representação da natureza na lírica camoniana

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Representaçãodanaturezanalíricacamoniana–doisexemplos

A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos ofrece, Me está, senão te vejo, magoando. Sem ti, tudo m’ enjoa e m’ aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando Nas mores alegrias mor tristeza.

Se Helena apartar Do campo seus olhos Nascerão abrolhos A verdura amena, Gados, que pasceis, Sabei que deveis Aos olhos de Helena. Os ventos serena, Faz flores de abrolhos O ar dos seus olhos. Faz serras floridas, Faz claras as fontes: Se isto faz nos montes, Que fará nas vidas? Trá-las suspendidas, Como ervas em molhos, Na luz dos seus olhos.

Os corações prende Com graça inumana De cada pestana Uma alma lhe pende. Amor se lhe rende E, posto em geolhos Pasma nos seus olhos.

Se Helena apartar Do campo seus olhos Nascerão abrolhos A verdura amena, Gados, que pasceis, Sabei que deveis Aos olhos de Helena. Os ventos serena, Faz flores de abrolhos O ar dos seus olhos. Faz serras floridas, Faz claras as fontes: Se isto faz nos montes, Que fará nas vidas? Trá-las suspendidas, Como ervas em molhos, Na luz dos seus olhos. Os corações prende Com graça inumana De cada pestana Uma alma lhe pende. Amor se lhe rende E, posto em geolhos Pasma nos seus olhos.

Mote–introduzotemadovilancete–opodertransformadordeHelenananatureza.

Apóstrofe–en>dadeaquemosujeitopoé>cosedirigeparadarcontadopoderqueHelenatemsobreanatureza.

OsolhosdeHelenafazemcomque:

•  opastodetransformeem“verduraamena”;•  osventossejammaisserenos;•  osespinhossetransformememflores;•  asserrassejamfloridas;•  asfontestenhamáguascristalinas.

Interrogaçãoretórica–reforçaopoderdeHelena,mostrandoqueestetransitadanaturezaparaoshumanos..

•  Capacidadedeseduçãoegraciosidade;•  Todososqueaveemtrazemassuasvidassuspensas«Decada

pestana/Uaalmalhepende»,tendooscoraçõespresos«Oscoraçõesprende/comgraçainumana»;

•  OpróprioAmor«selherende»prestando-lhevassalagem.

A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos ofrece, Me está, senão te vejo, magoando. Sem ti, tudo m’ enjoa e m’ aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando Nas mores alegrias mor tristeza.

•  Descriçãodeumanaturezaharmoniosa,propíciaaoamor–harmoniaeu/natureza–presençadamulheramada.

•  Enumeraçãodeelementosquecons>tuemanaturezaequesãoqualificadoseatépersonalizados.

•  Visãoobje>vadanatureza.

U>lizaçãodenomesedeadje)vosdeconotaçãoposi>va–caracterizaçãodeumespaçoalegreeharmonioso.

A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos ofrece, Me está, senão te vejo, magoando. Sem ti, tudo m’ enjoa e m’ aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando Nas mores alegrias mor tristeza.

•  Anaturezaéraraetemgrandevariedade,porémestabelezanaturaléirrelevantesemamulheramada–conflitoeu/natureza–ausênciadamulheramada.

•  Inserçãodeumaterceirapersonagem«tu»,quevemdarumdrama>smoegrandesubje>vidadeaotexto,jáquesemelatudoo«enoja»e«aborrece»e«perpetuamente»passará«nasmoresalegrias,mortristeza».

Anáforaeparalelismo–intensificamoestadodeespíritodosujeitopoé>coquesemamulheramadaviveumavidadesofrimentoedeclaraquetodaabelezadanaturezadeixadeexis>rsemapresençado“tu”.

Representaçãodanaturezanalíricacamoniana–doisexemplos

A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos ofrece, Me está, senão te vejo, magoando. Sem ti, tudo m’ enjoa e m’ aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando Nas mores alegrias mor tristeza.

Se Helena apartar Do campo seus olhos Nascerão abrolhos A verdura amena, Gados, que pasceis, Sabei que deveis Aos olhos de Helena. Os ventos serena, Faz flores de abrolhos O ar dos seus olhos. Faz serras floridas, Faz claras as fontes: Se isto faz nos montes, Que fará nas vidas? Trá-las suspendidas, Como ervas em molhos, Na luz dos seus olhos. Os corações prende Com graça inumana De cada pestana Uma alma lhe pende. Amor se lhe rende E, posto em geolhos Pasma nos seus olhos.

ü  Representaçãodanaturezaassociadaàexpressãodosen>mentoamoroso;

ü  Apresençadaamadaécrucialparaqueabelezadanaturezaexista;

ü  Relaçãodedependênciaentreabelezadanatureza(locusamoenus)eamulheramada;

ü  Osujeitopoé>cosóésensívelàbelezadanaturezaseamulheramadaes>verpresenteousesesen>ramado;

ü  Relaçãodecorrespondênciaentreanaturezaexistenteeoestadodeespíritodosujeitopoé>co/Relaçãodeoposiçãoquandoo“eu”sofreporamor.

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