilha causado pelas diferenças de densidades de semeadura.

As taxas médias diirias de Etr, desde o início do flores­

cimento até o final do ciclo, para as diferentes densida­

des populacionais foram de 3.6 F 3.8 e 4.3 mm/dia, respec­

tivamente, para as densidades de semeadura de 36, 50 e 146

Os valores do coeficiente de cultura basal

(kcb) variaram com a densidade populacional da cultura e

59

Page 80: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

com o método de c,lculo da evapotranspiraçio de referincia

<ETo) que lhe deu origem.

Os valores médios de kc propostos pela FAO

(DOORENBOS & PRUITT, 1977) sio muito superiores aos valo­

res de kcb determinados neste estudo, sobretudo para o pe­

ríodo do incio do florescimento até o final da formaçio da

produçio, nio atendendo bem �s necessidades de manejo.

Existe uma estreita relaçio entre o coefi­

ciente de cultura basal (kcb) e a porcentagem de cobertura

vegetal (%C.Veg.) e, também com o IAF, para a cultura de

ervilha. O modelo de equaçio que melhor representou esta

relaçio no presente estudo é do tipo exponencial quadriti­

co em funçio da porcentagem de cobertura vegetal, com coe­

ficiente de correlaçio de 0.85.

Os resultados obtidos encorajam a ampl iaçio

dos estudos para outras situaçies de cultivo e culturas,

para melhor orientaçio do manejo das irrigaç�es.

60

Page 81: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÂFICAS

ARRUDA. F.B. Uso da igua na produção agrícola. In: SIM­

PÓSIO SOBRE O MANEJO DE AGUA NA AGRICULTURA. Campinas.

1987. Anais, editado por A. Glauco. Campinas, Funda­

çio Cargil, 1987. p. 177-99.

ARRUDA. F.B. Necessidade da �gua nas culturas - elemento

de projeto. In: CURSO PRATICO INTERNACIONAL DE AGRO­

METEOROLOGIA PARA OTIMIZAÇZO DA IRRIGAçio. 3 •• Cam-

pinas, 1989. Instituto Agron6mico de Campinas,

30 P ■

1989.

ASSIS, F.N. de. O uso do evapotranspir6metro no estudo

de algumas relaçges entre evapotranspiraçio medida e

estimada. Piracicaba. 1978. 69p. <Doutorado - Escola

Superior de Agricultura uLuiz de Queirózn

/USP>.

ASSIS, F.N. de & VERONA, L.A.F. Consumo de igua e coe-

ficiente de cultura do sorgo. Pesquisa Agropecu�ria

Brasileira, Brasília, 26(5):665-70, i99i.

61

Page 82: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

BERNARDO, S. Manual de irrigação. Viçosa, Imprensa Uni­

versitária UFV, i982. 463p.

BLACKMAN, G.E. & WILSON, G.L. Physiological and ecolo-

gical studies in the analysis of plant enviroment. An­

nals of Botany, London, 15: 63-84, 1951.

BLAD, B.L. Atmospheric demand for water. In: TEARE,

I.D. & PEET, M.M., ed. Crop-water relations. New

York. John Willey & Sons, 1983. cap i, p. 15-37.

BRUN, L.S.; KANEMASU, E.T. ; POWERS, W.L. Evapotrans-

pira tion from Soyben and Sorghum fields.

Journal, Madison, 64(2): 145-8, 1972.

Agronomy

BURMAN, R.D.; NIXON, P.R.; WRIGHT, J.L. ; PRUITT, W.O.

Water requirements. In: JENSEN, M.E., ed. Design and

operation of farm irrigat ion systems. St Joseph, ASAE,

1980. cap. 6, p. 189-232.

CAMARGO, O. A. de; MONIZ, A.C.; JORGE, J.A. ; VALADA­

RES, J.M.A.S. Métodos de análise química,mineralógica

e física de solos do Instituto Agron&mico de Campinas.

Campinas, IAC, 1986. 94p. (!AC.Boletim Técnico, 106).

62

Page 83: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

COSTA, M.S. da. Oeterminaçio do consumo de ,gua na cul-

tura do trigo (Triticum aestivum L.) atravis do lisíme-

tro. Piracicaba, 1989. 74p. (Mestrado - Escola Supe-

rior de Agricultura uLuiz de Queirózu

/USP>.

CURY, D.M. Demanda de igua na cultura de repolho (Sras-

sica oleracea var . capitata L.). Piracicaba, i985.

79p. (Doutorado - Escola Superior de Agricultura uluiz

DOORENBOS, J. & KASSAN, A.H. Yield response to water.

Reme, FAO, i979. i93p. (FAO.Irrigation and Drainage

Paper,33).

DOORENBOS, J. & PRUITT, W.O. Guidelines for predicting

crop water requirements. Reme, FAO, 1977.

Irrigation and Draínage Paper, 24).

i44p. (FAO

DOURADO NETO, D.; JONG-vAN-LIER, Q. de; BOTREL, T.A. ,

LIBARDI, P.L. Curva de retençio de ,gua no solo: al-

gorítmo em QuickBasic para estimativa dos parimetros

empíricos do modelo de GENUCHTEN; manual de instruçSes

ao usuirio. Piracicaba, ESALQ, i990. 33p.

63

Page 84: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

EL NADI, A.H. The significance of leaf area in evapo-

t ranspiration.

607-ii, 1974.

Annals of Botany, Oxford, 38(156):

ESPINOZA, W. Efeito da densidade de plantio sobre a eva­

potranspiraçio do milho irrigado na ipoca da seca, em

cerrado do Distrito Federal. Pesquisa Agropecuíria

Brasileira, Brasília, 14(4): 343-50, 1979.

EVANS, G.C. The quantitat ive analysis of plant growth"

Oxford, Blackwell Scientific , 1972. 734p.

FERERES, E. & VILLALOBOS, F.J. The partitioning of eva-

potranspiration into evaporation and transpiration for

the irrigation scheduling of vegetable crops. In: SYM­

POSIUM ON SCHEDULING OF IRRIGATION FOR VEGETABLE CROPS

UNDER FIELD CONDITION, Maratea, 1989. Acta Horticultu­

rae, Wageningen, (278): 113-8, June, 1990.

GOLDBERG, 8.; GORNAT, B. ; SADAN, D. Relation between

water consumption of peanuts and Class A pan evapora­

t ion during the growing season. Soil Science, Balti­

more, 104(4): 289-96, 1967.

64

Page 85: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

HANKS, R.J. & ASHCROFT, G.L. Soil - plant - atmosphere

relat ions. In: HANKS, R.J. & ASHCROFT, G.L., ed. Ap-

plied soil physics ; soil water and temperature aplica­

t ions. Berlin, Springer - Verlag, 1980.

iii-3.

HEILMAN, J.L.; HEILMAN, W.E. ; MOORE, D.G. Evaluating

the crop coefficient using spectral reflectance. Agro­

nomy Journal, Madison, 74: 967-71, 1982.

HILLEL, D. Role of irrigat ion in agricultural systems.

In: STEWART, B.A. & NIELSEN, D.R., ed. Irrigation or

agricultura} crops. Madison, American Society of Agro­

nomy, 1990. cap.2, p. 5-30.

INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS. Instru�ões agricolas

para o Estado de Sio Paulo. Campinas,

<IAC.Bolet im Ticnico, 200).

1987. 233p.

JENSEN, Water consupt ion by agricultural plants.

In: KOZL6WSKI, T.T •• ed. Water defits and plant

growth. 2.ed.

cap.1, p. 1-22.

New York, Academic Press, 1969.

65

Page 86: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

JENSEN r M.E"; WRIGTH, J.L. ; PRATT, B.J. Estiruating

soil moistures depletion from climate, crop and soil

data. Transactions OT the ASAE , St. Joseph, 14:

954-9, 1971.

LUEBS, R.E.; LAAG, A.E. ; NASH, P.A. Evapotranspira-

tion of dryland barley with dlfferent plant spacing

patterns.

1975.

Agronomy Journal, Madison, 67(1): 339-43,

MOURA, M.C.F.L. de Determinaçio do consumo de �gua

para a cultura do milho (Zea mays, L) pelo mitodo lisi-

mitrico. Piracicaba, i990. 94p. (Mestrado - Escola

Superior de Agricultura nLuiz de Queir6zn

/USP).

MINCHIO, C.A. & VOLPE, C.A. Evapotranspiraçio m�xima e

coeficientes de cultura da ervilha (Pisum sativum L.).

In: CONGRESSO BRASILEIR O DE AGROMETEOROLOGIA, 5, Be­

lim, 1987. Anais. Belim, p.132-42.

MUALEN, Y. A new model for predicting the hidraulic con­

ductivity of unsaturated porous media. Water Resour­

ces. Research, Washington, 12: 513-22, 1976"

OMETTO, J.C. Bloclimatologia vegetal. Sio Paulo, Agro-

n&mica Ceres, 1980. 440p .

66

Page 87: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

PAVANI. L.C. Evapotranspiraçio e produtividade em fei-

joeiro comum (Phaseolus vulgar is L. cv Goiano Precoce)

sob tris niveis de potencial de igua do solo. Piraci­

cabar 1985. 171p. (Mestrado - Escola Superior de Agri­

cultura uluiz de Queirdz u/USP>.

J.G. Determinaçio dos coeficientes de cultura

<Kc> da cana-de-açtlcar: ciclo de cana-soca. Piracica-

ba, 1989. 94p. (Mestrado - Escola Superior de Agri-

cultura uluiz de Queirdz ll/USP).

PETRAS◊VIC, I. Study of water consumption of cotton in

the Euphrates Valley. In: FAO/UNDP REGIONAL SEMINAR

ON EFFECTIVE USE OF IRRIGATION WATER AT THE FARM LE-

VEL. Damascus, 1971. Water use seminar Damascus; re-

port. Rome, FAO. 1972.

Drainage Paper, 13).

p.111-22. (FAO Irrigation and

PIRES, R.C.M.; ARRUDA, F.B.; BENATTI JR, R.; TOSSELO,

R.N. ; MEDINA, J.C. Rami: an�lise de cinco anos de

irrigaçio e adubaçio em Campinas. Bragantia, Campinas,

47(2):341-52, 1988.

67

Page 88: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

PRUITT, W.O.; LOURENCE, F.J. ; VON OETTINGEN, S. Water

use by crops as affected by climate and plant factors.

California Agriculture, Bekerley, 26(1): 10-4, 1972.

REICHARDT, K. Processos de transferência no sistema so-

lo-planta-atmosfera. 4.ed. Campinas, Fundaçio Cargi11.

1985. 466p.

RICHARDS, L.A.; GARDNER, W.R.; ◊GATA, G. Physical pro-

cesses of determining water loss from soil. Soil

Science Society of American Proceedings, Madison, 20:

310-4, 1956.

SAMIS, T.W.; MAPEL, C.L.; LUGG, D.G.; LANSFORD, R.R. ;

McGUCKIN, J.T. Evapotranspirat ion crop coefficients

predicted using growing-degree-days. Transactions of

the ASAE, St. Joseph, 28(3): 773-80, 1985.

SEDIYAMA, G.C. Necessidade de igua para os cultivos. Bra-

sília, ABEAS, 1987.

rigaçio. Mddulo 4).

143p. (Curso de Engenharia da Ir-

SLONEKER, L.L. & MOLDENHAUER, W.C. Measuring the amounts

of crop residue remainig after tillage. Journal o�

Soil and Water Conservat ion, Ankeny, 32: 231-6, 1983.

68

Page 89: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

C.S. & FULTON, J.M. Ratio between evapotranspira­

t ion of irrigated crops from flooting lysimeters an

Class A pan evaporation. Canadian Journal Plant Scien­

ce, Ottawa, 60: i97-201, 1980.

TANNER, C.B. Measurement of evapotranspiration. In: HA­

GAN, R.M.; HAISE, H.R. ; EDMINSTER, T.W., ed. lrriga­

tion of agricultura! lands. Madison, American Society

of Agronomy,

FÍES, ii)

1967. cap. 29, p.534-74. (Agronomy Se-

THORNTHWAITE, C.W. An approach toward a rational classi­

fication of climate. Geographical Review, New York,

38:55-94, i948.

THORNTHWAITE, C.W. & MATTER, J.R. The water balance.

New Jersey, 1955. 104p. (Publication in Climatology.

V.3, n-1).

VAN GENUCHTEN, M.Th. A Closed-form equation for predic­

t ing the hidraulic conductivity of unsaturated soils.

Soil Sciency Society of American Journal, Madison, 44:

892-8, 1980.

69

Page 90: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

VILLA NOVA 7 N.A. & OMETTO, J.C. Adaptaçio e simplifica­

çio do mitodo de Penman às condiç�es climiticas do Es­

tado de Sio Paulo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HIDRO­

LOGIA E RECURSOS HiDRICOS, 4.r Fortaleza v i98i. Anais.

Fortaleza. ABRH. i98i. v.3. 7 p.281-99.

VOLPE 7 C.A. Coeficientes de cultura (kc) da ervilha (Pi-

sum sativum L.>.

1(i):9 T i986.

Ciência Agronômica r Jaboticabal,

WRIGHT, J.L. New evapotranspiration crop coefficients.

Journal of the irrigatlon and Drainage Division, New

York, 108:57-75, 1982.

WUTKE, E.B.; AMBROSANO, E.J.; BULISANI, E.A.; CASTRO,

J.L.; GALLO, P.B.; PEREIRA, J.C.V.N.A.; BORTOLETTOY

N.; SORDI, G. de. Competiçio de cultivares e linha­

gems de ervilha de grios em diferentes regi3es paulis-

tas. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O

PROGRESSO DA CIÊNCIA, 42., Porto Alegre, 1990. Resu-

mos. Ciincia e Cultura. Suplemento. Rio de Janeiro,

42(7): i3-4, 1990.

70

Page 91: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

WUTKE, E.B.; AMBROSANO, E.J.r BULISANI, E.A.; CASTROY

J.L.; GALLO, P.B.; PEREIRA, J.C.V.N.A.; SORDI, G de

e BORTOLETTO, N. Espaçamento e populaçio de plantas

para a cultura da ervilha de grios em diferentes re­

giões paulistas. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASI­

LEIRA PARA O PROGRESSO DA CiiNCIA, 43, Rio de Janeiro.

1991. Resumos. Culncia e Cultura. Suplemento, Rio de

Janeiro, 43(7): 22, 1991.

ZULLO JR •• L. & ARRUDA, F.B. Programa computacional pa­

ra ajuste de equaçies em dados experimentais. Campi­

nas. IAC, 1987. 3ip. (!AC.Boletim Ticnico, 113).

71

Page 92: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

72

APÊNDICE

Page 93: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela i - Dados Climatoldgicos do mis de Julho de 1991. Os termos Py Pi e Etanque representamt respec­tivamente, a precipitaçio, a evaporaçio di�ria medida em evaporírnetro de Pichi e a evaporaçio di�ria medida em tanque Classe A.

DIA INSO. U.R VENTO MÉDIO

TEMP. p Etanque Pi

2 3 4 5 6 7 8 9 10 i1 12 1.3 14 1.5 16 l. 718i 92021'")") e..,:_

�?324,.)J::' ,:..J

26 27 28 ;;.'.9 30 31

MIN. MÉD.

h/dia ----%----

8.2 10.0 l.0 .19.8

1. 0. 1

1. 0. i10.110.110.010.0

3.1 4.4 0.5 4.4 3.6 4.7 9.4

10.2 8.8

10.2 9.7 8.2 1.5

10.3 9.7

10.2 :1.0.2 10.4 10.3

9.7 9.5

60 55 43 57 52 52 46 46 43 45 78 65 82 68 72 74 56 50 48 50 55 54 80 47 47 46 46 50 58 53 50

76 70 6:l 73 66 67 61. 59 61. 58 87 74 86 79 80 84 71. 65 64 65 66 64 85 6�� 70 61 59 56 68 66 63

MIN. MÁX.

-m/s- ----0c----- ------mm-------

4 .. 0 i .0 1. 5 3.0 5.0 3.0 L5 i .5 i.52.51. 64.5 2.3 6.0 7.0 0.5 L0 3.0 2.5 2.5 L8 3.0 3.5 0.7 5.0 3.0 4.5 5.0 3.0 3.2 3.2

12.8 ii.8i0.8 10.6

9.4 9.4 9.4 9.8 9.4

10.0 15.0 13.4 13.8 14.0 14.4 13.8 13.8 14.0 14.0 13.2 13.4 12.8 12.0

8.0 8.8

10.2 13.4 i3.8 14.2 14.0 14. (1

20.6 25.0 26.0 24.2 2:í. .. 8 21.4 23.4 25.0 25.0 25.6 27.2 11.8 22.0 i.022.2 i.218.8 2.2 20.0 2i.6 22. i26.026.426.426.426.225.0

26 .. 0 25.8

5.31 5.27 5.20 5.i45.20 5.i95 .. 275. 195.115. 105.805.805.175.655.165.3i5.405.215.i05.175.235.265. 195.435.305.245.135.035.085.095.U.

3.5 3.9 5 .1 5.2 5.8 4.4 6.i6.96.08.0") ') ,:.;. • r. ..

3.9 2.7 5.0

2.3 4. �:5.85.45 .. 75.56.42.65.44.86.8

8.0 6.4 7.7

73

Page 94: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 2 - Dados Climatoldgicos do ruis de Agosto de 1991. Os termos P, Pi e Etanqye representam, respec­tivamente, a precipita,io, a evaporação diiria medida em evaporímetro de Piché e a evapora,io diiria medida em tanque Classe A.

DIA INSO. U.R VENTO

MÉDIO

TEMP. p Etanque Pi

1

4 5 6 7

8

9

10 :1. i 12 :1.3 14 l. 516 J.718:1.9202122f.�32425262728f?93031

MIN. MÉD.

h/dia ----%----

7 .. 2 3.5 6.3 7.5

8.9 8.3 6.3 0.4

9. 1 8.8 9.4 9.2 8.8

10.2 10.6 10.6 10.9 10.6

8 .. 0

10 .. 3 10.8

8.8 7.6 5.3 6.6 8.7 8.6 9.5 9.2 9. 1

50 80 74 63 54 50 52 83 47

52 66 65 54 53 50 53 47

43 45 55 46

46

46

45 48 44 45 45 49 48 49

61 86 82 74 68 62 25 87 65 65 79 77 68 69 61 62

60

60 63 61. 60 58 54 56 57 56 58 59 59 6;;�

MIN. MÁX ..

-m/s- ----0c----- ------mm--------

11.0 i i .. 0

5.5 2 .. 3 2 .. 7 2.6 4.0 2.6 1 .. 0

7 .. 0

5.0 4.9 6.0 8.0 5.0 3.0 3.3 3.0 3 .. 5 3.0 5.0 2.5 i .. 73 .. 0 i. 02.0 2.0 1. 0 2.3 2.0

14.2 i6.0

8.4 9.4

ii.613.41.4. 4i6.415.616.417.814.8i5.216.815.210.6i0.2

9.8 10.4 12.0 14.2 i3.4 13.6 15.2 17.0 i7.6 16.0 17.0 i6.8 17.2 16.4

27 .. 0 28 .. 8 16 .. 6 17.0 24.4 26 .. 6 27.6 28.6 21 .. 0 30.4 30.4 25.2 24.2 28.0 26n8 29.4 22.6 23.8 24.6 27.6 26.6 27.6 26 .. 8 28.0 29.0 27.8 28.8 30.0 31.2 30.2 30.4

3.2

5.08 5.04 5.00 5.i3�i. 305.205. ��i5.68 5.40 5 .1.8 4.92 4.85 5.17 5.08 4.90 4.8i 5.06 5.00 5. i74.955.025.095. 165.1i5.135. i24.985.0i5.U.5.i65.00

8.4 9.6 5.8 5.9 4.7 5.7 7.3 6 .. 4 2.4 6. ;_:2

6.4 5.4 5.7 5.8 9.5

i i. :� 8.0 8.5 9.5 7.8 7.6 8.4 8.2 8.i

10.7 11.0

9.8 i3.0

6.6 i0.6 ii.7

74

Page 95: ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO … · 2019-12-19 · ANA CLÁUDIA ARAÚJO DE MELLO Orientador: Dr. FIÁVIO BUSSMEYER ARRUDA Dissertaç&o Sup,s,r:1.or de Queiroz",

Tabela 3 - Dados Climatoldgicos do mis de Setembro de 1991. Os termos P, Pi e Etanq�e representam7respectivamente, a precipitaçaov a evaporaçio diiria medida em evaporímetro de Pichi e a eva­poraçio diiria medida em tanque Classe A.

DIA INSO. U.R.

i 2 3 4

6 7 8 9 10 11 12 13 14 1. 5161718192021222324

26 27 28 29 30

MIN. MÉD.

h/dia ----¾----

6.4 0.6 7.9

10.4 10.4 i0.7 i0.6

5.3 8.3 7.5

10.3 10.2 10.8

9.5 9.6 2.8 9.3 6.8 0.0 9.9

10.3 9.0 9.i7.22.9

10.0 10.6

3.7 0.8 0.2

72 70 60 44 40 34 37 37 52 51 31 45 30 31 40 49

46

90 60 47 45 47 70 90 60 43 47 91. 92

80 76 72 59 53 50 52 52 66 68 50 56 47 45 49 62 64 57 92 69 57 57 65 74 85

70 55 71 88 93

VENTO MÉDIO

TEMP. MIN. MÁX ..

p Et anque Pi

-m/s- ----0c----- ------mm--------

4.0 12.0

7.0 2.5 5.5 4.0 2.3 3.3 7.0 5.0 3.0 4.0 4.0 0.8 L6 1.6 5.0 4.0 L0 5.0 2.0 2.0 4.0 9.0 7.5 7.0 3.5 2.5

16.4 14.8 13.6 11.8

1i.6 12.0 13.2 14.0 13.8 14.4 13.6 12.0 13.0 14.0 16.8 16.6 17.2 17.4 15.0 13.8 15.0 16.4 17.0 15.4 14.4 13.8 15.2 i7.4 18.8

30.6 25.4 20.6 24.6 26.0 27.2 28.4 29.0 28.8 26.0 27.6 30.0 28.8 30.2 32.0 30.8 30.6 31.8 33.2 9.8 18.6 13.0 23.6 ��7 .6 28.6 29.6 28.0 22.2 7.0 23.8 29.6 32.0 1.8

15.8

5.0 5.0

5.0 4.88 4.98 4.97 5.0i 5 .. 22 4.97 5.07 4.80 4.86 5.01 5.11 4.85 5.23 5.0i 5.80 5.80 5.0i 5.03 4.93 4.80 4.93 5.80 4.83 4.92 5.3i 5.80

14 .. 2 9 .. i 8.9 7.5 9.4

i5.4 12.5 12.5 12.iii. í7.8

10.í14.610.712.914.í10 .. i

9.8 9.7 2 .. 0 5 .. 6 i::- t::' ' ..., • ,J

7.4 8. :í.7 .. 6

3.9 7.9 7.8 5.8 í.0

75