acupuntura sistêmica, auriculoterapia e moxabustão no
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Acupuntura Sistêmica, Auriculoterapia e Moxabustão no Controle dos
Sintomas da Síndrome do Ovário Policistico - Estudo Clínico.
Angela Aparecida Lima , Sandra Silvério-Lopes, Thalita. Leslie Dias Silva.
Resumo
Contextualização : A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é descrita como um
distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à
formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de
tamanho. Afetando cerca de 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva.
Vários estudos apresentam a acupuntura como uma possibilidade ao
tratamento da infertilidade decorrente da síndrome do ovário policístico, assim
como também, possiblidades para controle dos seus sintomas, como a cefaleia
e dismenorreia. Objetivo: Relatar possíveis melhoras clínicas através da
acupuntura sistêmica, auriculoterapia e uso da moxabustão no controle dos
sintomas da SOP. Metodologia: Estudo de caso descritivo, com 2 voluntárias
com idades 26 e 29 anos, portadoras SOP. Em uma voluntária (A) realizou-se 5
sessões de auriculoterapia com agulhas semi permanentes de 1,5mm, nos
seguintes acupontos: Sistema nervoso central, rim, sistema nervoso autônomo,
ovário bilateral, glândulas endócrinas, hipófise, ápice do anti-trago,
metabolismo, ansiedade 1 e 2 e pontos extras com a utilização da moxabustão
em E29 e ponto extra zigong. A outra voluntária (B). recebeu 10 sessões de
acupuntura sistêmica.com agulhas 0,20 x 40 mm, nos acupontos BP4, BP6, F3,
R7,E36,E29,VC4,C7,PC6, duas vezes por semana perfazendo 10 sessões.
Resultados: voluntária “A” apresenta melhora nos sintomas avaliado pelos
relatos, língua e pela EVA a partir da 5ª sessão de de auriculoterapia e
moxabustão. Voluntária “B” apresentou melhora a partir da segunda sessão,
mas com recorrência de cefaleia na penúltima sessão. Conclusão: Os
resultados foram satisfatórios em ambos os voluntários, não havendo
superioridade de uma técnica em relação a outra. As melhoras mais efetivas
foram dismenorreia, cefaleia, sono e ansiedade.
Palavras-chave: Síndrome de ovário policístico. Acupuntura. Auriculoterapia.
Moxabustão.
Abstract
Background: Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is described as an endocrine
disorder that causes changes in hormone levels, leading to the formation of
cysts in the ovaries that cause them to increase in size. Affecting about 5% to
10% of women of reproductive age. Several studies present acupuncture as a
possibility for the treatment of infertility due to polycystic ovary syndrome, as
well as possibilities to control its symptoms, such as headache and colic.
Objective: To report possible clinical improvements through systemic
acupuncture and auriculotherapy and the use of moxibustion to control the
symptoms of PCOS. Methodology: Descriptive case study, with 2 volunteers
aged 26 and 29, with PCOS. In one volunteer, 5 sessions of auriculotherapy
were performed with ear needles, size 1.5 mm, moxibustion stick 70% alcohol,
micropore for fixing the ear needles, cotton , stretcher, questionnaire for
anamnesis acupuncture, and ruler with Visual Analog Scale (VAS), in the
following acupoints: Central nervous system, kidney, neurovegetative system,
bilateral ovary, endocrine glands, hypophesis, apex of the antitragus,
metabolism, anxiety 1 and 2 and moxibustion, ST29 and zigong extrapoit. The
other volunteer received 10 sessions of systemic acupuncture with disposable
needles, size 0.25 x 40 mm, in the acupoints: SP4, SP6, LR3, KI7, ST36, ST29,
CV4, HT7 and PC6 in closure on the left side, with a 1 x week session. Results:
volunteer “A” shows improvement in the symptoms confirmed by the tongue and
by the application of VAS from the 5th of auriculotherapy and moxibustion.
Volunteer “B” showed improvement from the second session, but with
headache recurrence in the penultimate session. Conclusion: The results were
satisfactory for auriculotherapy and moxibustion permanently until the end of
this research, as well as the number of sessions for symptom improvement was
more effective.
Keywords: Polycystic ovary syndrome. Acupuncture. Auriculotherapy.
Moxibustion.
1. Introdução
A Síndrome do Ovário Policístico (SPO) é descrita como um distúrbio
endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de
cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho (1). Afeta
cerca de 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva, que provoca dores
abdominais, aumento de pêlos e aparecimento de acnes, podendo levar a
infertilidade, por causar alterações dos níveis hormonais (2-3). Elevação dos
níveis séricos e resistência insulínica, também são características comuns da
SOP (4).
O diagnóstico geralmente é clínico, considerando as informações
prestadas pela paciente, como irregularidade menstrual e hiperandrogenismo
clínico. O tratamento convencional inclui agentes farmacológicos orais,
mudanças no estilo de vida e possíveis cirurgias (4).
Além das alterações fisiológicas, mulheres que convivem com a SOP
apresentam diminuição da qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS) e
diversos problemas inerentes a saúde mental (5). A construção da QV é uma
questão multidimensional, que compreende questões psicológicas, biológicas,
culturais, sociais e ambientais, nesse contexto moldando a satisfação de ideal
do indivíduo, cita-se também a depressão, diminuição do bem estar, auto
estima, e piora na QV.
Quanto ao tratamento para mulheres com SOP, muito se fala sobre a
modificação do estilo de vida. Mulheres com resistência a insulina, têm
utilizado de agentes sensibilizadores de insulina, como a Metformina (6),
conhecida por diminuir a produção de glicose hepática por meio de uma
inibição transitória do complexo 1 da cadeia respiratória mitocondrial e uma
ativação da proteína quinase ativada por AMP (um sensor metabólico
celular)(6). No entanto, não é eficaz no tratamento de hirsutismo, acne ou
infertilidade anovulatória. Além dos efeitos colaterais, como irritação
gastrointestinal (diarreia e náuseas) e também a metformina não é
recomendada para pacientes com doenças renais, pulmonares, hepáticas e
cardíacas ou em dieta pobre em carboidratos (7).
Percebendo os efeitos colaterais dados pelos tratamentos
farmacológicos atuais, encontra-se uma necessidade de se encontrar terapias
naturais e que não tragam efeitos prejudiciais as pacientes.
Baseado na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a acupuntura é
conhecida como a inserção de agulhas em pontos cutâneos, desta forma
estimulando os meridianos, harmonizando e reequilibrando as energias
corporais, utilizando agulhas finas ao longo do corpo (8). Para a compreensão
neuroquímica, estímulos promovidos pelas agulhas no sistema nervoso
proporcionados na acupuntura, liberam substâncias químicas, que favorecem o
organismo. Os pontos, onde insere-se as agulhas são escolhidos de acordo
com a necessidade individual do paciente.
Estudos (9, 10) apresentam a acupuntura como uma possibilidade ao
tratamento da infertilidade decorrente da síndrome do ovário policístico, assim
como também, possiblidades para controle dos seus sintomas.
A auriculoterapia é uma técnica das Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde (PICS), que se utiliza de estímulos na orelha, que
é considerada um microssistema e uma zona reflexa, capaz de se conectar
com o sistema nervoso central e ao sistema nervoso autônomo (11).
Neste contexto este estudo objetivou realizar um ensaio clínico,
descritivo, para avaliar comparativamente a acupuntura sistêmica, moxabustão
e auriculoterapia no controle dos sintomas da SOP.
2. Metodologia
2.1 Amostra
Participaram da pesquisa, duas voluntárias do sexo feminino, em idade
fértil, com idades de 26 e 29 anos, residentes de Cornélio Procópio - PR e com
o diagnóstico de Síndrome do ovário policístico, há 11 anos e 2 anos,
respectivamente. As mesmas foram escolhidas por conveniência e foram
incluídas no estudo pois apresentavam queixas típicas de SOP, se
disponibilizaram a participar do estudo.
Voluntária “A” com idade de 26 anos, 59kg, sem gestação, técnica de
enfermagem, faz uso de anticoncepcional Diane35 (Acetato de Ciproterona +
Etinilestradiol Mabra 2mg + 0,035mg) realiza exercícios físicos, relata
apresentar crescimento de pelos acelerado, hirsutismo. tensão pré-menstrual,
edemas em membros inferiores, dor lombar e excesso de oleosidade na pele.
Além de apresentar dismenorreia e cefaleia orbital durante a fase pré
menstrual.
Voluntária “B” com idade de 29 anos, sem gestação, sedentária, 95 Kg,
índice de massa corporal 23,94 (obesidade II), cuidadora de idosos, não faz
uso de anticoncepcional, menstruação irregular, apresentando coágulos na
menstruação, dismenorreia, lombalgia, cefaleia, e edema em membros
inferiores.
2.2 Método
Foi realizado um estudo descritivo de casos clínicos. O Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido foi preenchido antes de iniciar com a coleta
de dados, contendo neste todas as informações pertinentes á pesquisa. A
escolha os pontos sistêmicos deu-se após interpretação dos questionários de
anamnese e avaliação da língua das voluntárias. O diagnóstico sindrômico foi
deficiência de yang do rim e baço, sendo necessário tonificar. O resultado
terapêutico esperado seria resolver a umidade e mover a estagnação de
energia, dentro dos padrões da MTC.
Os sintomas selecionados para avaliação quantitativa através da Escala
Analógica Visual (EAV), foram a cefaleia e dismenorreia, pois eram sintomas
comuns relatados pelas voluntárias. Foi orientado as voluntárias que não
fizessem uso de medicação analgésica, relaxante muscular durante o período
da pesquisa.
A pesquisa e realização das sessões de acupuntura foram realizadas no
Espaço Terapêutico Angela Lima, no município de Cornélio Procópio, no
Estado do Paraná.
As escolha das técnicas de acupuntura sistêmica, auriculoterapia e
moxabustão com relação a quais delas cada voluntária receberia se deu de
forma aleatória, sendo que a voluntária A recebeu 5 sessões, uma vez por
semana, totalizando 5 semanas, das seguintes técnicas: auriculoterapia nos
acupontos: sistema nervoso central (SNC), rim, sistema nervoso autônomo
(SNA), ovário bilateral, glândulas endócrinas, hipófise, ápice do trago,
metabolismo, ansiedade 1 e 2 seguindo mapeamento de Silvério-Lopes &
Carneiro-Suliano(12) , e protocolo das mesmas autoras (13). E também terapia
com moxabustão a 1 cm da pele, a 90º no acuponto sistêmico E29 (guilai kirai)
e ponto extra zigong (Figura 1).
Figura 1 - Ponto extra Zigong - EX-TA1
A voluntária “B” recebeu 10 sessões de acupuntura sistêmica, nos
acupontos BP4, BP6, F3, R7, E36, E29, VC4, C7, PC6, duas vezes por
semana, durante 5 semanas.
As voluntárias, através da E.V.A., no início e no final do tratamento,
responderam qual era o grau de dor apresentado no dia, numa graduação de 0
a 10, sendo 0 sem dor e 10 a pior dor.
Os sintomas selecionados para avaliação foram a cefaleia e
dismenorreia (cólica), pois ambos eram relatados pelas voluntárias. Para a
análise quantitativa as pacientes foram questionadas em cada sessão sobre os
sintomas e o grau de EAV respectivamente.
2.3 Materiais
Os materiais utilizados foram: agulhas descartáveis de acupuntura
sistêmica da marca DUX tamanho 0,25 x 40 mm, agulhas auriculares da marca
Complementar, tamanho 1,5mm, bastão para moxabustão de artemísia marca
Dragon, álcool 70%, micropore da marca 3M - Nexcare para fixação das
agulhas auriculares, algodão, maca, questionário para anamnese acupuntura,
celular para fotografia e régua com EAV.
3. Resultados
Na Figura 2, é ilustrado a evolução do tratamento da Voluntária A, ao longo
de 5 semanas. A voluntária “A” relata estar em sua primeira sessão com EAV 0
para cefaleia e EAV 4 para cólica. Ao longo das três semanas seguintes relatou
não haver sintomas nem de cefaleia, nem de cólica. Na última semana mesmo
tendo sido mantido o protocolo proposto, a voluntária A referiu cefaleia em grau
1, e ausência de cólica.
Figura 2. Evolução do tratamento analgésico ao longo de 5 sessões pela EAV
na voluntária“A”.
Na primeira sessão, a voluntária “A’ com registro fotográfico pode-se descrever
como uma língua vermelha, úmida e denteadas nas laterais, acusando
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
cefa
leia
cólic
a
cefa
leia
cólic
a
cefa
leia
cólic
a
cefa
leia
cólic
a
cefa
leia
cólic
a
12/nov 19/nov 25/nov 04/dez 12/dez
Escala Analógica Visual (EAV) - voluntária "A"
desequilíbrio do Baço e produção de umidade aumentada, assim como a
estagnação de energia (Figura 3).
Após a quinta sessão observa-se as alterações na língua, onde a
mesma não apresenta calor, língua estreita e sem a presença de marcas de
dentes nas laterais. A voluntária “A” mostrou uma alternância dos sintomas,
com cólica somente na primeira sessão, e o aparecimento da cefaleia, EAV
grau 1 na última sessão.
Figura 3. Aspecto da língua na primeira e após a última sessão da voluntária
“A”
A voluntária “A” relatou também no decorrer do tratamento, sentir-se
menos ansiosa, diminuição do cansaço e da tristeza, ausência do sono
matutino e melhora no sono noturno.
Quanto a evolução da voluntária, na “B”, que recebeu acupuntura
sistêmica, por 5 semanas, relatou em sua primeira sessão cefaleia grau 7 e
cólica grau 5, sendo que após a sessão de acupuntura, houve redução destes
índices nas 3 semanas subsequentes, conforme ilustrado na Tabela 1.
Na quinta semana de tratamento, a vountária “B” apresentou um
episódio doloroso, em especial de cólica elevando a dor ao máximo. Este dado
coincide com o inicio de um novo ciclo menstrual da voluntária. Este fato
parece ter sido um pico atípico de dor. Da sexta semana até o final do
tratamento proposto, não foi mais referido dores, nem de cabeça nem cólica.
Tabela 1. Evolução do tratamento analgésico ao longo de 10 sessões pela EAV
na voluntária “B”.
Figura 3. Aspecto da língua na primeira e após a última sessão da voluntária
“B”
A língua da voluntária “B”, conforme Figura 3, na primeira sessão
apresentou-se com coloração avermelhada, com saburra branca grossa,
denteadas nas laterais, úmida, leve fissura no pulmão e coração. Igualmente,
a voluntária “B” apresentou desequilíbrio do baço e produção de umidade
aumentada, assim como a estagnação de energia. Na décima sessão,
observou-se as alterações na língua, onde a mesma não apresentou
quantidade significativa de saburra, com coloração avermelhada e diminuição
das marcas de dentes nas laterais.
A voluntária “B” relatou melhora na irritabilidade, fator este notado pelos
familiares, ausência dores nas costas, sem espinhas, ausência do crescimento
acelerado de pelos na face (hirsutismo), pernas e axilas, aumento da diurese,
melhora do sono noturno, menstruação sem coágulos. A ausência dos
sintomas de cefaleia e cólica ao final do tratamento.
4. Discussão
Diante dos resultados encontrados na presente pesquisa, é reconhecível
a melhora analgésica com as composições utilizadas, tanto com a técnica de
acupuntura sistêmica, quanto a técnica de auriculoterapia com moxabustão.
Estes resultados vão de encontro com outros estudos que endossaram bons
resultados para dismenorreia com auriculoterapia (11,14), quanto para cefaleia
(11). Em casos com o uso de auriculoterapia encontra-se pesquisas com
resultados de tratamentos satisfatórios em 95% dos pacientes com cistos de
ovários, e em mulheres afetadas com miomas uterino melhoras de 64,5% (15).
A alterações dos mecanismos neurobiológicos causados pela
acupuntura afetam os neurotransmissores moduladores da dor, como a
metencefalina e a substância P ao longo da via nociceptiva, causando o alívio
da dor, assim como afetando o eixo hipotálamo hipofisário capaz de reduzir a
liberação de hormônio luteinizante no tratamento da SOP (16).
Observou-se que não houve um padrão uniforme de regressão da dor
ocasionada pela cólica e/ou cefaleia entre as voluntárias. Ambos os
tratamentos demostraram ser eficazes, como recurso analgésico, bem como
melhorando aspectos que refletem em qualidade de vida como a melhora da
irritabilidade , sono, disposição redução de espinhas e pelos indesejáveis,
decorrentes da SOP.
Os protocolos propostos neste estudo demostraram viáveis quanto aos
pontos de acupuntura, auriculoterapia e moxabustão selecionados, intervalos
das sessões e recursos de estímulos. Houveram também uma boa aceitação
por parte das voluntárias das técnicas utilizadas, o que vai de encontro com a
receptividade das PICS em crescente utilização e implantação no Brasil (17). Por
mais benefícios que a auriculoterapia traga em matéria de analgesia, e reparos
de alterações de ordem metabólicas e hormonais entre outras, a acupuntura
clássica alicerçada na MTC tem um papel fundamental na estabilidade de
ganhos e correções energéticas que se façam necessárias.
Na MTC, a mucosidade é a representação da energia estagnada em
forma de calor e umidade, gerando cistos (18). Os dez pontos mais utilizados na
acupuntura para SOP foram compilados em pesquisa(16), seriam BP6, VC4,
VC3, VC6, VC12, E36, E25, E29, B23, Zľgōng (EX-CA1). Neste estudo foi
proposto ajustar e regular este desequilíbrio energético muito característico nas
duas voluntárias, sendo uma corrigido pela acupuntura sistêmica e outro com
moxabustão. Os resultados apareceram entre outros aspectos no diagnóstico
energético da língua de ambas as voluntárias, demostrando que a seleção de
acupontos foi adequada e eficaz.
A técnica de moxabustão que queima a planta Artemisia vulgaris, é mais
antiga que a própria acupuntura, no entanto apesar de muito eficaz, há poucos
estudos com sua utilização na saúde da mulher. O uso da moxabustão pode
aumentar a secreção dos hormônios funcionais dos ovários, diminuindo assim
os marcadores de envelhecimento (19). Em estudo randomizado para uso da
moxabustão para alívio da dor em pacientes com dismenorreia primária, foram
selecionados 152 participantes para tratamento com moxabustão e drogas
convencionais, tendo a Escala de visual analógica o parâmetro para alivio da
dor menstrual, as análises dos resultados secundários mostraram que a
moxabustão foi tão eficaz quanto as drogas no alívio dos sintomas
relacionados à dor menstrual (20).
5. Considerações Finais
Através dos resultados deste estudo, conclui-se que ambos os
tratamentos propostos foram eficazes, havendo alivio de dores, do tipo
dismenorreia e cefaleia, provocadas pelo desequilíbrio hormonal nas
voluntárias desta pesquisa, portadoras de SOP.
Houve melhoras relatadas em ambas as voluntárias quanto a qualidade
de sono, disposição física, presença de espinhas/acne, e pelos indesejáveis
(hirsutismo), redução de ansiedade, caracterizando aspectos importantes de
melhora na qualidade de vida.
Embora o numero pequeno da amostra, não se pode afirmar que houve
superioridade de uma técnica em relação a outra, sendo a acupuntura
sistêmica utilizada em uma das voluntárias, igualmente eficaz a auriculoterapia
e moxabustão, utilizadas na outra.
As propostas de composição de acupontos sistêmicos e auriculares foi
adequada e satisfatória, podendo ser recomendada seu uso clínico em
acupuntura, bem como em trabalhos futuros com os mesmos propósitos
terapêuticos.
Em trabalhos futuros recomenda-se usar avaliação de qualidade de vida
e também recursos de ultrassom para medir possíveis reduções dos cistos
ovarianos.
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