a segunda guerra mundial 1942-1944 - pandabooks.com.br segunda guerra mundial... · mundo...
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SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
03 - INTRODUçãO04 - OpERAçõES 1942-194406 - A MARé vIRA NO NORTE DA ÁfRICA08 - A bATAlhA pOR STAlINGRADO10 - A SEGUNDA bATAlhA DE El-AlAMEIN12 - OpERAçãO TOChA14 - GUADAlCANAl16 - OpERAçãO URANO18 - DERROTA EM STAlINGRADO20 - A CONfERêNCIA DE CASAblANCA22 - OpERAçãO lONGClOTh: ChINDITS NA bIRMâNIA24 - O fIM DO EIxO NA ÁfRICA: TUNíSIA26 - O RAIDE DOS DAMbUSTERS28 - RACIONAMENTO: A GUERRA pOR COMIDA30 - A bATAlhA DE KURSK32 - OpERAçãO hUSKy: INvASãO DA SICílIA34 - O bOMbARDEIO DE hAMbURGO36 - A RESISTêNCIA fRANCESA38 - DE CARCóvIA A KIEv: O ExéRCITO vERMElhO ROMpE
AS lINhAS INIMIGAS40 - ITÁlIA: INvASãO E RENDIçãO42 - OpERAçãO CARTwhEEl: A GUERRA pOR NOvA GUINé44 - DE IlhA EM IlhA NO pACífICO: IlhAS GIlbERT E MARShAll46 - OS TRêS GRANDES: A CONfERêNCIA DE TEERã48 - GUERRA pARTISAN50 - A bATAlhA DO CAbO NORTE52 - A bATAlhA pOR ANzIO54 - A bATAlhA pOR MONTE CASSINO56 - A GUERRA SECRETA: ESpIõES, CóDIGOS E ARTIMANhAS58 - A bATAlhA pElA íNDIA: IMphAl E KOhIMA60 - GUERRA DO JApãO NA ChINA: OpERAçãO IChI-GO62 - íNDICE62 - TRADUçõES64 - CRéDITOS
Fico feliz por reconhecer que este livro é resultado de um verdadeiro trabalho em equipe. A editora Gemma Maclagan teve papel fundamental em sua organização, e graças a ela me mantive no prazo. Russell Knowles e Steve Behan são responsáveis pelo poderoso conteúdo visual e leiaute do livro. Philip Parker e Terry Charman certificaram-se de que os fatos históricos sejam tão isentos de erros quanto possível, e agradeço por sua meticulosa supervisão do texto e das legendas, o que fez deste livro uma obra melhor.
Desenhos e mapas © Carlton Books Limited, 2009Texto © Richard Overy, 2009Fotografia e memorabilia do Imperial War Museum © Imperial War Museum
CIP – BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃOSINDICATO NACIONAL DOS eDITOReS De LIvROS, RJOvery, RichardA Segunda Guerra Mundial: 1942-1944/ Richard Overy; tradução Renato Marques de Oliveira. – 1. ed. – São Paulo: Panda Books, 2015. 64 pp. Tradução de: The Second World War experience: Turning of the tide
ISBN 978-85-7888-371-3
1. Guerra Mundial, 1939-1945. 2. europa – História, 1945-. Título. 14-12567 CDD: 940.5421
CDU: 94(100)’1939/1945’
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INTRODUçãO
A Segunda Guerra Mundial foi a maior e mais mortífera luta armada na história da humanidade. Teve escala genuinamente global, e quase nenhuma parte do mundo ficou incólume. Ao final do conflito a
geografia política do mundo havia sido transformada e armou-se o cenário para o surgimento do sistema dos Estados modernos. Pode-se exagerar a ruptura representada pela vitória em 1945, mas foi fundamental a mudança entre o mundo pré-guerra – de crise econômica, imperialismo e nacionalismo militante europeu – e o mundo pós-guerra – de boom econômico, descolonização e o confronto ideológico da Guerra Fria.
Vale lembrar que no início ninguém era capaz de antever que rumo a guerra tomaria ou o grau de destruição e violência que deixaria em seu rastro. Diferentes áreas de conflito amalgamaram-se, como muitos incêndios convergindo em um único inferno: o conflito europeu por conta das tentativas alemãs de infringir as restrições impostas após a derrota na Primeira Guerra Mundial; os embates gerados pela ambiciosa e expansionista Itália fascista, cujo líder Mussolini sonhava em recriar o Império Romano; e a guerra pela Ásia empreendida pelo Japão Imperial, decidido a afirmar o direito de povos não brancos de compartilhar um império, e, na Europa Central e no Leste Europeu, por uma aliança de Estados anticomunistas agrupados em torno da Alemanha de Hitler, que em 1941 lançou uma cruzada contra o sistema soviético.
À medida que ganhava amplitude, a guerra foi arrastando todas as grandes potências. É costume afirmar-se que a entrada dos EUA em dezembro de 1941 assegurou a vitória dos Aliados graças ao seu poderio econômico, mas o resultado não foi predeterminado. A Alemanha e seus aliados dispunham de recursos abundantes e apoderaram-se de ainda mais. As tropas alemãs e japonesas lutavam com extrema habilidade. Para vencer os Aliados precisaram melhorar seu poder de combate, coordenar suas atividades e manter sua população comprometida com a causa, mesmo em tempos atribulados. A ideia de que as potências do Eixo, em especial a Alemanha, perderam a guerra em função da própria incompetência distorce o fato de que os Aliados tiveram de aprender a lutar com maior eficácia e explorar plenamente seus próprios recursos científicos, técnicos e de inteligência. Os sacrifícios que os Aliados fizeram – não apenas para assegurar sua própria sobrevivência, mas como modo de impor um mundo em detrimento de outro – dão a medida da importância que atribuíram à guerra. Havia a poderosa sensação de que se tratava realmente de um conflito que moldaria a maneira como a história seria feita.
A Segunda Guerra Mundial é a história desse conflito, desde suas raízes no acordo pós-guerra de 1919 até a vitória dos Aliados e o restabelecimento de uma ordem mundial mais estável. O fato de a obra ter quatro volumes atesta a gigantesca escala e complexidade das guerras travadas na Europa, Ásia, Oriente Médio e nos oceanos. Os dois primeiros volumes cobrem o período das agressões iniciais do Eixo e toda a expansão de suas conquistas territoriais. O terceiro cobre o período em que o resultado da guerra ainda era incerto em todos os teatros do conflito enquanto os Aliados pelejavam desesperadamente para refrear a maré do avanço inimigo. Aos poucos, mas de forma cabal, a maré começou a virar a favor dos Aliados. Ficou claro que as Forças do Eixo, que outrora pareciam imbatíveis, poderiam ser derrotadas em batalhas em campo aberto. A vitória na guerra no deserto pavimentou o caminho para a reconquista do Mediterrâneo; a vitória nas Ilhas Salomão abriu uma pequena brecha na fronteira defensiva do Império Japonês, por meio da qual os Aliados despejaram esmagadoras forças navais, aéreas e terrestres; a vitória em Stalingrado mostrou para o mundo que o Exército Vermelho havia alcançado a maturidade e que o período de vitórias fáceis dos alemães acabara. Este volume termina com os Estados do Eixo acuados em todos os fronts e a rendição da Itália; algumas das batalhas mais encarniçadas e custosas do ápice da guerra contra a Alemanha e o Japão são o tema do último volume.
RICHARD OVERY
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Batalha do Cabo Norte: afundamento do , 26 a 27 de dezembro de 1943
Os Três Grandes: a Conferência de Teerã, 28 de novembro a 1o de dezembroA Conferência de Casablanca:
Rendição Incondicional, 14 a 24 de janeiro de 1943
O C E A N O
A T L Â N T I C OO C E A N O
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U N I Ã O D A S R E P Ú B L I C A S S O C I A L I S T A S S O V I É T I C A S
C H I N A
B R A S I L
ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA
J a p ã o
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FRANÇA
ÁFRICADO SUL
ALEMANHA
Grã--Bretanha
ITÁLIA
C A N A D Á
TeerãCasablanca
OPERAÇÕES 1942—1944
LEGENDAS GERAIS — PARA OS MAPAS DAS PÁGINAS INTERNAS
MAPA DO ORIENTE
MAPA DA EUROPA
ACIMA E À DIREITA
O período 1942-1944 foi o ponto de virada na guerra. Em 1942 os avanços japoneses no sudeste da Ásia, Birmânia e ilhas do Pacífico criaram
uma vasta e nova área de jugo imperial nipônico. Na Alemanha, após uma desaceleração dos ataques nazistas no inverno de 1941-1942,
uma renovada campanha no sul da Rússia levou as forças teutônicas ao Volga e às montanhas do Cáucaso. No Norte da África, em 1942 o
Eixo avançou território egípcio adentro. Desse ponto em diante os Aliados começaram a organizar uma defesa eficiente e iniciaram um lento
programa de ofensivas nas ilhas do Pacífico, no deserto norte-africano e no coração do território soviético, empurrando para trás as Forças do
Eixo. Em 1943 a Itália foi invadida e rendeu-se em setembro, e no final do ano o Exército Vermelho chegou à Ucrânia. Em meados de 1944 o
cenário estava pronto para a derradeira e desesperada luta pela Europa e o Extremo Oriente.
Grupo de Exércitos
Exército
Tropa
Divisão
Brigada
Regimento
Batalhão
Companhia
Infantaria
Blindado
Áereo
Mecanizado
Alemã
Italiana
Japonesa
Norte-americana
Britânica
Soviética
Francesa
Romena
Finlandesa
Vichy (indicadas)
Húngara
Outras (indicadas) IMpéRIO JApONêS, 1943
ESTADOS AlIADOS JApONESES
lIMITE DA ExpANSãO JApONESA, 1942
4
Unidades militares Tipos militares
Veja à direita
Veja abaixo, à direita
Nacionalidades
M a r d o
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Ebro Douro
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Elba Oder
Dniepre
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Don Volga
Dniester
Danúbio
PóRóda
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Víst
ula
Dvina
Canal de Suez
Nilo
Córsega
Sardenha
Mal ta
A maré vira no Norte da África: Alam Halfa, 13 a 30 de agosto de 1942
Operação Tocha, 8 de novembro de 1942
a fevereiro de 1943
A batalha por Stalingrado, 19 de agosto a 19 de novembro de 1942
O fim do Eixo na África: Tunísia
Operação Husky: invasão da Sicília, 9 de jullho a 17 deagosto de 1943
(britânica)
Guerra Partisan
Itália: invasão e rendição, 3 a 8 de setembro de 1943
A batalha por Monte Cassino, 17 de janeiro a9 de maio de 1943
Anzio, 22 de janeiroa 24 maio 1944
Dambusters 7 de maio de 1943
A Resistência Francesa
Derrota em Stalingrado, 19 de novembro a2 de fevereiro de 1943
A Batalha de Kursk, 5 a 13 de julho de 1943
De Carcóvia a Kiev: o Exército Vermelho rompe as linhas inimigas
O bombardeio de Hamburgo, Operação Gomorra, 24 a 25 de julho de 1943
A guerra secreta: espiões, códigos e artimanhas
Racionamento: a guerra por comida
A Contraofensiva soviética, Operação Urano, 19 de novembro
a 24 de dezembro de 1942
A Segunda Batalha de El-Alamein, 23 de outubro a 4 de novembro de 1942
(britânico)
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MARROCOS ESPANHOL
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LUXEMBURGO
BÉLGICA
PAÍSES BAIXOS
S U É C I A
D I N A M A R C AI R L A N D A
I M P É R I O A L E M Ã O
GOVERNO GERAL
ESLOVÁQUIA
L I T U Â N I A
COMISSARIADO DO
REICH PARA A OSTLAND
COMISSARIADO DO
REICH PARA UCRÂNIA
C R I M E I A
L E T Ô N I A
PRÚSSIA ORIENTAL
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Copenhague
Danzig
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Königsberg
Debrecen
Timisoara
Kiev
Vilna
Odessa
NikolaievChisinau
Dnepropetrovsk
Rostov-on-DonTaganrog
Kerch
Novirossiisk
Perekop
Kherson
Sebástopol
Kursk
Briansk
Carcóvia
Orel
Tula
Saratov
Vladimir
Riazan
Tambov
Stalingrado
Smolensk
Gomel
Mogilev
Moscou
Dünaburg
Hamburgo
Bremen
Hanover
Leipzig
Praga
Berlim
Viena
Londres
Paris
Birmingham
Bruxelas
AmsterdãRoterdã
Dublin
CorkLiverpool
Manchester
Nantes
Brest
Cherbourg
Plymouth
Estrasburgo
Lille
Wroclaw
Cracóvia
Budapeste
Alexandria
El-Alamein
DeraBenghazi
El Agheila
Trípoli
Mareth
Minsk
Lemberg
BrestVarsóvia
Lodz
Riga
Munique
Stuttgart
Metz
Caen
Portsmouth
Frankfurt
Roma
Turin
NápolesSalerno
Anzio
Gibraltar
OranArgel
Túnis
Palermo Messina
Taranto
Cagliari
Bilbao
Bordeaux
Toulouse
Marselha
Gênova
Trieste
Lyons
MadriBarcelona
Ilhas Baleares
U N I D O
ESTADO DO EIxO, 1943
ESTADOS AlIADOS DO EIxO, 1943
OCupADOS pElO EIxO, 1943
lIMITE DA ExpANSãO DO EIxO, 1942
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A maré vira no Norte da África: Alam Halfa, 13 a 30 de agosto de 1942
Operação Tocha, 8 de novembro de 1942
a fevereiro de 1943
A batalha por Stalingrado, 19 de agosto a 19 de novembro de 1942
O fim do Eixo na África: Tunísia
Operação Husky: invasão da Sicília, 9 de jullho a 17 deagosto de 1943
(britânica)
Guerra Partisan
Itália: invasão e rendição, 3 a 8 de setembro de 1943
A batalha por Monte Cassino, 17 de janeiro a9 de maio de 1943
Anzio, 22 de janeiroa 24 maio 1944
Dambusters 7 de maio de 1943
A Resistência Francesa
Derrota em Stalingrado, 19 de novembro a2 de fevereiro de 1943
A Batalha de Kursk, 5 a 13 de julho de 1943
De Carcóvia a Kiev: o Exército Vermelho rompe as linhas inimigas
O bombardeio de Hamburgo, Operação Gomorra, 24 a 25 de julho de 1943
A guerra secreta: espiões, códigos e artimanhas
Racionamento: a guerra por comida
A Contraofensiva soviética, Operação Urano, 19 de novembro
a 24 de dezembro de 1942
A Segunda Batalha de El-Alamein, 23 de outubro a 4 de novembro de 1942
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REICH PARA UCRÂNIA
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Budapeste
Alexandria
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DeraBenghazi
El Agheila
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Tóquio
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Cingapura
Jacarta
XangaiNanquim
Manila
Hollandia
Rabaul
Port Moresby
Formosa
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GuamSaipan
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Ilhas Marianas
Ilha Wake
Havaí
MidwayIwo Jima
Ilhas Gilbert
Ilhas Marshall
Ilhas Salomão
Nova GuinéCelebesBornéu
Timor
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COREIA
ESTADOS MALAIOS
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FILIPINASINDO-CHINA FRANCESA
SIÃO
BIRMÂNIA
AUSTRÁLIA
Operação Longcloth:Chindits na Birmânia,
8 de fevereiro a 30 de abril de 1943
Guadalcanal,12 de novembro de 1942a 8 de fevereiro de 1943
Operação Cartwheel: a guerra por Nova Guiné, 30 de junho a março de 1944
De ilha em ilha no Pacífico: Ilhas Gilbert e Marshall
Guerra do Japão na China: Operação Ichi-Go, 18 de abrila novembro de 1944
Batalha pela Índia:Imphal, 8 de maio a3 de julho; Kohima,
4 de abril a 22 dejunho de 1944
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A MARÉ VIRA NO NORTE DA ÁFRICAQ
uando a bem-sucedida ofensiva do Eixo adentrou o Egito na Linha de El-Alamein em junho de 1942, o comandante Rommel estava determinado a avançar
e tomar o Cairo e o Canal de Suez. Seu êxito granjeou-lhe a patente de marechal de campo. Em 1o de julho as forças do Eixo atacaram a linha defensiva Aliada, mas as tropas da Comunidade Britânica estavam bem entrincheiradas e rechaçaram os ataques. O general Auchinleck decidiu contra--atacar, tirando proveito da considerável superioridade em tanques e aeronaves. Iniciadas em 10 de julho, as ofensivas mostraram-se um custoso fracasso. Rommel foi instruído a não seguir adiante, mas o número de blindados dos Aliados, até então quatro vezes maior, foi drasticamente reduzido. No embate, que ficou conhecido como Primeira Batalha de El-Alamein, os Aliados tiveram mais de 13 mil baixas.
Frustrado com o repetido fracasso, Churchill destituiu Auchinleck e nomeou o general Harold Alexander comandante em chefe do Oriente Médio. O comando do 8o Exército ficou com o tenente-general William Gott, que faleceu em 7 de agosto, quando o avião que o transportava foi derrubado. Seu substituto, o tenente-general Bernard Montgomery, forjaria com Alexander uma extraordinária aliança que levaria os exércitos Aliados adentro do Norte da África, até a Sicília e a Itália continental. Montgomery relutava em iniciar uma nova ofensiva enquanto não contasse com substanciais reforços; em vez disso a linha defensiva foi fortalecida como prevenção contra um novo ataque alemão, cujos detalhes foram revelados pelo sistema ULTRA de decodificação.
O plano de Rommel era organizar um ataque diversivo contra as forças australianas e sul-africanas na costa ao redor de El-Alamein, ao mesmo tempo em que conduzia o grosso dos blindados alemães e italianos em um amplo giro ao sul
ACIMA O fascismo italiano continuava fingindo que a Itália era um poderoso Estado militar, apesar das derrotas na África. Aqui vemos um desfile militar diante de dignitários alemães na Piazza Venezia, em Roma, para demonstrar o poderio da nova Itália.
ACIMA Soldado alemão usa um periscópio “orelhas de burro” para observar as linhas Aliadas nos ataques de sondagem de Rommel no início de julho de 1942.
30 DE AGOSTO A 7 DE SETEMBRO DE 1942
12 DE AGOSTO DE 1942Churchill chega a Moscou para reunião de cúpula com Stalin e anuncia que não haverá um segundo front em 1942.
17 DE AGOSTO DE 1942A 8a Força Aérea dos EUA realiza seu primeiro bombardeio na Europa atacando a cidade francesa de Rouen.
MARECHAL DE CAMPO HAROLD ALEXANDER (1891–1969)Um dos mais vitoriosos comandantes britânicos em tempos de guerra. Após uma notável atuação nos combates da Primeira Guerra Mundial, tornou-se em 1937 o mais jovem general de exército. Comandou a 1a Divisão na França em 1940 e depois a Força Expedicionária Britânica (BEF) durante a evacuação de Dunquerque. Em março de 1942 organizou a retirada britânica da Birmânia (Mianmar) e em agosto foi nomeado comandante em chefe do Oriente Médio. No início de 1943 tornou-se o vice-comandante de Einsenhower na campanha na Tunísia, onde reorganizou o desarranjado front Aliado e forçou o Eixo a se render em maio. Comandou a invasão da Sicília e Itália e em novembro de 1944 foi designado comandante supremo do Mediterrâneo e promovido a marechal de campo. Foi governador-geral do Canadá de 1946 a 1952.
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para flanquear as tropas de Montgomery, uma manobra ambiciosa mas previsível. Montgomery preparou suas tropas para enfrentar o Eixo no Maciço de Alam Halfa, cerca de 25 quilômetros atrás das linhas Aliadas. Com pouco combustível e um número limitado de tanques, Rommel iniciou o ataque na noite de 30 para 31 de agosto com quatro unidades blindadas, as divisões 15a e 21a Panzer, mais as divisões italianas Ariete e Littorio. Avançaram rapidamente através
19 DE AGOSTO DE 1942Batalha de Dieppe: o ataque dos Aliados à costa norte da França, ocupada pelos alemães, é um desastre, com inúmeras baixas.
21 DE AGOSTO DE 1942Tropas alemãs chegam ao cume do monte Elbrus, nas montanhas do Cáucaso.
22 DE AGOSTO DE 1942O Brasil declara guerra à Alemanha e à Itália.
5 DE SETEMBRO DE 1942Os Aliados Ocidentais confirmam planos para a Operação Tocha, a invasão do noroeste da África.
OBJETO Braçadeira concedida às tropas alemãs que participaram das campanhas no Norte da África.
XXXXXX
XXXAFRIKAKORPS
XXX8
MONTGOMERY
XXXX
ROMMEL
XXXXX
XXXXXI
XXXX
XXARIETE
XX15
XX21
XX7
XX10
XX8
X22
X23
XXLITTORIOXX
TRIESTE
XXBOLONHA
XX9 AUS
XX1 SA
XX44
XX15
XX50
XX5 IND
XX2 NZ
XXBRÉSCIA
XXTRENTO
XX164
XX90 Lt
X
Avanço do Afrika Korps e da 20a tropa Italiana, meia-noite, 31 de agosto
Ataques diversivos,
31 de agosto
Os britânicos travam uma batalha de retenção
A aproximação doEixo é abreviada pelo avanço britânico
Os Aliados abrem fogo contra o avanço do Eixo, 16:00 horas
Os Aliados retardam a retirada do Eixo, 1o a 5 de setembro
Mar Mediterrâneo
Mac
iço de
Alam Half
a
Maciço
de M
iteiriy
a
Maciço de Ruweisat
AlamNayil
Colina do Rim
El Daba Sidi Abd el Rahman
El-Alamein
El Imayid
El Hammam
Ghazal
Alam Halfa31 de agosto a 5 de setembro de 1942
Campos minados
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ACIMA As Forças Britânicas dependiam dos generosos suprimentos fornecidos pelos EUA para as campanhas no Oriente Médio. Aqui o 5o Regimento Real de Tanques exibe para a câmera um de seus blindados Grant em 17 de fevereiro de 1942.
ACIMA Churchill voou até o Cairo em agosto de 1942 para ver pessoalmente o que deveria ser feito para assegurar a defesa do Norte da África. Aqui ele está sentado com o premiê sul-africano Jan Smuts; atrás, o general Alan Brooke (à direita) e o marechal do ar Arthur Tedder (à esquerda).
ABAIXO O envio de suprimentos foi uma grande vantagem dos Aliados sobre os nazistas no Norte da África, porque as rotas de abastecimento do Eixo eram facilmente obstruídas pelos submarinos e ataques aéreos Aliados. Aqui um comboio descarrega peças e equipamentos da RAF em Port Said, Egito, em agosto de 1942.
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da série de “caixas” defensivas ao sul da linha Aliada e guinaram em Alam Halfa para completar o cerco.
A estratégia de Montgomery funcionou exatamente conforme o planejado. Obstruídas em extensos campos minados, as Forças do Eixo foram atacadas de flanco pela 7a Divisão Blindada Britânica e fustigadas por um eficaz fogo de artilharia antitanque no espinhaço. Após dois dias de batalhas infrutíferas, Rommel ordenou a retirada, deixando para trás 50 tanques e 400 veículos. Foi o mais longe que o Eixo conseguiu chegar no Norte da África, e o último vislumbre que Rommel teve de abocanhar uma vitória rápida. Ao longo dos dois meses seguintes ele estabeleceu uma compacta linha defensiva contra o esperado contra-ataque, com vastos campos minados e divisões blindadas atrás deles.
A vitória em Alam Halfa não atraiu a mesma atenção dada ao triunfo em El-Alamein, em novembro, mas foi um importante ponto de inflexão e uma oportunidade para Montgomery mostrar seu valor, pois Churchill o pressionava a agir. A vitória foi obtida graças a uma substancial superioridade em armamentos e suprimentos. Em outubro de 1942 a Força Aérea do Oriente Médio era constituída por 96 esquadrões de mais de mil aeronaves, com um genuníno sabor internacional. Além de unidades tripuladas por britânicos, havia esquadrões norte-americanos, sul- -africanos, australianos, gregos, canadenses, franceses, rodesianos e iugoslavos. O poderio aéreo mostrou-se um bônus para os Aliados enquanto o componente aéreo italiano minguava, prejudicado pela constante escassez de combustível. Essa vantagem seria decisiva nas ofensivas seguintes – e mais célebres – de Montgomery.
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