entenda impasse entre turquia e holanda

Post on 09-Apr-2017

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Campanha para referendo na Turquia provoca conflito

diplomático com Holanda

Proibir ministros de fazer campanha na Europa ajuda estratégia do Presidente turco.

Wilders também tenta ganhar com polémica.

Foto O ministro Çavusoglu este sábado, no aeroporto de Istambul HUSEYIN ALDEMIR/REUTERS

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As tensões em volta das ações de campanha pró-Presidente turco em países europeus não

param de escalar. Aa Holanda proibiu mesmo o avião do ministro dos Negócios Estrangeiros de

Ancara, Mevlut Çavusoglu, de aterrissar no país para participar num encontro com turcos em

Roterdã. Horas depois, a polícia holandesa impediu outro membro do Governo turco de entrar no

consulado desta cidade.

A ministra da Família turca, Fatma Betul Sayan Kaya, de visita à Alemanha, decidiu que se

Çavusoglu não podia aterrissar ia iria por terra para a Holanda, falar aos turcos. No início da

noite, o site da televisão holandesa pública NOS mostrava imagens de uma coluna de carros

chegando ao consulado e sendo bloqueados por viaturas da polícia. A ministra a começou a

andar na direção ao consulado e agentes a aproximaram de Kaya, acompanhando-a de volta ao

carro.

Depois de impedir a entrada da ministra, a polícia dispersou uma concentração de turcos perto do

consulado, noticiou a agência turca Anadolu. Em resposta, Recep Tayyip Erdogan falou em

“vestígios do nazismo” - o líder turco já acusara o Governo de Angela Merkel de “práticas

nazis”, quando diferentes munícipios alemães cancelaram comícios onde iriam falar ministros

turcos.

As autoridades turcas decidiram fechar a embaixada holandesa "por razões de segurança", ao

mesmo tempo que faziam saber ao embaixador holandês que não é bem-vindo na Turquia. "Não

queremos que o embaixador, atualmente de licença, regresse ao seu posto por algum tempo. Já

foi explicado à outra parte que esta grave decisão contra a Turquia e a comunidade turca-

holandesa vai causar problemas sérios do ponto de vista político, diplomático e econômico", diz

um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Ancara.

No centro de toda esta polémica está o referendo constitucional marcado para 16 de Abril na

Turquia. Se passarem, as alterações à Constituição vão transformar a Turquia num regime

presidencialista e reforçar muito os poderes de Erdogan. A campanha pelo “sim” defende que

este reforço é necessário para “defender a soberania” do país, ameaçado pelos atentados do

Daesh, a guerra na Síria e os conspiradores por trás do golpe falhado de Julho.

O Governo holandês tinha manifestado às autoridades turcas preocupações de segurança

motivadas pela proximidade entre o comício e as eleições legislativas na Holanda e o líder de

extrema-direita, Geert Wilders, prometia não deixar passar em branco a iniciativa do ministro

Çavusoglu.

Wilders, que organizou uma manifestação contra Erdogan diante da embaixada turca em Haia,

congratulou-se pela decisão do Governo, sugerindo que esta ficou a dever “à intensa pressão” do

seu Partido da Liberdade. O político anti-muçulmano não se ficou por aqui – “A todos os turcos na

Holanda que concordam com Erdogan: Vão para a Turquia e não voltem NUNCA!!, escreveu no

Twitter, no seu habitual estilo provocador

Para além da Alemanha e da Holanda, países com as maiores comunidades turcas na Europa, a

Suíça e a Áustria também já proibiram a realização de comícios com ministros turcos.

FONTE: AGÊNCIA REUTERS

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