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2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Navegar nas pági-nas da Internet,entrar no mundo

da comunicação virtual, narede mundial de computa-dores, sempre foi um sonhodo Movimento dos PadresCasados, representado noBrasil pela Associação Ru-mos. Pensando bem, atéque estamos defasados emrelação a outras institui-ções que já utilizam estemoderno e potente meio decomunicação.

Neste mês de outubrode 2009 finalmente vamoscolocar nossa página dainternet no ar, à disposiçãode todos que desejam co-nhecer um pouco mais oMPC e a Associação Ru-mos, bem como um impor-tante canal de comunica-ção para os colegas pa-dres casados de todo Bra-sil e do mundo.

Nosso endereço narede mundial de computa-dores será bastante sim-ples: www.padrescasados.org.br E estará à disposi-ção de todos a partir dasegunda quinzena de

outubro.Cabe destacar aqui,

como agradecimento nãosó em meu nome, mascreio de todos os colegaspadres casados do Brasil,da colaboração e parceriacom o site "Ora et Labo-ra" que, de alguma forma,foi nossa página na inter-net oficiosamente nos úl-timos anos, graças à bon-dade de Mário Palumbo.Claro que vamos continu-ar parceiros e irmãos, tra-balhando juntos pelo Rei-no de Deus.

Outro registro importan-te é em relação ao trabalhodo "e-grupo" padres casa-dos, moderado por João Ta-vares. O novo site não irá,de forma alguma, substituireste instrumento de comu-nicação que já contabilizamais de 800 e-mails do Brasile do exterior. E nosso colegaJoão Tavares que chegar amais de 1.000 até o final doano. De alguma forma, onosso grupo de padres ca-sados será ampliado com osite, utilizando-se as inúme-ras possibilidades de intera-

ção a partir da rede mundialde computadores.

Com o site da Asso-ciação Rumos/MPC va-mos atingir, com certeza,os padres casados da novageração. Muitos sequertêm conhecimento do mo-vimento. Será, ainda, umaoportunidade de divulga-ção das nossas aspira-ções, sentimentos, traba-lhos e contribuições paraconstrução de um reino deamor, justiça e verdade.

O site do Movimentodos Padres Casados/As-sociação Rumos serátambém um trabalho deconstrução coletiva. Va-mos precisar, claro, dacontribuição de muitoscolegas no envio de in-formações, notícias diver-sas e, principalmente, ar-tigos sobre a realidade dopadre casado e a proble-mát ica do cel ibato naIgreja Católica Romana.

Nossa comunicação,agora, ficará mais ágil, rá-pida e com um alcancemuito maior. O site seráum instrumento aglutina-

EDITORIAL

O apelo do editorialda última ediçãodo Rumos rendeu

bons frutos: surgirammuitas assinaturas e re-novações de assinaturade nosso jornal. Agrade-cimento a todos!

Mas, a bem da verda-de, comunicamos que ain-da há muitos outros "es-quecidos" de atualizar seudébito de 30,00 referente àassinatura de 2009. Ou os120,00 à Associação Ru-mos. Acordem!

A grande e esperadanovidade é a próximainauguração do saite dospadres casados, previstapara outubro. Bela e ago-ra realizada promessa denossa Diretoria, encabe-çada por Felix de Recife.

Entretanto o saite sóserá de utilidade universalse for munido de excelentee rico conteúdo.

Quem irá enriquecê-lo,alimentá-lo com matériasconcernentes ao MPC, àteologia, à espiritualida-de, à eclesiologia, à pas-toral, à evangelização e atestemunhos pessoais?

Resposta: todos nós,padres casados, nossas

esposas e familiares, nos-sos colegas padres e bis-pos da ativa, nossos ami-gos religiosos(as) eleigos(as) que comungamconosco.

Prestemos nossa co-laboração enviando to-das as matérias concer-nentes de que dispomos.

Enviando para o presi-dente Felix ([email protected]) ou ao mode-rador João Tavares (tava-resj@ elo.com.br) ou a esteeditor ([email protected]).

Contamos com a cola-boração de todos, e desdejá agradecemos.

Nesta edição 212 deRumos foi dada ênfase afatos históricos do MPC,rememorando seus primór-dios, bem como a testemu-nhos pessoais de váriosamigos e colegas.

Que a lembrança denossos pioneiros do MPCe o exemplo de vida de nos-sos irmãos e irmãs nos mo-tivem para uma atuaçãocada vez mais apostólica eevangelizadora!

Gilberto Luiz GonzagaEditor

[email protected]

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PE

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Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2008/2009

Presidente: Félix Galvão Batista FilhoVice-Presidente: Francisco de Oliveira Rocha1º. Secretário: Cristiane Maria Gonçalves Crespo2º. Secretário: Brian Eyre1º. Tesoureiro: Mathew Oliver Hande2º. Tesoureiro: Isaac Leon Braun

Conselho Gestor da AR/ Movimento dasFamílias dos Padres Casados:

Coordenador da Assessoria Jurídica:Francisco Marcelino Muniz de MedeirosCoordenador da Comissão de Teologia:Francisco Salatiel de Alencar BarbosaCoordenador da comunicação externa:José Vicente AndradeDelegados internacionais:Jorge Ponciano (titular)Luiz Guerreiro e Irene Orthieb (suplentes)Moderador do E-Grupo: João TavaresCoordenadores do Encontro Nacionalde Ribeirão Preto/ Janeiro de 2010:Mário Palumbo e Margarida Toledo PalumboDiagramação Rodrigo Maierhofer Macedo

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimes-tral da Associação Rumos/Movimento das Famíli-as dos Padres Casados do Brasil (MFPC). A Asso-ciação Rumos é uma sociedade civil de direito pri-vado, de âmbito nacional, com finalidades assis-tenciais, filantrópicas, culturais e educacionais,sem fins lucrativos.

JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] deGilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47-33694672Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 30,00 (trinta reais)Pagamento pelo BANCO DO BRASIL - Agência 3243-3 - Conta 21077-3Comunique imediatamente, através de e-mail, ao nosso tesoureiro Mateus Hande: [email protected] por carta para Mateus Hande: Rua Engenheiro Teófilo de Freitas, 30, aptº 402, Derby - Recife-PE. CEP 52.010-190

Associação Rumos:anuidade de sócio - R$ 120,00 (Cento e Vinte Reais) com direito a assinatura do jornal Rumoscontribuição para um fundo de ajuda mútua - a partir de R$ 1,00 por mês;Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noBANCO DO BRASIL - AGÊNCIA 0299-2 - CONTA 33.624-6Remeta cópia do comprovante para Mateus Hande: Rua Engenheiro Teófilo de Freitas, 30, aptº 402, Derby - Recife-PE. CEP 52.010-190

dor de idéias e de pes-soas. Um instrumentocriado para ajudar a Di-retoria Nacional de Ru-mos a cumprir a tarefa,nem sempre fácil, que écoordenar o Movimentodas Famílias dos PadresCasados neste imensoBrasil.

Com a criação do sitecumprimos uma das nossasmetas como Diretoria Na-cional, a de dotar a Associ-ação Rumos de um instru-mento moderno de comu-nicação que servirá de basepara todas as ações doMPC/Rumos.

Félix Batista FilhoPresidente da

Associação Rumos/Movimento dos Padres

Casados do Brasil

Carta do Presidente aos leitores

Antes de junho, não constantes na lista anteriorJoão FachiniPadre Ney Brasil PereiraDom Manoel João FranciscoMário PalumboJunhoJosé Caetano C. de SousaPaulo BarabaszManoel Carlos Formigli SouzaAntônio PradiJayme R. AlmeidaValéria HeislerOdna e Celso AugustoFernando dos SantosLevy Lopes de AraújoEládio Alvarez FernandezJulhoGaldino Vivian

Maria José B. SoaresLibrary of Congress (Maria Amélia Sant'Anna)Plácido MarcondesGeir R. SilvaGeraldo RosaniaSergio BernardoniAlauyzio FavaroVicente de Paulo S. NunesAgostoUbiratan de AraujoLuís e Irene CacaisRevista MiriamPe. Abílio da C. OliveiraJoseph A. Gilles LacroixNey Ramos de CastilhosLoadi StefaneloSergio Engerroff

Otávio BonfimSeu jornal impresso retornou!Por inexistência da Caixa Postal 650.Favor retificar seu endereço.Gilberto editor

AssinaturasParabéns aos muitos assinantes que pagaram a assinatura recentemente.

Pedimos que os muitos não-pagantes imitem o bom exemplo.

ATENÇÃO

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOS

CIDADE DO VATICANO, quin-ta-feira, 27 de agosto de 2009(ZENIT.org).- O Ano Sacerdotalé uma iniciativa com a qual Ben-to XVI quer que a Igreja volte aentrar em contato também comsacerdotes que abandonaram oministério. Assim confirma o car-deal Tarcisio Bertone, secretáriode Estado, em uma entrevista pu-blicada esta semana pela ediçãoitaliana de L'Osservatore Roma-no, na qual o prelado revela in-

A notícia já foi comentada em RU-MOS, n. 210. Em 24 de janeiro de2009, o Papa Bento XVI decidiu,

sem exigir condições, levantar a excomu-nhão que pesava, desde 1988, sobre osbispos da Fraternidade Sacerdotal São PioX, nascida da rebeldia do bispo tradicio-nalista francês Marcel Lefebvre contra asreformas do Vaticano II.

Em 29 do mesmo mês, um grupo de te-ólogos e teólogas de língua alemã assina-ram uma Petição a ser enviada ao Papa,onde se exigia um "reconhecimento irres-trito das decisões do concílio Vaticano II".Confiada a difusão da iniciativa ao movi-mento "Nós somos Igreja", ela suscitourapidamente uma grande adesão.

A Petição tinha a seu favor o cânon212,3, do Direito Canônico, onde se diz queos "fiéis têm o direito e, às vezes, até odever de manifestar aos Pastores sagra-dos a própria opinião sobre o que afeta obem da Igreja e...de dar a conhecer essasua opinião aos demais fiéis".

Em 3 de março, foi comunicado à Con-ferência Episcopal alemã, reunida em Ham-burgo, que as assinaturas da Petição al-cançavam já as 36.300.

Depois, em 25 de março, os autores dainiciativa pediram ao Núncio Apostólicoem Berlim que intermediasse uma data pró-xima para eles entregarem pessoalmente aPetição à Congregação para a Doutrina daFé em Roma. O Núncio respondeu em 2 deabril, perguntando se não seria mais cô-modo encaminhar a Petição, com as assi-naturas, à Congregação para a Doutrinada Fé através da Nunciatura em Berlim.Mas, dado o significado e a ressonânciaque a Petição estava tendo, os autores in-sistiram em pedir que lhes fosse facilitadauma entrega pessoal.

Soube-se, em 9 de abril, data final paraa recolha de assinaturas, que 54.104 pes-soas tinham assinado a Petição. Fizeram-no por meio da internet ou de listas expos-tas nas paróquias. Provinham de 80 paísesde todo o mundo. O seu número era quase

Amigos, gosto muitodessa idéia de reto-marmos o costume

da hospitalidade fraterna.É bom saber que, em

cada canto deste Brasil, nãoestaremos sós.

Sempre tem um padrecasado. Não somente parahospedagem, mas para umpapo amigo. Eu mesmo, emviagens aqui mesmo peloNordeste, procuro algumcolega para almoçar ou jan-tar junto. Também já me hos-pedei com colegas.

Acho muito boa estaidéia da hospitalidade, quejá foi levantada por Giba al-guma vezes e, agora, ganhouo respaldo de João e Palum-bo.

Vamos em frente!Félix Batista Filho

Esse assunto, HOS-PITALIDADE, foimuito discutido nos

FIM MELANCÓLICO DE UMAPELO DO POVO DE DEUS

HOSPITALIDADE DOSPADRES CASADOS

ANO SACERDOTAL SE DIRIGE TAMBÉM AOSSACERDOTES QUE ABANDONARAM MINISTÉRIO

ASSEGURA O CARDEAL TARCISIO BERTONEclusive como surgiu a idéia deconvocar esta iniciativa.

"Lembro que, após o sínodosobre a Palavra de Deus, na mesado Papa havia uma proposta, jáapresentada antes, de convocaro ano da oração, que em si esta-va bem unida à reflexão sobre aPalavra de Deus", comenta.

No entanto, "os 150 anos damorte do Cura de Ars e a emer-gência dos problemas que afe-taram tantos sacerdotes levaram

Bento XVI a promulgar o AnoSacerdotal", revela.

Com esta iniciativa, afirmaseu colaborador mais próximo,o Papa quer mostrar "uma aten-ção especial aos sacerdotes, àsvocações sacerdotais" e promo-ver "em todo o povo de Deusum movimento de crescente afe-to e proximidade dos ministrosordenados".

"O Ano Sacerdotal está sus-citando um grande entusiasmo

em todas as igrejas locais e ummovimento extraordinário deoração, de fraternidade paracom os sacerdotes e entre elesmesmos, além de promover apastoral vocacional."

"Além disso, está se robus-tecendo o tecido do diálogo,às vezes difícil, entre bispos esacerdotes, e está crescendouma especial atenção a favorde sacerdotes que foram redu-zidos a uma condição marginal

na ação pastoral."O cardeal Bertone afirma que

este ano procura também "uma re-tomada de contato, de ajuda fra-terna e, se possível, de voltar a unir-se com os sacerdotes que, por di-ferentes motivos, abandonaram oexercício do ministério".

"Os santos sacerdotes quepovoaram a história da Igreja nãodeixarão de proteger e de apoiar ocaminho de renovação propostopor Bento XVI", conclui.

o dobro dos que assinaram outra lista que,simultaneamente, promovia a aprovação eadesão a Bento XVI: "SIM a Bento".

Em 29 de maio, o Núncio informavaque a Congregação para a Doutrina daFé "considerava desnecessário receberos autores da Petição, cujo conteúdolhe era bem conhecido e seria por elalevado em conta no futuro".

Em 15 de junho, a conselho do Núncio,os autores da Petição dirigiram-se direta-mente à Congregação para a Doutrina daFé, alegando que a recusa de um diálogoconstituía uma enorme desconsideraçãocom os assinantes, uma vez que a entregada recolha das 33.000 assinaturas "SIM aBento" pôde ser feita no âmbito de umaaudiência geral e foi retribuída com umacarta de agradecimento do Papa.

Em 20 de julho, os autores da Petiçãodirigiram-se de novo à Congregação para aDoutrina da Fé: queriam saber por que éque, até à data, não tinham recebido nenhu-ma resposta ao seu pedido de poderem en-tregar pessoalmente a Petição em Roma.

Como se vê, a Congregação para a Dou-trina da Fé não tinha mesmo nenhum inte-resse em receber a Petição com as assina-turas e, muito menos, em dialogar com osseus autores. De nada valeram os esfor-ços e a intermediação do Núncio Apostóli-co em Berlim, Mons. Jean-Claude Périsset.

Luís Guerreiro

anos 80, no MPC. E parece-me que faz parte dos objeti-vos gerais do MPC, no itemajuda fraterna mútua.

No primeiro Catálogo,de 1989, inclusive, está in-dicado se o colega tem ounão vontade e possibilida-de de hospedar colegas equantas pessoas. Foi umaboa campanha que depois,por falta de cultivo, esmo-receu. No catálogo de 1998,não falaram mais do assun-to e... foi morrendo.

Eu, por exemplo, rece-bi aqui em casa colegas devários Estados, de váriaspartes do Brasil. Com mui-ta alegria. Como tambémfiz e faço com gente da Itá-lia, Portugal, Bélgica, Es-panha, Moçambique.

Por outro lado, já mehospedei com colegas emFortaleza (vários), Recife(Félix, várias vezes), Rio,Natal, Maceió, Brasília (vá-

rios), Belo Horizonte, Curiti-ba e Salvador (Almir).

Acho ótimo hospedar eser hospedado. Naqueletempo foi inclusive venti-lada e incentivada a idéiade troca de hospedagemde filhos adolescentes ejovens nas férias.

Acho que se poderia re-tornar, com bom resultado, apropor e a debater esta boaidéia e a voltarmos à práticada HOSPITALIDADE FRA-TERNA entre nós.

Alguém quer fazer umartigo sobre isso para come-çarmos o debate? Pessoal-mente acho que vale a penainvestir nessa proposta.OBS: na hipótese de inte-ressar, disponho da Mono-grafia: HOSPITALIDADEEM UMA PERSPECTIVABÍBLICA. Dei uma olhadarápida na Monografia. Pa-rece interessante.

João TavaresCasal Mário e Margarida hospitaleiros

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4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

OS ACORDOS DE LATRÃO

Soberano temporal por cir-cunstâncias alheias a Cris-to e decorrentes de injun-

ções imperiais, ao Bispo de Roma,outrora poderosíssimo, em especi-al, por causa de doações, apropria-ções ou conquistas de sociedades,além de estranhas ocupações de ter-ritórios, restou a soberania sobre oEstado do Vaticano, um quase sim-bólico território que lhe foi garanti-do, através dos acordos assinadosem 11 de fevereiro em 1929 no Palá-cio de Latrão, em Roma, entre o Pa-pado [Santa Sé] e o chefe do Go-verno italiano, Mussolini.

Esses acordos, que se resumi-ram no encerramento solene de com-prometedores atos diplomáticos,além do reconhecimento da sobera-nia do bispo de Roma sobre o Vati-cano, financeiramente rendeu ao Pa-pado vultosa indenização pelas per-das dos proventos temporais que lheforam surripiados desde 1871.

Em termos morais, foram outor-gados ao Papa alguns direitos deinterferência nas decisões do Es-tado Italiano em questões referen-tes ao ensino, à educação e àsquestões matrimoniais. Atualmen-te, os próprios católicos não sepreocupam com a violação dessesdireitos por parte dos italianos,pois a visão de Igreja é outra, mes-mo entre os piedosos romanos.

Parece-me que, a rigor, se bemanalisados, os acordos somentepreservaram a nostálgica memóriade que, um dia, o bispo de Romatornou-se Imperador do Ocidente,por desistência dos que, de fato,detinham um poder "mundializado".

TENTATIVA DERETOMADA DO PODER

Por dificuldades causadas pordecisões unilaterais, que criaramaborrecimentos de toda natureza àcomunidade católica e em virtude dependências tais como "pagamentosou compensações" por escolhaspapais negociadas, em especial des-de quando o Papado perdeu a ga-rantia de seu outrora forte braço se-cular, as lideranças vaticanas opta-ram pela conveniência da infalibili-dade do Papa, uma declaração sole-ne que tornaria o Papa inerrante emtermos de moral e doutrina.

As discordâncias forma além doesperado. Aconteceram séries dedifíceis discussões que jamais hou-ve unanimidade dentro do próprioepiscopado e do corpo de teólogos.No entanto, o Concílio Vaticano I,realizado em 1870, definiu a infalibi-lidade pontifícia como dogma de fépara todos os católicos.

Divididos e inseguros, muitos

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PAPADO (CONTINUAÇÃO)

conciliares sentiram-se constrangi-dos a votar com os interesses dopapado, simplesmente para salva-guardar o poder de coerção da Igre-ja sobre os católicos sempre queestivesse em perigo de repúdio,concepções pontifícias.

A atual posição das própriaslideranças católicas nada tem a vercom a infalibilidade pontifícia. Ohumanismo, o racionalismo, osposicionamentos individuais fren-te ao progresso das ciências e osentido prático das buscas das li-berdades e dos direitos humanos,levam os católicos a pensar mais arespeito do que é a Igreja, de qualé a real missão do Papa.

À medida que se desenvolvemas posições de restrição ao sonhode retomada de poder pela Igreja,os católicos, especialmente os me-lhor formados, voltam seus pensa-mentos à Reforma, quando Luterorepresentando as fortes correntesde católicos conscientes, semeouvalores que frutificaram diversostipos de modelos de liberdade so-berana ou liberdade de conquista.

O próprio Papa João Paulo II,empenhado em recuperar poderesperdidos pela igreja e ressuscitarposturas oficiais que já não funci-onam em termos de Igreja Viva, re-vela o que, de fato se passa na pró-pria cúpula.

Alquebrado e ferido pela enfer-midade que comove, ele vibra maisquando se refere à necessidade decultivo da liberdade humana comvistas à verdade, à justiça, ao amore à solidariedade do que quando

convida à aceitação de modelosque, hoje, não são assimilados nemmesmo pelos "melhores" católicos.

O TERMO PAPA

Originalmente, a palavraPapa evoluiu de diversas varia-ções assemelhadas em diversosidiomas e dialetos. Passou a serusada como designativa de bis-po, de chefe e de condutor daIgreja ou comunidade.

Posteriormente, no século VI- por causa da tradição segun-do a qual Pedro também foramartirizado naquela cidade -passou ser designativa do bis-po de igreja de Roma.

Em virtude da gestão pastoralde Pedro naquela sede, seu suces-sor exerceria a primazia de prece-dência honorífica ou pastoral so-bre os demais bispos e viria a re-presentar precedência funcionalpara garantir uniformidade eclesialnos procedimentos fundamentais

da doutrina e na organização deordenamentos para sistematizar osrelacionamentos entre os fiéis naigreja e fora dela.

Na realidade, pela observaçãodos fatos constantes e das medi-das intermitentes, a partir do sé-culo VI, o governo do Papa, sobforma monárquica indiscutível,tornou-se sistema de poder que,por teses diversas, expressa quea Igreja católica de viés romano éde instituição divina. Portanto, obispo de Roma tem o direito àsprerrogativas de precedência quePedro teria gozado entre os de-mais apóstolos.

AS NOVAS DIMENSÕESDO PAPADO

A história demonstra que o Pa-pado se fortaleceu e se mantevesoberano fazendo guerras paradefender a liberdade da Igreja con-tra os que os líderes eclesiásticosdenominavam inimigos de Deus.

Na atualidade, a Igreja está pre-ocupada em preservar seus direi-tos de exercer sua liberdade depensar e ensinar e sua vocação deprestar serviços de evangelização,como todas as demais Igrejas e re-ligiões. Parece que cresce entre bis-pos e teólogos a consciência danecessidade de se respeitarem to-das as formas de governo colegia-do dos bispos, especialmente pelaimpossibilidade de se admitir tan-to a uniformidade de problemascomo a de soluções para toda ahumanidade. Além disso, os núme-

ros provam que a população mun-dial não é católica e cristã nem suamaioria.

As dimensões do Papado mu-daram e continuam evoluindo, poisa fé não é ato cego nem adesãodestituída de conteúdo intelectu-al. Ela é procedimento pessoal mo-biliza a inteligência que, através dacompreensão de valores mais pro-fundos. Partindo destes valores, ohomem chega à descoberta de no-vos significados, em especial osque unem e integram o conheci-mento e a iluminação da graça e ostransformam em ações produtivasde esperança e de solidariedade.

Não é com poucas razõesque, atualmente, são raríssimasas diferenças notáveis entre asposições católicas de espiritua-lidade e ação e as concepçõesluteranas da fé e das obras. A ri-gor, os reformadores tinham ra-zão. Apenas não agiram com odevido apoio da própria Igreja.

Hoje é comum a consciência deque a libertação da Igreja do pesodas limitações do papado inclui alibertação paulina, parcialmentecontida no Projeto de Israel, po-rém frustrado por causa da durezade corações, sobretudo das elitesdos que contavam com a cumplici-dade de seguidores passivos.

A família cristã respeita o Pa-pado e reconhece seu valor e suautilidade, porém exige que ele fun-cione nas dimensões pedagógicasda liberdade evangélica, vividapelos apóstolos.

Prof. José Vicente de Andrade

Vaticano

João XXIII

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOS

1. Nunca achar que somos os primeirosque leram a Santa Escritura. Muitos, muitís-simos, através dos séculos, a leram, medita-ram, viveram e transmitiram. Os melhores in-térpretes da Bíblia são os santos.

2. A Escritura é o livro da comunidadeeclesial. Nossa leitura, ainda que seja emsolidão, jamais poderá ser solitária. Para lê-la com proveito, é preciso inserir-se na gran-de corrente eclesial que é conduzida e guia-da pelo Espírito Santo.

3. A Bíblia é "Alguém". Por isso, é lida ecelebrada ao mesmo tempo. A melhor leiturada Bíblia é a que se faz na Liturgia.

4. O centro da Sagrada Escritura é Cris-to; por isso, tudo deve ser lido sob o olharde Cristo e buscando n'Ele seu cumprimen-to. Cristo é a chave interpretativa da Sagra-da Escritura.

5. Nunca esquecer de que na Bíblia en-contramos fatos e frases, obras e palavrasintimamente unidos uns aos outros; as pa-lavras anunciam e iluminam os fatos, e osfatos realizam e confirmam as palavras.

6. Uma maneira prática e proveitosa deler a Escritura é começar com os SantosEvangelhos, continuar com os Atos dosApóstolos e Cartas e ir misturando com al-gum livro do Antigo Testamento: Gênesis,Êxodo, Juízes, Samuel etc. Não querer ler olivro do Levítico de uma só vez, por exem-plo. Os Salmos devem ser o livro de oraçãodos grupos bíblicos. Os profetas são a"alma" do Antigo Testamento: é precisodedicar-lhes um estudo especial.

Na África Central, a igreja católica foi chamada à atenção pelo Vaticano. Doisbispos tiveram de se demitir. Alguns padres fizeram uma jornada de greve aossacramentos. Instalou-se o mal-estar.

O que se passa na África Central tem o mérito de levantar claramente a ques-tão do estatuto dos padres: o casamento e os recursos econômicos. Há muito quea disciplina imposta não funciona.

Toda a gente o sabe. É aos africanos que cabe tomar a palavra e dizer que sãonecessárias mudanças no seu país. Em outubro terá lugar um Sínodo africano. Éuma ocasião de sonho para abordar livremente estas questões. Mas há receio quevoltem a brindar com as banalidades do costume.

Sim, quero gritar minhafé… e minha esperan-ça no final deste meu

livro, e ao final de minha vidasacerdotal.

Desde os 9 anos inicieimeus estudos num seminá-rio dos padres vicentinos,em Escobar, província deBuenos Aires. Recordo asilusões, medos e esperançasao receber a consagraçãosacerdotal em 22/12/1944,com 22 anos.

Que fiz eu, Senhor, paradifundir tua Mensagem de luz,verdade e amor? Quantoscompanheiros meus de orde-nação ou estudos, já não es-tão... para partilhar tantas sau-dades de sonhos truncados!

Por que, Senhor, nãosoubemos compreender queo núcleo de tua pregaçãoevangélica era sempre oamor... obsessivamente oamor... e que todo pecado éum ato de desamor, é umdano que nos fazemos oufazemos aos outros? Por quetanta insistência de manda-

(05.09.2009) - O Presidente da Assem-bléia Geral da ONU, o nicaraguense pa-dre Miguel D´Escoto, afirmou em "LaHabana" que o líder cubano, Fidel Cas-tro, é "o melhor discípulo de Jesus".

"Fidel é para mim, hoje em dia, o melhordiscípulo de Jesus. Tive o privilégio de es-tar perto dele, de observá-lo, de ouvi-lo,de vê-lo, e é um homem enamorado da jus-

CRISE RELIGIOSA NA ÁFRICA UM GRITO DE ESPERANÇAmentos e preceitos comopecado mortal?...

Por que a primazia da"obediência" sobre a mise-ricórdia?...

Por que infundir medo,temor, castigo em nome deDeus... quando sabemosque Deus não quer a mortede ninguém... e sim que to-dos se salvem?...

Por que ainda e apesardas claras diretivas do Con-cílio Vaticano II, obra de teufiel Pastor João XXIII, seomitem seus documentos... ese criam novos códigos re-pressivos sob os títulos deDireito canônico e Catecismocatólico... para vergonha dosprofissionais católicos?...

Por que ainda nossa Hie-rarquia segue os ritos medie-vais de ostentação e poder?...

Por que repetimos ritosde "lavação dos pés" na Se-mana Santa... e logo enche-mos os templos de incenso,luxuosos adornos e mitrasbrilhantes?...

Por que se teme tanto o

matrimônio que funda a famí-lia de Cristo, e se nega a con-sagração sacerdotal a quemnão renuncia para sempre omatrimônio... como se não fos-se um sacramemto... que temmais valor que o celibato?...

E por que não se admiteo celibato livre, opcional, paraser virtude? Deus meu! Ben-to XVI!... por que tanto medoda liberdade que Cristo nostrouxe? Não é uma injúria aCristo exigir o celibato obri-gatório para o sacerdócio,quando Ele não o exigiu?

Padre José Amado Aguirre(último tema de um

próximo livro)

FIDEL CASTRODISCÍPULO DE JESUS

tiça, da fraternidade, da solidariedade", dis-se o sacerdote e ex-chanceler sandinista.

D´Escoto insistiu que a ONU temque ser "reinventada", ao apresentarseu livro "Antiimperialismo y no vio-lencia". E disse que viu com "excelen-te saúde física, espiritual e psicológi-ca" o líder cubano, de 83 anos, quedeixou a presidência em 2006.

DECÁLOGO PARA LER ABÍBLIA COM PROVEITO

7. A Bíblia é conquistada como a cidadede Jericó: "dando voltas". Por isso, é bomler os lugares paralelos. É um método inte-ressante e muito proveitoso. Um texto es-clarece o outro, segundo o que diz SantoAgostinho: "O Antigo Testamento fica pa-tente no Novo e o Novo está latente noAntigo".

8. A Bíblia deve ser lida e meditada como mesmo espírito com que foi escrita. O Es-pírito Santo é o seu principal autor e intér-prete. É preciso invocá-lo sempre antes decomeçar a lê-la e, no final, agradecer-lhe.

9. A Santa Bíblia nunca deve ser utiliza-da para criticar e condenar os demais.

10. Todo texto bíblico tem um contextohistórico em que se originou e um contextoliterário em que foi escrito. Um texto bíblico,fora do sue contexto histórico e literário, éum pretexto para manipular a Palavra deDeus. Isso é tomar o nome de Deus em vão.

Dom Mario de Gasperín Gasperín,bispo de Querétaro

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6 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Nossa realidade atual comogrupo envolvido comMPC é muito diferente,

pois a idade dos componentes dogrupo está avançada e os netosocupam as atenções dos vovôs edas vovós. Murchamos como in-tegrantes do MPC e crescemoscomo partícipes da Igreja instituci-onal ou não.

Quem usou seus anos de matu-ridade na luta pela conquista do res-peito de seu espaço, sua opção pro-fissional e afetiva, agora vive as ale-grias decorrentes da honestidade.

Em Minas Gerais, mais particu-larmente da região metropolitanade BH - segundo vejo, há muitotrabalho sendo realizado em todosos segmentos sociais, pois as mon-tanhas e vales ocultam muito debom e muito de duvidoso. MinasGerais não é misteriosa nem difícilde ser compreendida, especialmen-te agora, quando nela não se co-nhecem inconfidentes nem segre-dos como os de outrora. Aqui ain-da se trabalha muito pela cidada-nia ou o ideal de liberdade!

Quase todos os companhei-ros, que classificamos ligados aoMPC [mesmo à revelia deles] par-ticipam de diferentes níveis de li-derança na vida da sociedade, in-clusive da Igreja de Jesus, fatoque torna suas ações formas derepto por participação nos diver-sos ministérios oficiais, de direi-to devidos aos ordenados.

Aqui não pedimos retorno aprivilégios: procuramos criar climapara sedimentar disposições polí-ticas para que aconteça uma novaIgreja, que passe à prática do quefoi esperança no Vaticano II [cujosdocumentos mais importantes há40 anos o Papado tenta sepultar],a vivência ecumênica; a ordenaçãode mulheres; o recasamento; a va-lorização da vida celibatária paraexercício de ministérios ordenados,desde que opcional; o exercícioprático da colegialidade com a co-munhão efetiva, inclusive dos ape-lidados "leigos" que se constitu-em no "Povo Sacerdotal".

Grupo 1Muitos dos nossos trabalham

na pastoral direta, tanto em paró-

Percebemos que agora es-tamos no momento maisdelicado dos últimos quaren-

ta anos para os padres casados...Afinal, há diálogo com Ben-

to XVI, apesar da resistênciade significativo número de bis-pos que hesitam em reinserir no

LUZ NO FIM DO TUNEL?presbitério padres que desteforam desalojados, muitas vezdescaridosamente.

Parece-me que não é horade se pensar em retorno coleti-vo, mas apenas em diálogoaberto que respeita opções paraos padres casados que continu-

am na Igreja Romana. Para osque se encontram em exercícioministerial em outras, há dúvi-das sérias, pois a Igreja se julgano direito de poder dialogar ape-nas com seus sacerdotes quan-to a ministérios, não com os sa-cerdotes dos "outros" (assim

pensam alguns bispos).Parece que os tribunais ecle-

siásticos suspenderam os pro-cessos de dispensas de celiba-to, pelo menos por enquanto...Por quê? Fala-se muito e nadase diz, por falta de parâmetros.

José Vicente de Andrade

MPC - HISTÓRICO DE MG NOS ANOS 90

quias, como em assessorias,como em comunidades de base,com especial destaque para Levy,Aleluia, Romão, José Cirilo, Pie-rino, atuantes na região metropo-litana, e outros que exercem pas-toral permanente em cidades dointerior. Muitos dos citados se-guem normas diocesanas comministérios oficiais e outros pre-ferem trabalhar em "guerrilhapastoral" por julgarem estreitosos limites e para tornarem maisprodutivas suas ações pessoais.

Grupo 2Há um grupo que desenvolve

pastoral especial com assistênciaregular de dom José Maria, emBelo Horizonte e em paróquia deoutra diocese. Neste grupo parti-cipam casais mais jovens ou quese afastaram do ministério "depoisque os filhos dos componentes doprimeiro grupo do MPC de Minasse tornaram jovens" Desse grupoque tem a direção de dom JoséMaria vale destaque para Mora-les, Darcimar, Manuel, Cássio, Ary,todos com filhos pequenos. Sem-pre que se reúne, este grupo con-celebra usando um rito romano su-ficientemente "light" como ex-pressão de que "as coisas vãomudando nas alterosas".

A característica deste grupoé a programação de visitas às ca-sas de famílias de padres casa-dos a fim de levar o abraço dapaz que deveria ter sido dado,

durante o ritual da missa do mês!Sua ação pastoral está sendovista com muita simpatia.

Grupo 3Há, ainda, um grupo surgido em

1998, voltado a abertura para omovimento ecumênico e os grupospluralistas. Nele têm cadeira cativaStein, Romeu, Rogério, Eládio, Eli-seu, e José Vicente e suas respec-tivas esposas, visando a açõespastorais diversificadas, porémsemi-vinculadas com Nós Somosa Igreja. A este grupo se integramlíderes cristãos experientes emabordagens que confortam, fortifi-cam e estimulam a vida espiritualtambém em comunidades de con-fissões evangélicas.

Os componentes desse gru-po transitam no CEBI, no CIMI,nas pastorais operária e univer-sitária, nos movimentos familia-res e outros conjuntos de pes-soas que não se 'dão bem' nasações eclesiais tradicionais.ORomeu fundou e dirige um gru-po renovador que vai se ampli-ando por Santa Luzia, Sabará eBelo Horizonte e vai se tornan-do um suporte para este grupo.

O GrupãoPela ação de todo nosso pes-

soal, que gosta de se reunir paracelebrar o amor fraterno, em açõesconstantes, sempre alguém novonos diversos grupos de "egressosdo clero" aparece na "sociedadeMPC original" [na verdade em reu-

niões do grupão original, formadoe incrementado por Levy e MariaJosé], em dias de festa, levando fi-lhos, genros, noras e netos. A so-ciedade emepecista de BH nãoeconomiza festas, pois todos osseus membros apreciam reunir-separa matar saudade, conhecer osrecém chegados ou recém saídos.A última das festas aconteceu dia1 de junho na casa do Levy e Ma-ria José, na missa em ação de gra-ças pelos 35 anos de casamento.

Durante esta missa comemora-tiva, os membros do grupo assisti-do por dom José Maria apresen-tou à "plenária" o calendário desua programação de trabalhos e oslocais de suas celebrações mensaisaté o fim do ano. Formalizaram con-vites pessoais e procurando ade-sões dos companheiros e estimu-lando as visitas domiciliares a fa-mílias de padres casados que nãoparticipam das ações do MPC!

Consolo? Caminhos?Sou de opinião que o MPC as-

sociativo e formal talvez não per-sista com justificativas que esti-mulem sua continuidade, até mes-mo por decurso de prazo ou ques-tões de DNA (data de nascimentoantiga) de seus membros, quasetodos já eméritos ou próximos daemeritância "canônica". Parece-me que além do importantíssimocultivo do espírito familiar quemuito nos agrada a todos, as mo-tivações culturais e educacionaissão os atrativos para desenvolvi-mento de todos os nossos diver-sos grupos emepecistas.

Os antigos encontros ou reu-niões de famílias do MPC foramoportunos e eficientes, pois escla-receram muitas de nossas dúvidassobre convivência conjugal e edu-cação, especialmente quando nos-sos filhos eram crianças ou ape-nas adolesciam! Hoje os tempossão outros! Nossos filhos, quan-do podem ou quando nossas pau-tas de reunião ultrapassam o sim-ples saudosismo, eles continuamcomparecendo não para nos fazercompanhia, mas porque gostam denosso convívio. De nossa parte,sentimo-nos felizes em ouvi-los,especialmente quando nos orien-

tam, pois quase todos eles já sãoprofissionais estabelecidos e dereconhecida competência. Algunsde nossos filhos funcionam comoluminares e trabalham como apoiode jovens padres que, por não acei-tarem viver em ambigüidade, pro-curam em nossas famílias emepe-cistas, formas e jeitos que os aju-dem sair do estado da perplexida-de do "casa-não casa".

Aqui, por Minas, ainda temossurpresas mesmo entre nossoscolegas de movimentos que se en-volvem, exigindo atualização e pro-gresso, pois há de tudo, até de con-tradições alarmantes, pois uns sim-patizam e se integram em movimen-tos renovadores carismáticos delinha evangélica americana; outrosconvergem e trabalham no NovoCatecumenato; outros mais sen-tem-se entusiasmados nos gruposdo Focolare e outros no grupoComunhão e Libertação.

Cá entre nós já esteve um cole-ga que após deixar seu mosteirona Bélgica, integrou-se na LegiãoEstrangeira e, depois que nos co-nheceu, retornou à sua vida mo-nástica, sem se casar, sem se an-gustiar mais do que se encontravaquando aqui chegou e muito feliz eem paz. João, ele reza por nós to-dos os dias, pois diz que lhe trans-mitimos calor e nossa disposiçãode acertar na escolha de caminhosencheu seu coração de bons sen-timentos e de saudade de Jesus!

Diante de tais opções e da di-versidade das formas de manifes-tação de aspirações de todos nós,que exercemos oficialmente antese hoje [de maneiras diversas] o sa-cerdócio que julgamos indispensá-vel para dar continuidade às açõesde Jesus, não podemos assustar-nos perante nossas próprias per-plexidades com o que chamamosMovimento de Padres Casados oudenominações assemelhadas. AIgreja se formou séculos depois deJesus. Portanto, não seremos nósque resolveremos as desafinaçõesde coral tão grande e rico!

Deus nos entende, vê nos-so coração e nossas mentes enos ama.

José Vicente de Andrade

Pampulha

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Jornal RUMOS

7Jornal RUMOS

Em resposta a solicitaçãode visitante deste blog,edito o seguinte trecho

que faz parte do Capítulo Sextode "Descaminhos da Igreja Ro-mana", livro em fase de conclu-são e já sob contrato editorial.

O celibato é instituição for-mal ou informal que existe qua-se que como modo provisórioda vida dos cidadãos enquantojovens ou após viuvez ou sepa-ração de vivência de laço conju-gal oficial ou não. É situação epi-sódica de quem está solteiro ousem companhia para o exercí-cio da afetividade e da sexuali-dade. Em todas as culturas co-nhecidas há a vivência celibatá-ria do cotidiano e a aceitação emanifestação da vivência da si-tuação de vinculação conjugalentre pessoas do mesmo sexoou de sexos diferentes.

O oposto da vida em celi-bato é a prática normal ou trans-gressiva de atuação na vivênciaconjugal. É a manifestação docompanheirismo sistemático.Por admitir parceiros para oafeto ou para a o exercício dasexualidade, ninguém cria con-dições que caracterizem nem asqualificações da vida celibatárianem as especificidades da vidaconjugal. A firmeza de alguémna vivência celibatária ou na vi-vência do sistema de vida con-jugal determina e gera maior oumenor respeito ao fato social deviver desacompanhado ou deviver na companhia de alguémpara a vivência do afeto ou dasexualidade.Jogos opcionaisdo corpo e da alma

O fato de homem ou mu-lher em estado de celibato se tor-narem transgressores percebi-dos dos postulados da doaçãoou da entrega de seu corpo aouso da sensibilidade e da sexua-lidade ou de permitirem vôosou avanços de seu espírito à fan-tasia de um amor legalmente ilí-cito ou de paixão ardente nãodestroem nem diminuem os va-lores do celibato social.

O menor ou maior compro-metimento de uma pessoaadulta com o testemunho de vi-vência da "solidão construtiva"pode servir de indicativo daqualidade da liberdade de amorcompreendido ou explicitadocomo elemento ou valor cons-trutivo da essência da castida-de. Esta castidade pode ser en-tendida como a própria condi-ção que Jesus manifestou aodenominar seu sistema de vida,de testemunho e de continui-dade de Sua Igreja como mani-festação do Reino de Deus, sis-tema que, na prática, cabe emtoda e qualquer cultura até hojeconhecida.

A opção pelo estado ou sis-tema de vivência em celibato étão delicada e tão pouco estu-dada que nenhum sistema filo-sófico ou teológico de explana-ção se fixa em desenvolvimen-tos de considerações sistêmicassobre a questão do Celibato. Aprópria Teologia da Libertaçãoque ousou inserir-se em quasetodas as situações decorrentesde exigências de comunidades eIgrejas, optou por não sistema-tizar considerações que pudes-

O CELIBATO SACERDOTAL NÃO É REFERÊNCIA TEOLÓGICAsem macular o espírito que Je-sus quis ficasse bem marcadonas considerações do celibatocomo um tipo de opção pesso-al, segundo a natureza e a vitali-dade do Reino de Deus.

O silêncio sobre a sistemá-tica atingiu as raias da omissão,talvez tenha sido em decorrên-cia da exigüidade do tempo paraque os grupos multidisciplina-res e diversificados que catequi-zavam as populações das Amé-ricas e eram sufocados pela for-te dominação da Santa Sé, ti-vessem condições mínimas deexplicitar que, embora Católi-ca, a Igreja cristã e peregrina noOcidente, pecava, impondo ocelibato a seus sacerdotes e obri-gando-os a manterem-no comocondição de santificação exter-na para quem recebesse as sa-gradas ordens do presbiteradoe do episcopado.O celibato como condiçãoformal para ordenação

Esta exigência, de fato éapenas teórica, pois as trans-gressões por parte de bispos epresbíteros são, a cada dia, maisevidenciadas no mundo inteiro,é contra o espírito evangélico,pois invalida a possibilidade davalorização da liberdade de op-ção pessoal pelo Celibato. Porsua vez, o celibato é condiçãoformal para que alguém recebae exerça a Ordem Sacerdotal.

Na conjuntura social vigen-te há condições que traduzemcomo real e inconteste que -sem escandalizar sua comuni-dade - uma pessoa pode deci-dir-se pela recepção das ordenssacras sem ter que admitir osistema celibatário obrigatóriode vivência, quer porque ele nãoé postulado evangélico. Estaobrigatoriedade do celibato eravisada pela sociedade apenaspara os cristãos ordenados eintegrados no segmento eclesi-ástico ordenado e dos que - aomenos pro forma - aderem àvida em comum em conventos,mosteiros ou institutos chama-dos de vida consagrada.

A história é pródiga em re-gistrar que o celibato é mais ob-servado e julgado como estadode vida que, por suas deficiên-cias, merece grandes críticas doque como meio apto a levar oscristãos à santificação. Alémdisso, as transgressões habitu-ais e sempre crescentes facili-tam o desenvolvimento de insi-nuações maldosas e mesmo no-tícias procedentes de transgres-sões por assédio, pedofilia, pe-derastia e outras expressivasformas de escândalo e crimina-lidade. Não foi, pois, sem moti-vos fortes que, recentemente, aSanta Sé, que passara mais detrinta anos evitando enfrentarproblemas decorrentes de sele-ções mal conduzidas e procedi-mentos desastrosos, expediunormas para a seleção dos can-didatos aos sacerdócio, adotan-do também medidas eficientespara controle de procedimentosde bispos e presbíteros.

Recuso-me a admitir comode responsabilidade episcopalos diversos desvios da Institui-ção Igreja. Vejo os bispos comoirmãos de sacerdócio, porémcom a missão delegada pelo

presbitério para exercerem agestão de comunidades diversi-ficadas. Nesta função cabe-lheszelar pela integridade e pelaunidade de doutrina como tam-bém pelo cumprimento da dis-ciplina, com vistas à produtivi-dade comunitária.

Infelizmente, por espíritode obediência, ou talvez por re-ceio de desagradar a curiais deRoma, ou temor de sacrificar odesenvolvimento de suas carrei-ras pessoais numa Igreja commais de 5 mil bispos, preladoshá que - por não ouvirem suascomunidades e, de modo espe-cial não dialogarem com seusirmãos presbíteros - deverãopassar todas as etapas de seupastoreio como criaturas fracase cada vez mais vulneráveis.Esta situação de precariedade osincapacita de realizar a ilaçãoentre as restrições eclesiásticasdisciplinares (pelas quais sãoresponsáveis como membros doColégio Episcopal) e o Manda-to Novo, promulgado como aLei do Amor de Senhor JesusCristo para a Redenção.Seriedade na afetividadee na sexualidade

Os pesados e tristes fra-cassos que se percebem nos in-sucessos e nas formas nadacondizentes com o testemunhoque a sociedade apreciaria vernos procedimentos dos cris-tãos oficialmente celibatáriosem virtude de opção social, geraintranqüilidade em termos dasexpectativas. O celibato obri-gatório, porque mal vivido, de-monstra que, por mais que aIgreja insista em seu valor, eleé mera instituição jurídica, tal-vez destinada ao fracasso des-de seu nascedouro. Em deter-minados momentos históricosde devassidão ampliada e dedescontrole de gestão econô-mica de abadias e dioceses, aexigência do celibato eclesiás-tico foi eficiente dispositivo defrenagem de abusos.

Mesmo nessas etapas crí-ticas da administração eclesialnão houve quem - com credibi-lidade suficiente - descobrissena imposição da obrigatorieda-de institucional algum sinal deJesus. Também não apareceuquem se habilitasse a descobrire defender algum fundamentobíblico sério ou algum exemploda vida de Jesus, com referên-cia ao celibato eclesiástico. Po-rém foi significativo o númerode cristãos sábios e prudentesque denunciaram falhas na im-posição da obrigatoriedade, osapoios a mentalidade pessimis-ta e as hipócritas intenções denatureza maniqueísta com vis-tas ao repúdio do significado doprazer e como forma de contro-le das possibilidades de reco-nhecimento das mulheres ao de-senvolvimento de sua afetivida-de e seus orgasmos. Estes even-tos de notórias e temidas con-seqüências revelavam o alcancemaior das preocupações econô-micas que os testemunhos de fée de moralidade tanto de religi-osos como de eclesiásticos.

A alta hierarquia curial ro-mana e também a diocesana emonástica sempre se demons-traram desconfiadas e inseguras

diante das mulheres, especial-mente daquelas que, na surdi-na, assistiam às necessidadessexuais e afetivas dos sacerdo-tes celibatários. Além disso, nasmulheres férteis sempre viceja-ram as possibilidades de gera-ções vidas novas cujas revela-ções costumavam gerar "sériosproblemas", pois destruiriamesquemas importantes em ter-mos de Igreja Institucional, que,a favor ou contra a verdade, sem-pre se empenhou em divulgargrandiosidades reais ou imagi-nárias do celibato obrigatório.As qualidades dapenitência sacramental

Não há registros suficien-tes de condenações à morte porindução procedimental do abu-so da afetividade e da sexuali-dade, de homens que violenta-ram virgens e outras mulheres.A Igreja e as sociedades por elaorientadas não se contentaramem assumir, econômica e mo-ralmente, inúmeras ações acu-satórias contra as mulheres. Pormalícia, eclesiásticos e religio-sos da cúpula, habituaram-se aobrigar as mulheres a calar-se e,não raramente, as induziram atémesmo a se submeterem a algu-ma das diversas formas de ho-locausto. Em nome da pureza,da virgindade, da castidade, docelibato como sistema de vida.

O acesso ao sacramento dapenitência, pouco consideradoIgreja como o Sacramento doPerdão e da Reconciliação, tor-nou-se pesada forma de pres-são contra as mulheres, querpela truculência da penitênciaque os confessores lhes aplica-vam, quer pela deturpação doentendimento do que seria amoralidade de uma ação e do queseria, de fato, pecado. A condu-ção de praxe mal ajeitada desteSacramento e da desproporcio-nalidade do que era impostocomo condição para a absolvi-ção, dizia respeito ou ao gozosensual e sexual ou à privaçãodele. O mais ou o menos dasorientações e da penitência eramde acordo com as tendênciasmorais de raízes gnósticas acei-tas pelos confessores. Conse-qüentemente.

A qualidade dos procedi-mentos místicos era de acordocom o que se ocultava ou se ma-nifestava em termos dos valo-res da sensualidade e da sexua-lidade na vida das pessoas, ca-sadas ou celibatárias. O abusomaior desta fase deve ter sido adescontrolada atribuição aossacerdotes confessores e dire-tores espirituais de determina-das formas de crédito sutil queos autorizava ao cabal domíniodas consciências e ao "direitopastoral" de manipular escrú-pulos, temores e as supostasdimensões da culpabilidade daspessoas. A qualificação do juí-zo do confessor era fator deter-minante dos controles e proce-dimentos pastorais dele juntoàs famílias e aos grupos de refe-rência de seus penitentesJesus não foi inimigodas mulheres

Raros foram os bispos, te-ólogos, sacerdotes e pesquisa-dores que tiveram coragem econhecimentos históricos e te-

ológicos que valorizassem apersonalidade de Jesus. A pre-ferência da maioria deles foipor modelos ascéticos queacentuavam a imolação de Je-sus e O enalteciam como ini-migo do prazer sexual e dosdemais desenvolvimentos dasensibilidade, sem fazeremqualquer referência séria e ob-jetiva às posições condenató-rias de Jesus contra a injustiça.

As repetidas insistências daIgreja Primitiva pela liberdadede amor dos cristãos era umaespécie de manifestação do ce-libato vivido por Jesus Cristo,em represália ao estado da in-justiça que se praticava contraos mais fracos e os oprimidos.De maneira positiva era umaproclamação da sublimidade dosdireitos humanos, então dimen-sionados pelos cristãos comoa Carta Magna do Reino deDeus (território ou status po-lítico e místico virtual). EstaCarta à qual hoje se dá poucaimportância na própria Igreja,durante séculos, foi o maisprofundo e o mais forte docu-mento de valorização das qua-lidades do amor humano, tam-bém criado por Deus.

Esta falha histórica, talvezum cochilo reforçado pelo tem-po, propiciou a falsa informa-ção de que Jesus era inimigo dasmulheres. Sem dúvida um des-cuido de cuja interpretação ossacerdotes e pregadores celiba-tários católicos extraíram ele-mentos que usaram para con-cluir que o Senhor condenavanão apenas as manifestaçõesfemininas de ternura, mas tam-bém o próprio orgasmo femini-no, que - seguindo as linhas datendência gnóstica, os moralis-tas cristãos insistiam em apre-sentar como um "forte gozo,porém passivo".

Se vale hipótese onde nãohá indicativo de certeza, a mi-nha é que a morte prematura deJesus o tenha impedido convi-ver de forma estável com umamulher! Os próprios evangelhosatestam que mulheres diferen-ciadas, como a adúltera, a cana-néia, Madalena e outras, possi-velmente o tenham amado comternura e paixão. Ele - segundoo permite o contexto de sua vida- talvez não se negasse a assu-mir seu amor por elas ou poralguma delas!A castidade como valor da ternura

No tempo de Jesus, nas si-nagogas liam-se não apenas li-vros épicos das conquistas deDavi e lamentos penitenciais deprofetas, mas também os poe-mas de amor humano, atribuí-dos à sabedoria e sensibilidadede Salomão. Por isso não é dese admirar que, quando da cria-ção das primeiras comunidadesde fé cristã, em Jerusalém, nascolônias das cidades periféricase em toda a Anatólia, não ape-nas se manifestavam encanta-mentos perante os valores dafecundidade sadia e atraente,mas também frente aos valoresda "virgindade de passagem" eda "virgindade estável ou porpromessa". Ambos os tipos or-navam os corações e as mentesde homens e mulheres, consi-

derados como criaturas de Deus,honrados por gozarem da liber-dade e decantados em clima demuita sensibilidade.

Não nos é lícito concluirque o desenvolvimento dos va-lores da integridade humana,inclusive do respeito e valori-zação da libido acontecesse emclima de respeito menor. Valeconsiderar-se que era comum aleitura e a meditação de livrosde sentimentos e erotismo degrande profundidade, como oCântico dos Cânticos do qual -a título de ilustração - aqui apre-sento uns versículos, em relei-tura, segundo normas poéticassemitas e preservando a inte-gridade bíblica:

Beije-me com teus lábiosdeliciosos (Cant 1,2), tu, aquem eu amo, Não consigo re-primir as sensações que sintode teu hálito puro, de tuas ba-fejadas e do meu contato con-tigo (Can.2,9.) Sensações estasprofundas demais e intimas,porque nas expressões de tuaface eu vejo o rosto de Deus, dequem eu me enamorei com ale-gria e sem envergonhar-me!

Eu sei que em ti encontreio amor de minha vida, pois euouço tua voz chamando-me deamor e de lindeza! (Cant,2,10)

Leve-me para teu quarto ecoloque-me em tua cama.Quando lá estivermos, eu que-ro que coloques tua mão es-querda sob minha cabeça e meabraces com tua mão direita(Cant.2,6). Eu quero celebrarcontigo a alegria de nosso amorsem igual (Cant1,4).

Tu és o meu pastor doscampos floridos, o Amor deminha alma, que eu agarrei ejamais deixarei que te distan-cies de mim! (Cant.3,4)

Vê-se, pois, que, no iní-cio de sua adoção, coerentecom o processo histórico e aprópria vivência do estado devirgindade, veneravam-se abeleza da vida casta e a pure-za da realização dos votosreligiosos como sinais de ele-vação moral e não como ten-tativa da Igreja em mascararrealidades. No entanto, emvirtude da "clericalização denatureza romana, imposta àsformas de vivência do caris-ma", o celibato religioso e sa-cerdotal se caracterizou comoexpressão oficial de política"alienatória" que se expandiucomo, recurso, forma ou tipode castração de pessoas deboa índole, "na tentativa dese beneficiar" a grupos quedesejavam a manutenção deposições estruturais da Insti-tuição Igreja.

Não se sabe bem, mas tal-vez a consagração das virgens eo estabelecimento do celibato"levítico" e institucional, nãotenha sido como as realidadesdas vestais romanas, apesar deque a virgindade regulamentadana Igreja teve sua fase áureaquando era honestamente fun-cional e válido o significado dasconsagrações dos celibatárioscomo celebração comunitária deentrega consciente e livre de umhomem ou mulher para o servi-ço do próximo.

José Vicente de Andrade

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8 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Presenças

Nosso Encontro não se restringeapenas aos Padres Casados e suasfamílias, mas é aberto a todos que

tiveram uma formação sólida em seminári-os e em casas religiosas e que queiram con-fraternizar-se conosco. Há muitas pesso-as, ex-religiosos e religiosas, ex-seminaris-tas, com uma grande formação humanísti-ca cristã, imbuídos do ideal do Reino deJesus Cristo e que ficam na "praça" à es-pera de quem os convoque. O Encontro émais que um convite para, unidos, entrar-mos no trabalho da Vinha do Senhor.

Mulheres ajudema preparar o

18º Encontro MPC

Na indecisão dos varões teólogosem Recife sobre o local do próximo encontro, nos bastidores al-

gumas mulheres, notadamente Altiva, Au-sília e Telma, se mobilizaram e procuraramMargarida, mulher totalmente alienada dequalquer discussão teológica, mas muitoprática, e a incentivaram a assumir esteEncontro. Sua aceitação surpreendeu ale-gremente o marido Mário, por ela ter toma-do a iniciativa de assumir este desafio.

Pedimos a colaboração de todos, es-pecialmente das mulheres do MPC com ora-ção, sugestões e ação.

Tópicos a analisar

1 - Para participar do encontro não hánecessidade de querer concelebrar. Cele-braremos nossa fraternidade!

2 - A finalidade principal é ficarmos jun-tos, nos conhecendo mais, nos ajudandoa progredir no amor.

3 - Os demais encontros dos PadresCasados e suas famílias sempre tiveramesta conotação de amizade fraternal. Nes-te encontro queremos enfatizar este pontoe deixar mais tempo para os diálogos e paraos depoimentos pessoais e familiares. Évisando esta finalidade principal que, apedido de vários componentes do MPC,nosso encontro terá um dia a mais.

4 - Todos os padres que conhecemos esuas famílias conservam a fé em Cristo ena sua igreja, com grande vontade de ex-pandir o amor de Deus entre as pessoas.

Como somos uma comunidade de gen-te de fé, também acreditamos que o pontobásico para fortalecer nossa amizade seráo encontro amoroso e silencioso feito Pa-lavra e Fração do Pão. Este é o fundamen-to e raiz do amor cristão!

5 - palestras de reciclagem teológico-pastoral, reflexões sobre os caminhos dahumanidade, das religiões e do cristianis-mo são sempre importantes, mas elas nãopodem abafar o objetivo principal que é orelacionamento amigável entre as pesso-as; e isso se realiza mais através dos teste-munhos de cada qual a respeito da suapessoa, da sua família, do seu trabalho eda participação da vida comunitária.

Mário Palumbo - Organizador

I - HISTÓRICODO ENCONTRO:

Há dois anos atrás, já hou-vera uma conversa inicial com D.Marcelo Cavalheiros sobre esteassunto:

"Muitos padres casados seafastaram da Igreja por causa deuma certa visão da igreja oficial,que os marginaliza. Mas estaspessoas não se afastaram de umcompromisso com o povo. O fun-damental não é mais estar dentroda igreja oficial, mas é viver a es-colha sem se preocupar muitocom a estrutura. Por outro lado,o padre casado ainda pode fazeralgo a esta igreja oficial: ele podecolocar a sua luta junto do povojunto desta igreja oficial".

Neste tempo todo, casais sedispersaram. Alguns bispos quetentaram superar aquelas leis proi-bitórias ficaram marginalizados.

Através de troca de idéiasdurante estes dois anos, nasceuagora este primeiro encontro como objetivo de:

-Confrontar as experiências-Prestar serviços à Igreja

do Brasil-Ajudar a Igreja Oficial a dar

uns passos a mais.P.S: Há quatro anos atrás

houve uma pesquisa ampla quefoi respondida positivamente.Depois a coisa parou, mas nãodesapareceu. Ficou um tantonebuloso. Mas, por fim, existesempre um pequeno grupo queprovoca de baixo para cima. Háabertura para o assunto, apesarde ter ainda pouca proposta.

II - ROTEIRO SEGUIDOPARA O ENCONTRO

O grupo de S. Paulo haviamandado uma sugestão de pau-ta para o encontro e a mesma foiaceita como roteiro:

1 -Colocação de cada um: -Compromisso com o povo. -Engajamento político.

2 -Dificuldades: - Com a igrejaestrutura. - A nível profissional

Complementando o roteiro, ogrupo presente achou bom fri-sar o seguinte: Ter como base ocompromisso com o povo, o en-gajamento político.

III - APRESENTAÇÃO DOGRUPO

1: Franco e Ana: Moram em um bairro da pe-

riferia de S. Paulo, S. Mateus.Franco exerce a função de pa-dre. Franco e Ana atuam em tra-balhos sociais da comunidade.

Aceitação: Não está sendomuito difícil por parte do povo.Só houve um susto inicial, maso povo acha boa sua decisão.Um pequeno grupo, no entanto,tentou dificultar sua saída, mas

18º ENCONTRO MPCDOCUMENTO FUNDANTE DO MPCRELATÓRIO DO 1º ENCONTRO DE PADRES CASADOS

(realizado em Nova Iguaçu - nos dias 28 e 29 de julho de 1979)

não teve influência junto dopovo. O bispo apoiou teorica-mente.

2: Raimundo e TeresinhaCasados há um ano e meio,

moram em S. Paulo. Raimundoparticipa mais diretamente daPastoral Operária.

Teresinha participa dos tra-balhos da comunidade no cam-po de loteamentos, esgotos etc.

Aceitação: Sentem uma mar-ginalização por parte da igrejaestrutura. Concretamente, o bis-po pediu que Raimundo deixas-se a coordenação. Entre os pa-dres da região também não ha-via grande aceitação e apoio.Também Teresinha foi convida-da a deixar a comunidade aondeela vinha e vem participando.

3 - René e Lúcia:Moram em Andradina - SP.

Casados há um ano e meio. Tra-balham, os dois, integralmente,com as comunidades urbanas erurais. São remunerados paraeste trabalho. Trabalham atual-mente na pastoral rural.

Aceitação: A Diocese - nogeral - não faz obstáculos. Dis-cutiu o problema, assumiu ospadres casados; o povo também.Houve barreiras a partir de ou-tras dioceses, alguns padres,mas estas barreiras é mais pelalinha pastoral de cunho liberta-dor assumida por estes padrescasados.

4 - Ricardo e Leonor:Moram em bairro da periferia

de SP. Ricardo deixou o ministé-rio e está a procura de um traba-lho. Quanto aos trabalhos como povo, Ricardo atuava em trêsbairros. Leonor trabalha forapara a subsistência e acompa-nha os trabalhos em uma comu-nidade onde mora.

Aceitação: O povo está acei-tando bem sua saída. O bispo daregião acha que ele deve sair dobairro.

5 - Dario e Teresinha: Moram em Goiás. Casados

há três anos. Trabalham com la-vradores, na área de educação,saúde, organização, etc

Aceitação: A diocese apóiatotalmente os dois. Recebem re-muneração dela, são emprega-dos de carteira assinada.

6 - Adriano Mora em Belo Horizonte, tra-

balha na Fiat como eletricista.Ninguém sabe que ele é padre.Ele mora em uma favela. Traba-lha na ACO.

7 - Lourenço e Vanice Moram em Nova Iguaçu.

Lourenço participa da PastoralOperária no Rio e de reuniõescom operários. Vanice participa

do grupo de compras em comum.Aceitação: Houve proble-

mas com o bispo. Teve de sairdo Rio.

8 - Rogério e Valdira:Moram em Salvador. Lutam

para dinamizar as lideranças ope-rárias em vista de partidos ope-rários.

Aceitação: Na época de suaopção, a Igreja Estrutura nãoapoiou em nada. Atualmente nãoquerem mesmo ligação com aIgreja, pois acham-na hipócrita.

9 - Aristóteles e Marina: Moram em Salvador. Sentem

a necessidade de trabalhar maisjunto ao povo, em comunidadesde base.

10 - MarceloMora em Juiz de Fora. Ele e

esposa trabalham com ACO e RI.Sentem-se isolados no trabalho.

Aceitação: Houve muita bar-reira da parte da igreja estrutura.Era coordenador de pastoral,mas com o casamento foi man-dado embora. O bispo criou difi-culdades para que Marcelo con-tinuasse nos trabalhos que de-senvolvia e, apesar de abaixoassinado do povo, teve de dei-xar a comunidade.

11 - Agostinho:Mora em Nova Iguaçu e exer-

ce o ministério. Trabalha na co-ordenação geral da ACO. Foi eleque proporcionou, em grandeparte, este encontro.

IV - DESENVOLVIMENTODO ENCONTRO

Através das diversas apre-sentações, fomos percebendo aspreocupações maiores dos par-ticipantes. Tentamos assim sin-tetizar e foram estas as questõesque delinearam todo o encontro.

1. A Igreja como está, ela éde fato um instrumento para aluta de classes?

2. O serviço ao povo maisoprimido, ou a opção que esta-mos fazendo, exige que a gentefique na Igreja e a utilize comoinstrumento, ou que saia dela?

3. Como deve e pode sernosso relacionamento com aigreja estrutura, no nosso sacer-dócio, enquanto serviço aopovo mais oprimido?

4. Como conciliar o trabalhoprofissional e pastoral.

5. Até que ponto a escolhade uma profissão é testemunhode serviço junto ao povo?

6. Como, trabalhando em sin-dicatos, partidos, pode-se pen-sar em um novo tipo de Igreja.

7. Até que ponto o casamen-to nos leva a um compromissocom a libertação, nossa e dopovo?

V - CONCLUSÕES- Nuclear elementos com as

mesmas preocupações- Manter este encontro naci-

onal.- Cada local aqui representa-

do terá uma pessoa como liga-ção entre os vários grupos.

- Tirar deste grupo uma co-missão encarregada de prepararo próximo encontro nacional.

- O próximo encontro serápara rever, analisar nossa atua-ção e tentar aprofundar um pou-co qual a nossa prática políticajunto do povo.

- O próximo encontro nacio-nal será na Semana Santa de1980, no Rio

VI - AVALIAÇÃO- Foi importante o encontro,

pelo ânimo que deu na gente.- As experiências nos enri-

queceram e abriram novasperspectivas.

- O encontro nos fez levan-tar com nossa prática. Sentimosque estamos construindo.

- Importante os riscos quecada um de nós está fazendo.Inspira a gente pra luta.

- Valeu também como ques-tionamento frente a nosso com-promisso diante do Evangelhoe do povo.

- Deu-nos segurança.VII - TAREFASFicou definido um grupo res-

ponsável pela ponte entre osvários grupos. Esta equipe é aseguinte:

- Agostinho, Rio. Valdir, Goi-ás. Ernesto e Rogério, Bahia.Adriano, Minas Gerais. Raimun-do, SP.

- A coordenação do próximoencontro ficou a cargo do mes-mo grupo de ponte.

- Ficou como sugestão denos utilizarmos do Centro Ecu-mênico de Informação e Docu-mentação, pois eles possuemuma infra-estrutura que poderáajudar bastante.

Equipe responsável pelorelatório: Leonor e René, de SP

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Jornal RUMOS

9Jornal RUMOS

Oi, amigos e colegas, preci-samos recuperar, arquivare organizar as fontes his-

tóricas importantes para a His-tória do MPC. A meu ver, são asseguintes:

* Toda a coleção de Jornal Rumos* Toda a Coleção dos Jornais

dos MPC locais: Sinal (CE); SalTerrae (RN); Pontapé (PB) e outros

* Todo o acervo de longas fil-magens feitas com tanta dedicaçãopor Sergio Bernardoni, de Goiânia,em vários Encontros nacionais. Éum amplo e qualificado materialáudio-visual que nunca foi bemaproveitado pelo MPC

* O que foi escrito sobre o MPCno saite www.oraetlabora.com.br,com autorização e colaboração doMário e Equipe

* As cartas finais de todos osEncontros Nacionais -

* As avaliações após cada En-contro Nacional, feitas por várias

A "maré" eclesial, de-finitivamente, nãoestá para teólogos;

está mais para animadoresde platéias, curandeiros,exorcistas, padres cantorese oradores em línguas.

"Neste momento [...]estamos, teologicamente,como que parados, passan-do por uma espécie de de-sânimo. [...] Os nossos te-ólogos demonstram umpouco de medo" - palavrasde Dom Aloísio Lorschei-der (em: "Mantenham aslâmpadas acesas!",Ed.UFC 2008, p.90).

Ao recuo da razão teo-lógica corresponde, noatual cenário eclesial, oavanço pujante de uma es-piritualidade sentimentalis-ta, devocional e intimistaque se afasta de tudo quecheira a "crítica" como o"cão" se afasta da cruz.

De fato, o esforço teo-lógico por uma compreen-são mais profunda e madu-ra dos dados da fé revela-da há de se desdobrar - ine-vitavelmente e desde ostempos remotos dos "san-tos padres" - em exercícioda "crítica", no sentido po-sitivo de apontar contradi-ções no pensar e incoerên-cias no agir dos cristãos etentar eliminá-las.

Durante os últimos 100anos de história da Igreja, a

TEÓLOGO - PERSONA NON GRATA?

VAMOS CONSTRUIR O SAITE DOS PADRES CASADOSPARA A CONSTRUÇÃO DE NOSSO SAITE NASCITURO, TEMOS DE NOS MOBILIZAR TODOS...

pessoas* Entrevistas à imprensa dadas

pelos vários Presidentes* A correspondência trocada

no nosso e-grupo [email protected] que pode, pelomenos em parte, ser encontrada nosaite: www.grupos.com.br/group/padrescasados , na Seção: MEN-SAGENS, antes dos EncontrosNacionais, sobretudo os de Recifee Salvador e, agora, do de RibeirãoPreto

* Entrevistas na TV e Globo-Repórter sobre o MPC.

* Os consistentes Cadernose Apostilas feitas na Preparaçãopara o XIII Encontro em BH, em2000

* As sólidas reflexões feitas porArmando e Equipe do Paraná an-tes dos Encontros de Salvador eRecife, por Jorge Ponciano e Chi-co Salatiel, em preparação ao XVEncontro em Luziânia e por mim em

preparação ao XIV Encontro em S.Luís.

* Reflexões críticas de gen-te da primeira hora, desconten-tes com certos RUMOS doMPC: Francisco Resende, FábioFrança, Raimundo Nonato deBrasília e alguns outros que ébom ouvir com mais calma eatenção, numa sadia aberturadialética e democrática.

* Reflexões críticas ao MPCfeitas por Paulo Lúcio, GermánCalderón, Miroslaw e, agora, porÁlvaro Celso de Recife, todoschegados um pouco mais tarde,quando o MPC já tinha longa ca-minhada e que tiveram dificulda-des de entender seu presentecom o passado do MPC

* Polêmicas surgidas após abela Liturgia final do XIII Encon-tro, em BH, pelo fato de vários co-legas, de certa forma liderados porD. José Maria Pires, não quiserem

concelebrar. Houve vários comen-tários e debates publicados nasedições seguintes do Jornal Rumos

* A forte crise provocadapela autocracia da Diretoria daParaíba, em 1998, quando D. Po-destà e todos nós fomos impe-didos de concelebrar

* Os fatos de Brasília: SER, Jor-nal Rumos, Cooperativa e seu pos-terior fracasso e desmanche, cria-ção de novo Jornal que tentou sesubstituir a RUMOS como Órgãooficial/oficioso do MPC/Associa-ção Rumos

* Livros de colegas e de ou-tros sobre o MPC, sua história esua problemática

* Alguns Estudos do Luís Guer-reiro, de Brasília; e algumas boasreflexões de José Vicente e de ou-tros, sobre o MPC

* Quanto às nossa relações in-ternacionais, Jorge Ponciano e LuísGuerreiro já escreveram várias ve-

zes sobre o assunto. Talvez o LuísGuerreiro poderia escrever algumaspáginas sobre esse importante as-sunto, pois, bem ou mal, fomos esomos um importante ponto de re-ferência para vários movimentosnacionais afins, sobretudo naIndo-América e na Europa.

Foi só is to que lembreiagora. Preencham as lacu-nas. . . A organização desteacervo vai, no meu entender,ajudar muito e estruturar nos-sa Memória, a a l imentar onovo site nascituro, a pesqui-sa acadêmica sobre o MPC/Associação Rumos, nestes 30anos de caminhada.

Penso que poderíamos dar umpouco de tempo para refletirmosjuntos sobre este momentoso eurgente assunto na AssembléiaGeral em Ribeirão Preto

Um abraço... e mãos à obra.João Tavares

atitude do Magistério Ecle-siástico para com a críticateológica tem oscilado bas-tante: de um certo incentivoa novas investigações bíbli-co-teológicas sob o papaLeão XIII às duras condena-ções sob Pio X. De umanova abertura durante opontificado de Pio XI à ondade cassações com Pio XII.Da reabilitação de muitosteólogos cassados por JoãoXXIII e Paulo VI aos "silên-cios obsequiosos" impostosna era de João Paulo II e do

então cardeal Ratzinger.O atual "inverno da teo-

logia" é, indubitavelmente,fruto das duras interven-ções que a Cúria Romanatem perpetrado, ao longodas últimas duas décadas,em muitos institutos de for-mação teológica da Améri-ca Latina, chegando a orde-nar o fechamento de algunsdeles, como foi o caso doITER (1989), no Recife, a"menina dos olhos" de DomHelder Câmara.

Quem o afirma - e lamen-

ta - é, mais uma vez, o carde-al Lorscheider: "A própriateologia aqui na AméricaLatina, ao invés de ser favo-recida, foi um tanto calada.Por isso, hoje em dia, nin-guém mais tem coragem defalar". E arremata: "Essemedo faz mal. O Magistérionão devia incutir essemedo!" (2008, p.91).

O porquê desta hostili-zação da teologia? É que aleitura histórico-crítica daSagrada Escritura e da His-tória Eclesiástica teria trazi-

do mais danos do que bene-fícios ao "povo de Deus",semeando questionamentose dúvidas em meio aos fiéis,provocando até crise de féem não poucos. Reclamava,em 1990, o cardeal Ratzingerna "Instrução sobre a Voca-ção Eclesial do Teólogo":"O teólogo, não esquecen-do jamais que também ele émembro do povo de Deus,deve nutrir-lhe respeito, eesforçar-se por dispensar-lhe um ensinamento que nãovenha a lesar, de modo al-gum, a doutrina da fé" (nº11).

A crítica teológica nãoteria sabido contentar-secom os campos da interpre-tação bíblica e histórica. Te-ria "avançado o sinal" e co-meçado a questionar as pró-prias definições, consagra-das há séculos, da TeologiaDogmática, bem como a es-trutura hierárquica da pró-pria Igreja. Desconcertadose, talvez, até decepcionadoscom o intelectualismo e cri-ticismo dos teólogos, mui-tos católicos a eles teriamdado as costas e se lançadoem grupos de oração, semi-nários do Espírito Santo eprocissões devocionaisonde - supostamente - ali-mentariam melhor a sua es-piritualidade, pensando me-nos e sentindo mais.

Que o abandono da ra-zão teológica, contudo,

não pode ser uma saídaaceitável provou, justa-mente, uma encíclica dopapa João Paulo II, intitu-lada "Fides et ratio", queinsiste em uma necessáriaarticulação e interdepen-dência entre fé e razão...

A teóloga feminista Ivo-ne Gebara, religiosa da Con-gregação das Cônegas deSanto Agostinho e doutoraem Filosofia e Ciências daReligião, lecionou durante17 anos no Instituto Teoló-gico do Recife (ITER), até oseu fechamento por ordemde Roma. Experimentou do-lorosamente, alguns anosdepois, uma condenação aosilêncio obsequioso, tendoque se afastar, por um perío-do de dois anos, da docên-cia e da publicação de qual-quer escrito seu. Apóscumprir a penalidade im-posta pelo Vaticano, veio apúblico com a obra "Rom-pendo o Silêncio" (Petró-polis 2000). É com muitapropriedade, portanto, queela proferirá conferênciadurante a SEMANA DOMHELDER CAMARA, nanoite do dia 30 de setem-bro, às 19:00 h, no auditó-rio do Colégio Santo Tomásde Aquino, com o tema "Arepressão ao pensamentoteológico na Igreja, hoje".

Adital - Carlo Tursi,teólogo católico

Teólogo

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10 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Trata-se do documento queenviamos a João Paulo IIpor ocasião de sua presen-

ça em Fortaleza, em 1980, quandoaqui se realizava o X CongressoEucarístico Nacional, que tinhacomo tema "os migrantes".

O MPC do Ceará nasceu na re-dação deste documento. Após asua confecção nós, padres casa-dos de Fortaleza passamos a nosreunir mensalmente e nos organi-zar. Da expressão "a nossa situa-ção constitui um sinal proféticodentro da Igreja", tiramos o nomedo nosso jornalzinho "SINAL".

Eu fiz uma primeira redaçãodo texto que, durante meses,passou, de mão em mão, por to-dos os colegas. Houve cortes,acréscimos, algumas passagenssuscitaram polêmicas, mas ao fi-nal tivemos uma unanimidade:todos assinaram o texto que foientregue pessoalmente ao papapelo nosso arcebispo, o CardealAloísio Lorscheider.

Infelizmente não tivemos res-posta nenhuma, pois o papa, aosaber que aquele texto vinha dospadres casados, simplesmente orasgou, sem ler. Uma mágoa queainda hoje guardamos de João Pau-lo II.

Embora seja um texto do pas-sado, ainda reflete, em muitos as-pectos, o que se passa no MPC dehoje.

Estou escrevendo nos últimosinstantes de um 2007 moribundo, enaturalmente, olhando fixamentepara o nascituro 2008, na esperan-ça de que tenhamos paz.

Lauro Motta.

AO PAPA JOÃO PAULO II

1. Quem somos... E Abraão emigrou. Dei-

xou a sua terra em nome do seuDeus. Na outra terra onde iráhabitar, na nova situação emque desenvolverá uma vida di-ferente, ele cultivará a presen-ça do mesmo Deus que o inspi-rou, acompanhou e com ele fi-cou. Surgirá um novo homem,

MPC DO CEARÁDEPOIMENTO DO SAUDOSO LAURO MOTTA

E MARAVILHOSO DOCUMENTO ENTREGUE AO PAPA JOÃO PAULO II EM 1980.

mas este novo homem será omesmo Abraão. Com os dois,Deus permanecerá.

Também nós, padres casa-dos, migramos. Deixamos umaterra e o fizemos em nome donosso Deus. Na outra terra ondevimos habitar, na nova situaçãoem que agora desenvolvemosoutra vida, cultivamos a presen-ça do mesmo Deus, na convic-ção de que Ele nos inspira, nosacompanha e continua conosco.Somos outros e, no entanto,como Abraão, continuamos osmesmos. Nos dois estados, pa-dres celibatários ontem, padrescasados hoje, Deus permanece.

É precisamente esta diferen-ça e esta permanência, o outro eo mesmo, tão bem integradas emAbraão, que sentimos concilia-rem-se em nós. Há oposição, masnão há incoerência. As contra-dições se entrelaçam e se esta-belecem numa síntese superior,assumidas e superadas.

Escolhemos caminhos dife-rentes. Exercemos as mais vari-adas profissões. Muita coisa,porém, nos aproxima: uma mes-ma formação nos tornou solidá-rios na maneira de enfrentar osproblemas; a ordenação sacer-dotal criou em nós laços indes-trutíveis; a idêntica posição quetomamos diante do sacramentodo Matrimônio criou solidarie-dade entre nós, na luta da vidacotidiana.

Formamos, dentro da Igreja,um grupo não mais clerical e tam-bém não unicamente leigo. Istonos dá uma nova visão de Igre-ja. Nossa formação teológica éidêntica à dos padres celibatári-os. Possuímos a mesma vivên-cia e experiência pastoral. Parti-cipamos na reflexão e ação denovas formas de viver a fé emcomunidades paroquiais e emcomunidades de base.

A essa riqueza acumulada,acrescentamos, agora, novosvalores, oriundos de nossa novavocação. A experiência concretada vida matrimonial e a diversi-dade de cargos em vários seto-res da sociedade nos dão conhe-cimentos vivenciados e novacompreensão dos problemas doPovo de Deus, abrindo novoscaminhos para uma maior pene-tração do fermento cristão.

2. Nossa colaboraçãoConsiderando tudo isso, resol-

vemos fazer ouvir a nossa voz nes-te X Congresso Eucarístico Nacio-nal, em nossa querida cidade deFortaleza, na convicção profundae franca de que a nossa situaçãoconstitui um sinal profético dentroda Igreja.

Como tantos outros, tambémouvimos as perguntas do Con-gresso: "para onde vais?","como vais?", "com quemvais?". Fomos receptivos e vi-mos dar a nossa resposta.

Vamos livremente atendendo a

antigos acenos feitos por nossosbispos reunidos em Medellín,quando exortaram aos padres ca-sados que "dêem testemunho doReino para o qual foram consagra-dos" (Medellín, II, 30). Os mesmosbispos recentemente expressaramo desejo de que possamos "cola-borar no serviço da Igreja" (Pue-bla, 710), repetindo os Padres Si-nodais que apelaram "aos que nosdeixaram, ordenados para o Reinode Deus, a continuarem no traba-lho apostólico". (Sacerdócio Mi-nisterial, II, 4, 1971).

Quando decidimos migrar,não foi por cansaço ou desprezo.Foi para sermos fiéis à voz deDeus que nos chamou a uma novamissão. Nós somos Abraão. Fo-mos interpelados, pusemo-nos acaminho e, agora, respondemos:"Estamos indo para onde o Se-nhor nos mandou"!

Num espírito filial de escuta eajuda, assim como fomos interpe-lados, também perguntamos: "Paraonde vais, Pedro?"

Em suas viagens de apóstoloincansável, o Santo Padre entusi-asticamente desperta em muitos afé, anima multidões com a palavrado Evangelho. Mas, encerradas asvisitas, muitos cristãos ficam amar-gurados, pois não foram ouvidosno que lhe é mais íntimo e divino: aconsciência.

Homens e mulheres, da Euro-pa, da América, da África e agorado Brasil, consagrados ou não,

casados ou não, querem dedicar-se à Igreja com o amor autênticode João e o fervor apostólico dePaulo, mas os pastores julgam nãonecessitar de seu serviço. E issoquando grande parte do rebanhovagueia pelo deserto, sem pastor...

Homens e mulheres, entusi-asmados pela mensagem doEvangelho, procuram novos ca-minhos para exprimir a milenar féno Senhor, e são bloqueados porcensuras, sem que muitas vezessejam respeitados os proclama-dos direitos fundamentais dapessoa humana.

Homens e mulheres, desejan-do viver plenamente esta mesmafé e confiança no Senhor, sãoabandonados numa escura noi-te, porque a hierarquia lhes fe-cha a porta, não lhes reconhe-cendo o direito de procurar so-luções adequadas para dificul-dades de nossa época.

No mesmo espírito filial, masconvencidos do valor do serviçoque prestamos ousamos levar nos-sa sugestão: que Paulo faça comoJoão, ouvindo, no peito dos ir-mãos, aos quais serve, o coraçãoque procura, interroga e suplica!

O mundo já não se contentacom soluções sumariamente im-postas em nome da "Lei de Deus",quando esta lei não se manifestaclaramente na história.

Que sejam ouvidos os ansei-os dos colegiados episcopais,dos presbitérios, dos conselhospastorais, que mais proféticosseriam se seus membros pudes-sem viver e falar sem medo e semmáscara. Quem tem a coragem deabrir seu coração e falar aberta-mente o que pensa? As portaspara uma autêntica e madura dis-cussão freqüentemente são fe-chadas com argumentos autori-tários e, lamentavelmente, mui-tas vezes com condenações.Cria-se, destarte, uma situaçãode conflito em muitas pessoas:agem de uma maneira e pensamde outra, ou, então, arriscam-sea agir como pensam, mesmo sa-bendo que não têm respaldo deseus superiores, embora o te-nham do Povo de Deus.

E a Igreja se desacredita,pois quando se extingue o ecodos "Hosana" e dos "viva" dasmultidões famintas, estas sevoltam para o dia-a-dia ondecontinuam a encontrar a injus-tiça em seu próprio povo e emsua própria igreja.

Nesta igreja, migrantes, todosnós caminhamos na mesma fé,rumo à mesma Pátria!Padres casados de Fortaleza, 1980.

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Jornal RUMOS

11Jornal RUMOS

Ele sofre, hoje, aos 72 anos,as consequências da hiper-tensão não tratada devida-

mente ao longo do tempo. O pro-fessor aposentado José Vicente deAndrade tem um vasto currículoacadêmico que lhe consumiu tem-po e trabalho. A saúde ficava sem-pre para depois, mesmo sabendoque era hipertenso há muitos anos,talvez, "até de nascença", brincaele. A pressão alta, aliada à obesi-dade e ao tabagismo, foi respon-sável por uma série de doençascomo a miocardiopatia (dilataçãodo coração), insuficiência renal ehipotireoidismo.

Mesmo tendo parado de fu-mar há 20 anos, emagrecer 13quilos, atualmente estar com apressão controlada por medica-mentos e por uma dieta sob ori-entação de nutricionista, o co-ração e o rim do professor já es-tão afetados. Quando procuroua ajuda de um cardiologista, oquadro já era grave, mas comobiógrafo e coordenador da bea-tificação de padre Eustáquio,continuou tendo fé e esperan-ça. Negociou com ele: "Se mematar, não vai ser canonizado",diz, com a devoção de quem já

O padre casado Sal-vador Dimech, nascido na Ilha de Mal-

ta e radicado no Brasil des-de 1959, foi homenageadopela Câmara Municipal dePaulista, município da Re-gião Metropolitana do Reci-fe, com o título de "Cidadãodo Paulista". Uma justa ho-menagem! Na verdade, avida de Salvador Dimech seconfunde com a história dacomunidade de São Pedro,bairro do Janga, em Paulis-ta, Pernambuco, onde resi-de desde 1978.

Casado com Nágela San-tiago e pai de três filhos, Sal-vador Dimech nasceu em1938 na Ilha de Malta, quefica a 90 km da Itália. É o ter-ceiro de seis filhos, todosnascidos numa comunidadede 400 famílias de pequenosagricultores, situada numacolina, que ainda reflete a féque Paulo Apóstolo deixouno seu naufrágio na sua via-gem, preso, de Jerusalém aRoma (Atos 28, 1-18). Termi-

Felix, parabéns! Excelenteidéia. O nosso saite será uma cri-ança linda e logo chegará à idadeadulta.

Para começar poderia resga-tar os melhores artigos do Rumoscom cheiro de atualidade.

Não sou expert no assuntomas sugiro que os temas aborda-dos tenham boa fundamentaçãoteológica e bíblica para desde oinício gerar credibilidade.

A prolixidade cansa. Esto bre-vis et placebis...

As informações passem pelocrivo de uma equipe e não ape-nas de um único responsável,para que as análises dos prós econtras sejam isentas de paixões

1º tipo: aqueles que solicitam ao Papa a "redução ao estado lei-go", ou seja, as tradicionais dispensas de votos e ordens a que ossacerdotes se sujeitam, quando desejam optar pelo matrimônio. NoBrasil são uns 6.000. No mundo, passam de 150.000.

2º tipo: sacerdotes "da ativa" que convivem, de modo estável,com mulher, companheira e herdeira legal, quer pelo tempo de convi-vência sob o mesmo teto, quer por matrimônio clandestino.

Estes sacerdotes evitam ser arrolados como padres casados! Masa Santa Sé, Bispos e Povo de Deus sabem que, no mundo todo,existem milhares e milhares deles...

SUGESTÕES E MATERIALPARA O SAITE DO MPC

2 TIPOS DE PADRES CASADOS

pessoais, nem tendenciosas nemmeramente informativas.

Na minha opinião um saite doMPC deve buscar admiradores,aliados, o efeito multiplicador, aexcelência e a referência. Dizerverdades suavemente sem pre-tender polemizar.

No encontro de Brodósquicom certeza será melhor deli-neado.

Agora vai o seu pedido dematerial para o saite. Pesquiseina internet e encontrei todosos temas, datas e locais de En-contros de Nova Iguaçu até Lu-ziânia. Foi divulgado pelo Orae-tlabora em 2005.

Almir

JOSÉ VICENTE LUTADORVITORIOSO

Parei de fumar há 20 anos, emagreci 13 quilos

foi padre por 11 anos, mas de-sistiu do sacerdócio em 1973,para se casar e ter dois filhos.

A partir do controle da pres-são, com sete medicamentos - "jácheguei a tomar 20" - e de umadisciplina monástica, o coração eo rim começaram a melhorar. Elereconhece que o avanço das pes-quisas e os cuidados médicos,

além da tecnologia científica, oestão ajudando a manter aceso osinal verde da vida. "Saí do ver-melho", constata o professor, quejá teve a pressão em 16 por 11 ehoje está estabilizada em 12 por 8.Paralelamente, ele faz tratamentocom um nefrologista, pois apenas30% dos rins funcionam.

Beto Magalhães/EM/D.A Press

SALVADOR DIMECH, PADRE CASADONÃO SE ACOMODOU E CONSTRUIU UM BELO EXEMPLO DE AMOR AO PRÓXIMO

nado o curso primário, aos13 anos entrou no Seminá-rio Menor Diocesano.

Ao concluir o curso deFilosofia, realizado no Semi-nário Diocesano de Malta,em 1958, decidiu vir para oBrasil, junto com outros seteseminaristas, cursar Teolo-gia, na Diocese de Petrolina,em Pernambuco. Os quatroanos de Estudos de Teolo-gia foram realizados no Se-minário Central da Bahia(1959 - 1962) em Salvador.

Em 03/06/1962 foi ordena-do Presbítero na Catedral dePetrolina/PE pelo Bispo DomAntônio Campelo. Durantenove anos trabalhou comovigário cooperador, na Ma-triz de Araripina, sertão per-nambucano. Sua preocupa-ção com o social se reveloudesde cedo e resultou, entreoutros projetos, na criaçãodo Sindicato dos Trabalha-dores Rurais de Araripina.

Em 1971 se transferiu daDiocese de Petrolina paraArquidiocese de Olinda e

Recife. Em 1973 solicitou adispensa do celibato. Des-de esta época, quando pas-sou a morar no bairro do Jan-ga, no município de Paulis-ta, Pernambuco, vem desen-volvendo várias atividadespastorais. Lembra sempre

que a dispensa do celibato"não significa a proibição departicipar das atividadespastorais da Igreja Católica".

Com a chegada do padreCaetano Pereira na paróquiaonde viviam, em 1978, o ca-sal Nágela e Salvador come-

çou um trabalho pastoral esocial no bairro, em benefí-cio do bem estar social e es-piritual de algumas comuni-dades, especialmente da co-munidade de São Pedro. Otrabalho, que contou com acolaboração do Movimento

Missionário Jesus no Próxi-mo MMJP, de Malta, da Pre-feitura Municipal de Paulis-ta e de diversos colaborado-res, proporcionou a realiza-ção de serviços sociais dequalidade para os morado-res pobres da área.

Entre os trabalhos reali-zados pelo casal Salvador eNágela no bairro do Jangadestacam-se a construção daCapela de São Pedro Pesca-dor, criação da Escola Felis-mina Pereira com capacida-de para atender 350 crianças,organização da Cooperativade Cultura e Desenvolvimen-to da Comunidade de SãoPedro Pescador, do Ambu-latório Adauto Xavier Neto,construção da Capela de SãoPaulo Apóstolo, entre outrasatividades como o ProjetoAlimentação complementarpara crianças 0 - 4 anos, queatende mensalmente 270 cri-anças e o projeto de Educa-ção Cristã, atendendo 60 cri-anças diariamente.

Félix Batista Filho

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12 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Na Argentina estima-se queao longo dos últimos 20anos, 1100 deixaram o mi-

nistério.Por que, depois de no mínimo

seis anos de formação, eles aban-donam? Será que eles deixam so-mente quando eles se apaixonamou existem razões que nada têm aver com o celibato? Como é passarde 'Padre' para 'Papai'?

Uma piada interna entre oscatólicos garante que ninguém co-nhece "quanto sabem os jesuítas,quantos são os franciscanos equanto dinheiro tem o Vaticano."

Poderíamos acrescentar quetambém ninguém sabe quantospadres deixaram o ministério.

"Segundo a Igreja a pessoa quefoi ordenado sacerdote nunca dei-xa de o ser, mas pode perder, porvárias razões, o estado clerical. Sevocê quer se casar dentro das re-gras da igreja, você precisa de umadispensa do papa.

Aparentemente, desde esteano o processo administrativopode ser gerido por um outro Ór-gão do Vaticano: a Congregaçãopara o Clero, "diz o teólogo Eze-quiel Silva. O processo leva anos.Se concedido, o ex-padre pode secasar em uma cerimônia na igreja,mas "feito com cautela e sem pom-pa." Não pode pregar ou ler as lei-turas bíblicas na Missa, a menosque autorizado pelo bispo. Tam-bém, não pode trabalhar em semi-nários ou exercer funções de dire-ção no campo da pastoral, ou ge-renciar bens paroquiais.

Quando eles saem, vão semcasa, dinheiro, trabalho ou contri-buição para a pensão. A inserçãodeles no mundo do trabalho é difí-cil, apenas com os estudos teoló-gicos e experiência pastoral. "Umamigo me disse que ele não saiuporque tudo que ele sabia era paraser padre" Ir trabalhar em quê? per-gunta Ruben Dri, que deixou o sa-cerdócio em 1976.

Ao contrário da crença popu-lar, não todos vão embora quandose apaixona por uma mulher, mui-tas pessoas , antes, eles se desen-cantam... com a Igreja.

O ser humano é um bicho muito esquisito: alguns têm medo de dormir,de fazer xixi, de pessoas feias.Veja as fobias mais esquisitas que o ser humano pode ter.1º. Antropofobia - Medo da sociedade humana ou aglomerações2º. Telefonofobia - Medo dos telefones3º. Eleuterofobia - Medo de ter liberdade. Mais precisamente, "aversãoe medo mórbido irracional, desproporcional persistente e repugnante deter autonomia ou responsabilidade"4º. Urofobia - Medo da urina ou de urinar5º. Unatractifobia - Medo de pessoas feias

ARGENTINA: PADRES QUE DEIXAM, HOMENS QUE SEGUEM.UM CASO. Em 1983, Nelson

Valenti, de 21 anos, tinha um na-moro desde o colégio e alguns va-lores muito claros sobre a verda-de e a liberdade. Mas ele se des-pediu da sua namorada, deixouseus estudos de arquitetura naUBA, e entrou no seminário deMoron. "Não era o misticismo,mas um profundo desejo de trans-formar a realidade e um forte sen-timento de que todos precisavamde Deus". Aos 26 anos, um sacer-dote, três anos mais tarde, não."Ex-padres e divorciados têm algoem comum - afirma ele": Sua ex ficacom tua casa e a Igreja fica comteus sonhos e ideais ".

Valenti lembra que, em meio àhiperinflação, enquanto seus com-panheiros lutavam para encher ascozinhas de sopa, um bispo convi-dou-o a passear pela Europa. "Nãoera para fins pastorais - esclareceele- . Recusei-me e pareceu 'escan-daloso'. Ele nunca entendeu o quesignificava esse conceito para cer-tos membros do clero. "Eu adorocantar e costumava fazê-lo comuma freira em festas religiosas po-pulares. Fui Proibido, porque "nãoficava bem." Mas passear pela Eu-ropa, enquanto as pessoas passa-vam fome não ficava mal. Olhar parauma mulher era escandaloso; igno-rar um pobre, não."

Cansado de hipocrisias, vol-tou para casa dos pais. "Os pri-meiros dias foram difíceis. O mun-do te parece pequeno... sem co-munidade, sem atividades. Paramuitos tu só eras o Pe. Nelson eao sair, não existes mais, és um trai-dor. A vida me fez encontrar comalgumas pessoas que se confes-savam comigo. Será que acreditamque vou contar os pecados deles?- se pergunta ele rindo.

Lembra que precisou de algumtempo para se acalmar e reorgani-zar. Nos classificados dos jornais,encontrou antes um trabalho devendedor de publicidade. Com 30anos experimentou sua iniciaçãosexual com a "liberdade e tranqüi-lidade", e entrou numa fase de des-coberta "muito emocionado". Elerecebeu um diploma de locutor e

se licenciou em Ciências Sociais.Se apaixonou por uma mulher di-vorciada e se casou com ela.

Após 14 anos de casamentose separou. Ele tem um filho,Agostinho, o centro de suas pre-ocupações e alegrias. "Como pa-dre nunca senti que precisava deum filho, era o pai de todos. Masdescobri que um filho próprio é oápice da paternidade. Apaixona-me falar com ele sobre a justiça,solidariedade e gerar nele, sem-pre mais, uma liberdade genuína,sem preconceitos, que lhe permi-ta levantar vôo e fazer sua pró-pria história". Não ficaria triste seno futuro ele quiser se tornar umpadre: "Se o fizer bem e pode serextremamente feliz", diz ele.

Embora desencantado com ainstituição, não perdeu seus ide-ais nem abandonou sua fé. Seu fi-lho frequenta uma escola religio-sa, ele vai à igreja, rezar em sua bi-blioteca, convive com a Bíblia, coma acumulação de capital de RosaLuxemburgo. Esclarece que é a fa-vor do celibato opcional, porque"é uma conseqüência do compro-misso sacerdotal".

Ele afirma que está "orgulhosode ter sido padre. A Igreja que Je-sus fundou não é para uma mino-ria perfeita, eleita ou selecionada.A Igreja é para aqueles que procu-ram e se enganam, por isso ela éformada por muito mais pessoas doque alguns católicos acreditam".Ele acredita que "amanhã será me-lhor". Para isso se tornou sacerdo-

te e por isso, também, abandonouo ministério.

OUTRO CASO. SOLIDÃOSOBRE RUÍNAS

Quando o padre William Sche-fer quebrou a perna, não sabia queparte de sua vida também se que-brava. Forçado a fazer repouso ecom escassas visitas da comuni-dade sacerdotal, ele descobriu queestava sozinho. "Você começa ameter água. Durante o semináriotem o apoio dos colegas e forma-dores, mas quando você sai vocêvai encontrar um "te vira comopuderes '", diz ele. Recém-ordena-do nos anos 92, ele foi designadopara uma paróquia no Parque SanMartín de Merlo. "Aqui você vêas primeiras diferenças. Aquelesque estão nas igrejas do centro dacidade não passam dificuldadeseconômicas, mas os da periferia,sim. Não existe uma estrutura soli-dária de apoio que compense asdeficiências". Ele pediu permissãopara estudar Psicologia Social e lhefoi negado. Pouco a pouco, come-çou a amadurecer a decisão de dei-xar o sacerdócio e assim o fez.

"Não saí de um dia para outro",- lembra ele - marquei uma reuniãopara dizer adeus ao povo ". Umamigo emprestou-lhe uma casa emMarcos Paz, para onde se mudou."Eu estava trabalhando como ca-pelão na prisão de jovens da re-gião. O Serviço Prisional e aprecioumeu trabalho e formação e me ofe-receu continuar em outra função.Aceitei imediatamente" - diz ele.

"Diz ele. Quando contou que ele jánão era um padre, um colega lhedisse "agora você deixa de ser Gar-del para se tornar um simples can-tor." Reconhece que encontrar umemprego é crucial: "Eu sei que co-legas de trabalho em uma cabinede pedágio ou de aves marinhas.O trabalho é um integrador social,e se você não faz algo que vocêgosta você acaba deprimido".

Enquanto reorganizava suavida descobriu que estava apai-xonado por Natália, uma catequis-ta que havia trabalhado em suaparóquia. Convencidos de seuamor, se casaram no civil e sóentão foram viver juntos. "Nin-guém que nos conhecia ficouchocado. Eu me sentia um poucoculpada, mas ele nunca mostrouqualquer preocupação com suadecisão. A relação foi fluindo, eununca me senti em competiçãocom Deus", diz Natalia. Guilher-me também confirma: "Como nãotive uma formação repressiva, aintimidade aconteceu naturalmen-te, mesmo em uma idade quandoos outros já estão de volta."

Lujan e Guilhermina, sua fi-lha, 7 e 3 anos, brincam no quin-tal. "Como um sacerdote Dia dosPais me davam os parabéns, e mesentia estranho por ser pai semter gerado, mas - confessa ele-ele confessa - eu gostava que modesejassem. Hoje me alegro comas vozes deles. Com Natalia des-cobri o amor incondicional e comminhas filhas, uma dimensãonova e cheia de amor."

A família Schefer não perdeu afé. As meninas são batizados, re-zam juntos e da imagem de NossaSenhora de Luján dá as boas-vin-das aos que entram em sua casa. Ocasal faz parte do Movimento Ver-dade e Liberdade, um centro quepresta apoio aos padres casados esubscreve as palavras de Jerôni-mo Podestá, o bispo que deixoutudo por amor a uma mulher: "Nósnão estamos deixando a Igreja, es-tamos nos aproximando da comu-nidade".OBS: tenho vários outros casos.

20/08/2009 Susana Ceballos

DEZ FOBIAS COMUNS E CONTAGIOSASFUJA DELAS ENQUANTO VOCÊ CONSEGUE!

6º. Hipnofobia - Medo de dormir; horror ao sono7º. Fonofobia - Medo e horror à sua própria voz e pavor de falar alto8º. Fobofobia - Medo dos seus próprios medos; de ter algum tipo defobia9º. Catisofobia - Medo de sentar-se.10º. Pantofobia - Medo de todas as coisas, ou todos os medos e fobiasem um só. Pantofobia, em seu estado máximo, domina a mente humanade forma a matar o ser sem causas físicas reais, ou seja, a Pantofobiainduz ao suicídio biológico.José Vicente

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOS

O cânon 277 do Direito Ca-nônico diz que "os cléri-gos são obrigados a ob-

servar a continência perfeita e per-pétua por causa do Reino dosCéus; por isso são obrigados aocelibato, que é um dom especial deDeus, pelo qual os ministros sa-grados podem mais facilmente unir-se a Cristo de coração indiviso ededicar-se mais livremente ao ser-viço de Deus e dos homens".

Sabe-se que, quando se im-pôs definitivamente essa exigên-cia, o cristianismo já levava maisde um milênio de existência e queos motivos de tal imposição nãoeram assim tão nobres como osque invoca o cânon. Uma das ra-zões era evitar que as riquezas daIgreja fossem cair nas mãos dosherdeiros do clero.

Sabe-se também que, não obs-tante a lei, os clérigos continua-

Há mais de 20 anos, emquase todos os meses, eu ealguns outros colegas nos-sos, padres casados, temossido convidados a presidire abençoar celebrações daunião matrimonial de ca-sais que, pelos motivos quetodos os padres conhecem,"não podem" efetuar-se nostemplos, menos ainda compresença qualificada de sa-cerdotes católicos, com ju-risdição canônica para tal.

Tanto eu como os cole-gas que abençoam os ca-sais que nos procuram, ja-mais percebemos qualquerremuneração financeirapor este serviço e, ao assu-mirmos a honra do convite,esclarecemos que a "presi-dência do padre" nos casa-mentos não deve ser toma-da como "função ordiná-ria". Pelo contrário, temospor princípio mostrar queos próprios familiares dosnoivos podem abençoar oenlace, como era no princí-pio e atualmente volta aacontecer, por motivos queaumentam cada vez mais.

É excelente a explana-ção que segue, postada noblog do Romeu TeixeiraCampos.

Sintetiza a "catequese"que fazemos quando nosreunimos com os casais.

José Vicente

O 1055O que é o 1055? É a regra

que abre o Título VII do Có-digo de Direito Canônico. Osartigos da lei civil são cha-

IRÁ A IGREJA LEGITIMAR OS FILHOS DE PADRES?ram a gerar filhos e muitos vive-ram em permanente concubinato.A Igreja sabe-o, mas fecha osolhos. E o mais grave é que, deconsciência tranquila, jamais seimportou com a sorte das mulhe-res envolvidas e do drama dosmuitos filhos ilegítimos a quem seimpõe também uma norma: "Nãodigas a ninguém quem é o teu pai".

Parece que a situação tende amudar. Só é de lamentar que nãoseja por amor à justiça.

No dia 10 de agosto passado,o jornal La Stampa da Itália trazia apúblico a notícia de que o Vatica-no estaria disposto a reconheceros filhos de clérigos, permitindoque eles sejam registrados com onome do pai e possam herdar. Re-viravolta súbita na lei do celibato?Nada disso. Tratar-se-ia de defesapreventiva. Com a banalização dostestes de DNA a Igreja ficou inqui-

eta. Corre o risco de se ver obriga-da a enfrentar uma avalanche deações na justiça a reclamar o reco-nhecimento da paternidade. Daí aescapatória: é melhor reconheceros fatos. Quanto ao direito de her-dar, ela distingue, desde já, os benspessoais do clérigo dos bens vin-culados à função. Estes continua-riam propriedade da Igreja.

Com tal solução, o Vaticanopretenderia evitar situação similarà dos Estados Unidos, onde osprocessos por abusos sexuais dospadres representam uma verdadei-ra catástrofe financeira para as di-oceses: 1.350 milhões de euros nosúltimos trinta anos.

Embora o jornal La Stampaseja um jornal geralmente bem in-formado sobre o que acontece noâmbito papal, ele foi logo desmen-tido pelo porta-voz do Vaticano.Mas, mais cedo ou mais tarde, é

essa a solução que se irá impor,no entender de Giancarlo Zizola,um perito nos assuntos vatica-nos. Ele lembra que "tanto o car-

CASAMENTO CIVIL É SACRAMENTO

mados, no direito eclesiásti-co, de cânones. O cânon1055 serve como introduçãode todo o Título VII (doMatrimônio).

Como preparação a estadiscussão está tudo o quepode ser dito sobre os Direi-tos Humanos na Igreja, ouseja, quais sãos os direitosdos fiéis católicos. Refiro-me de modo especial ao arti-go de Giuseppe Tosi, intitu-lado "Direitos Humanos, Di-reitos Humanizantes" que éencontrado emwww.Google.com.br ao digi-tar o título.

Ainda nos dias de hojehá paróquias e igrejas queinsistem no casamento "re-ligioso" mesmo que os nu-bentes já se tenham casadoconforme as leis do País.Não só insistem certos pa-dres, mas ainda afirmam es-tarem essas pessoas em es-tado de pecado porque sóna Igreja é que há o sacra-

mento do matrimônio aben-çoado por Deus e que so-mente ele, o "casamento re-ligioso" legitima a união dosesposos.

As expressões "casa-mento civil" e "casamentoreligioso" se referem a doisatos jurídicos realizados oudiante da autoridade civil,(no cartório civil) ou no re-cinto de uma igreja dianteda autoridade religiosa.

É sabido por todos queno casamento perante a au-toridade religiosa são ospróprios nubentes que rea-lizam o casamento e que aautoridade religiosa que pre-side tem apenas a função detestemunha qualificada.

Cada observação destastorna-se muito relevantepara o fim que temos em men-te, a saber, dar uma informa-ção confiável e de qualida-de aos fiéis católicos, umaobrigação, aliás, primordialde todo o dirigente de uma

paróquia. E os responsáveisdão a impressão de quere-rem esconder a informaçãocorreta tão poucas vezes to-cam no assunto ou nunca,pois a hipótese de ignoraremo dispositivo legal nem deveser mencionada. Uma últimaobservação: aqueles quequerem a todo o custo queseus paroquianos se casem"no religioso" para que te-nham o sacramento do ma-trimônio, laboram em erro,pois na hipótese de os nu-bentes se casarem no cartó-rio sem a intenção de se ca-sarem depois "no religioso"é necessário dizer que já re-ceberam o sacramento. Nocaso, tendo recebido o sa-cramento, não há necessida-de de fazerem o casamento"no religioso", pois já rece-beram o sacramento do ma-trimônio.

Preste bem atenção noque dissemos: "não há ne-cessidade". É bom? É! É óti-mo acrescentar as bênçãosde Deus no meio de toda acomunidade de parentes eamigos para que os recém-casados sejam fiéis e cum-pridores de seus deveres portoda a vida. Ser bom e ótimoé uma coisa, ser necessárioé outra. Estranho? Isto sóé estranho para quem não foidevidamente instruído e in-formado sobre a verdadeiradoutrina do matrimônio esobre a disciplina que rege aIgreja Católica. É por aí quese vê a falta que faz uma boaevangelização e uma boacatequese anterior. Fazendo

as vezes do dirigente paro-quial, escudado na delega-ção geral que toda pessoabatizada tem, vamos agoraprocurar esclarecer estaquestão tão importante.

Lá, no cânon 1055, vocêlê o seguinte:

§1. O pacto matrimonial,pelo qual o homem e a mu-lher constituem entre si oconsórcio de toda a vida,por sua índole natural orde-nado ao bem dos cônjugese à geração da prole, entrebatizados foi por Cristo Se-nhor elevado à dignidade desacramento.

2. Portanto, entre batiza-dos não pode haver contra-to matrimonial válido, quenão seja por isso mesmo sa-cramento.

O raciocínio é o seguin-te: todo pacto matrimonial…entre batizados, foi por Cris-to elevado à dignidade desacramento.

Ora, no cartório civilocorre tal pacto entre umhomem e uma mulher, ambosbatizados.

Portanto, pelo própriofato de tal pacto se dar entreum homem e uma mulher,batizados, por isso mesmo ésacramento o ato feito nocartório civil.

Um padre que se recu-sasse a batizar uma criançanascida de um casal só ca-sado no civil estaria exorbi-tando, estaria errando cla-morosamente e estaria forada lei. Ele estaria tratandocom um casal que recebeu,sim, o sacramento do matri-

mônio. O que eu faria no lu-gar dele? Ah! Aí é outrocaso. Eu iria, com toda a cal-ma que me fosse possível,ter uma boa conversa comesse casal para saber os seusmotivos e iria fazer o batiza-do e me colocar disponívelpara outras conversas emque procuraria evangelizá-loe recuperá-lo para a comu-nidade cristã.

Voltando ao cânon 1055,como ganharia a Igreja sedesse a conhecer a doutrinaexposta nesse cânon, comoo fazemos neste artigo. Opovo precisa saber a verda-de sobre o casamento, a ver-dade jurídica, isto é, o queela mesma estabelece emseu Código de Direito Canô-nico. Infelizmente, até hojeo povo simples continuaachando que a Igreja conde-na como pecadores os quese casam só no "civil". Se opovo soubesse da verdadenão teria tanto medo de fa-zer, com liberdade, sua op-ção. Por que a Igreja, queprega tanto o respeito aosdireitos humanos (entre eleso direito a saber da verdade)esconde e escamoteia a ver-dade do cânon 1055? Seráque isso acontece só porqueos dirigentes paroquiais têmem vista só os proventos fi-nanceiros carreados para aparóquia e para a constela-ção de usufruidores (fotó-grafos, arranjadores, músi-cos, cantores, floristas)? Háum complô tácito entre osdiversos atores e autoresdesse espaço?

Romeu Teixeira Campos

deal Ratzinger (futuro Bento XVI)como o cardeal Hummes já se pro-nunciaram nesse sentido".

Luís Guerreiro

Divulgação

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14 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

A sabedoria popular diz coisasmuitíssimo interessantes. Valea pena investigar o que há de

verdade por trás desse tipo de conhe-cimento. O antigo ditado, citado no tí-tulo, é um deles.

Por que será que se diz que há sem-pre uma grande mulher atrásde um grande homem?

Considerando os mitosde criação de diversas culturas, po-demos nos deparar, várias vezes, com apresença do Andrógino. Conforme des-crição de Platão, o andrógino era um seresférico, tinha os dois sexos, uma sócabeça com duas faces idênticas, cadauma virada para um lado e ainda quatroorelhas, quatro braços e quatro pernas.Esses seres tornaram-se tão robustos eaudaciosos, que chegaram até mesmo aameaçar os deuses, com suas tentativasde escalar o Olimpo. Zeus, então, re-solveu cortá-los ao meio, para diminuiro seu poder. A partir daí cada uma dasmetades pôs-se a buscar a outra numaânsia de se unirem novamente, fazendode dois um só e, desse modo, restaurara antiga perfeição.

Essa simbologia parece nos indi-car que a perfeição espiritual (lembre-mos que em todas as culturas o esféri-co, o redondo representa a totalidade,a perfeição) consiste em reencontrarcada um sua própria androginia, numprocesso grandioso de totalização.

Esse andrógino esférico lembratambém o mito do "ovo cósmico",onde o céu e a terra se encontravamunidos, onde também se encontravamtodos os opostos, entre eles o mas-culino e o feminino. Este ovo foi par-tido em duas metades, que procuramnovamente se unir.

Pelo próprio sono de Adão, no qualDeus tirou-lhe uma costela e fez Eva,pode-se entender que o ser humano atéentão era andrógino.

No Evangelho apócrifo de Tomás,Jesus dirigindo-se a seus discípulos dis-se: "quando fizerdes os dois serem um equando fizerdes o dentro como o fora eo fora como o dentro, e o alto como obaixo, e se fizerdes o homem e a mulherum só, para que o homem não seja maishomem e a mulher não seja mais mu-lher, então entrareis no Reino".

Também no Evangelho dos egípci-os: "... quando os dois se tornarem ume o homem e a mulher não forem nemhomem, nem mulher".

Os gnósticos naassenos acredita-vam que Adão era um andrógino. E,como o ser humano descende de Adão,a sua perfeição espiritual consiste em

O tema mulher, mesmo que sempre esteja na berlinda dos Encontros, tenho a impressão que não foi apresentadocomo precisaria ser. Altiva e eu muitas vezes trocamos algumas idéias sobre como de fato está a questão damulher e o padre. A impressão é que muitas esposas de padres vêem no ministério do padre uma rival que vai

roubar o marido. Por outro lado está bastante claro que a mulher não tem na Igreja o lugar que se infere a partir daquilo quea Revelação fala sobre a mulher e o lugar que a mulher já ocupou nas primeiras décadas do cristianismo. Não tem o lugarque ocupou nas primitivas comunidades, inclusive nas de Paulo, que equivocadamente se afirma que era restritivo.

Imagino que no XVIII Encontro começaremos a grande reflexão e debate, pois, afinal, a Igreja adotou uma posturada cultura grega, romana e dos povos que invadiram o império ocidental, tudo temperado com a postura de Agostinhoproveniente de sua formação filosófica maniqueísta e de suas experiências negativas da sexualidade. Tudo isto mudoua visão sobre a mulher, uma visão que na práxis não bate com a Revelação. E se a Igreja baniu a mulher dos ministériose o casamento da vida do padre ocidental ela não fez que este padre fosse melhor, mais generoso, mais dedicado àspessoas para as quais foi constituído presbítero. Ela fez do padre o sacerdote, que hoje está sendo acentuado, umsacerdote para o sagrado, para o cultual e por isso separado e legalmente puro.

Era importante aprofundar a questão para o amanhã da Igreja. Armando

Por D. Felix Maria Davidek,bispo católico, na Checoslová-quia nos anos 70 e 80, no con-texto da "Igreja do Silêncio",perseguida pelos regimes comu-nistas da Europa central e ori-ental.

Artigo enviado por GladysParentelli, da Venezuela, que par-ticipou, como observadora, noConcílio Vaticano II. Para maio-res informações, consultar Wiki-pedia, Revista Concilium, etc.

João Tavares

BISPO ORDENOU MULHERESNA CHECOSLOVÁQUIA

Félix María Davídek, o bis-po que ordenou as primeiras mu-lheres sacerdotes na Igreja Ca-tólica Romana

Em julho de 1999, através daRevista Internacional de Teolo-gia Concilium No. 281 de Junho,fiquei sabendo sobre a ordena-ção de pelo menos 6 mulheres naIgreja Católica Romana pelo bis-po Félix María Davídek na Igrejado Silêncio na Checoslovaquia.

Ele é considerado um homemde muito peso na Igreja Checa,apesar das contradições e opo-sições do Vaticano ante impor-tantes acontecimentos eclesi-ais, como á a questão da "orde-nação de mulheres".

Contrário a tudo o que sequeira dizer, as ordenações, tan-to das mulheres, como a dos bis-pos e presbíteros casados, o papaJoão Paulo II esteve informado, esó depois da queda do Muro deBerlin, o Vaticano se pronuncia,pedindo uma re-ordenação "sobcondição" em caso de dúvida,pelas circunstâncias em que fo-ram realizadas, menos a ordena-ção das mulheres! El documentofoi firmado pelo cardeal Ratzin-ger (naquela ocasião) em 1992.

Este bispo havia estado 14anos em prisão pelo regimem to-talitário do sistema comunista.Vivia os princípios do Vaticano IIe os princípios de Theilhard deChardin e Ives Congar.

Na Igreja do Silêncio, orga-niza em clandestinidade uma as-sociação chamada Koinétés àqual pertenciam as Comunida-des de Base, e é dali que se sen-te a necessidade de ordenar mu-lheres e homens casados ao sa-cerdócio, sob a direção do bis-po Davídek. Tinham muito bemorganizado seu cronograma deformação: teológica, filosófica,histórica e pastoral.

PÁGINA DA MULHER

ORDENAÇÃO DE MULHERESEra esta a Igreja de "segunda

linha", pois a Igreja de "primeirafila" era a constituída pelos quepodiam celebrar publicamente.

Davídek foi um bispo con-vencido de que havia chegadoa hora de entender "os sinaisdos tempos" isto é o kairós -tempo de bênção.

Devido ao trabalho e proje-ção eclesial de Koinótés, na qualsurgiam novas formas de vida,sustentado pelo Vaticano II, é emfins de 1970 que "a questão daordenação de mulheres" começaa aparecer mais. Davídek convo-ca a um Sínodo pastoral, a fim desolucionar a difícil situação docrescimento da igreja, e de ma-neira especial, o papel das mu-lheres nela. "A sociedade neces-sita do serviço das mulherescomo um instrumento especialpara a consagração do gênerohumano" dizia.

Ao Sínodo assistiram umassetenta pessoas, participandooutros bispos, colaboradores"íntimos" de Davídek. Reuni-ram-se numa casa paroquial, de-pois de ter tomado todas as me-didas de segurança que tal reu-nião requeria, como Igreja emclandestinidade.

A pesar das tensões que sefizeram sentir, e da proposta deretirar da agenda o tema da " or-denação das mulheres" o bispoDavídek teve a coragem de se-guir adiante com o Sínodo, de-pois de conseguir que os partici-pantes votassem aceitando oprograma, sem mudar nenhumponto proposto, muito menos oda "ordenação das mulheres".

Sabe-se que Davídek orde-nou 6 mulheres, supostamenteviolando o Direito Canônico(CIC de 1918, can 968,1) queestava em vigência. Tomou-semuito a sério que a Lei não épara a humanidade, mas a Lei aserviço da humanidade, e que ofazia porque "considerava umassunto de consciência".

"Não debemos esperar que to-dos cheguem a esta prática. Devehaver alguém que transmita aosdemais algo que a maioria do gê-nero humano irá aprendendo pro-gressivamente a aceitar".

O bispo morreu num aciden-te. Sua história permanecerá namemória das mulheres que luta-mos pela consagração no minis-tério sacerdotal dentro da Igreja.

Olga Lucia Alvarez Benju-mea - Rionegro, Septiembre

12/09

POR TRÁS DE UM GRANDE HOMEM HÁSEMPRE UMA GRANDE MULHER

encontrar em si mesmo essa androginia.Na mitologia grega temos Hera, uma

andrógina. E assim por diante em vári-as outras tradições.

Hoje, conforme a psicologia nosmostra, o menino, em seu desenvolvi-mento psicológico, à proporção que vaise identificando como homem, tambémvai delineando a imagem que tem damulher, tomando, inicialmente, sua mãe(ou sua substituta) como modelo. Pro-gressivamente vai modificando essaimagem, à medida que possa interagircom jovens do sexo feminino de suageração e que ele admire ou que lhe sejamuito significativa como, por exemplo,uma irmã. Mas, a namorada ou a espo-sa, em geral, também têm um pesomuito grande nesse crescimento psi-cológico do homem.

Mesmo depois de atingir a maturi-dade, para um contínuo crescimentopessoal do homem, em direção à suatotalidade, continua sendo de grandeimportância que ele assimile em suapersonalidade o seu lado feminino in-consciente - a sua anima.

Depois dessas ponderações, vol-temos à proposta inicial de tentar en-tender o ditado popular "atrás de umgrande homem, existe sempre uma gran-de mulher".

Uma hipótese plausível seria que,se um homem se casa com uma mulherque comunga com ele a vida, as idéias eas decisões, ele estará agindo como umapessoa completa, com os dois modosde pensar, ou seja, com o modo mas-culino de perceber as situações e tam-bém com o feminino. E, se ele é umgrande homem, naturalmente a mulherque o completa é uma grande mulher.

E aí, penso eu - mais uma vez aBíblia tem razão: "E Deus criou o serhumano Homem e Mulher, Homem eMulher Deus o criou". São duas facesdo ser humano.

Essa Verdade tão óbvia parece aindanão ter sido suficientemente compreen-dida pela maioria das pessoas. Bastaobservar a "guerra" dos sexos, ou o ma-chismo, onde o homem se julga melhorque a mulher, o preconceito ainda exis-tente contra a mulher, inclusive na nossaprópria Igreja Católica, a mulher objetoque aparece a todo momento nas teli-nhas de TV e assim por diante.

Porém, aqueles que querem evoluir,que querem crescer espiritualmente, quepedem a Deus a sabedoria, que não que-rem ficar estagnados, massificados - ouseja, quem compreende que as leis e asnormas religiosas não foram feitas paraescravizar o homem, nem para "fabri-carem pessoas em série" como a indús-tria faz com seus produtos, mas, sim,para ajudar as pessoas a crescerem aponto de poderem ultrapassar essasmesmas leis, essa pessoa, sim, é capazde conseguir uma conscientização mai-or de si própria, de ir se aperfeiçoandocada vez mais, de atingir sua totalidadecomo indivíduo, de alcançar um equilí-brio entre seu lado masculino e o femi-nino, uma harmonia consigo mesma euma harmonia com o outro. Essa pes-soa consegue enriquecer o outro que édiferente e esse outro a enriquece.

Jesus não discriminou ninguém,não discriminou a mulher; pelo contrá-rio, a engrandeceu. E nós, sejamoshomens ou mulheres, quando procura-mos seguir Jesus em sua espiritualida-de, também somos capazes de com-preender que quando somamos as qua-lidades masculinas com as femininas -ambas igualmente importantes, poistanto os homens como as mulheresforam feitos à imagem de Deus - e vi-vemos essas qualidades com harmo-nia, estaremos preparando o terrenono qual poderão surgir grandes homense grandes mulheres.

Beatriz R.O.Araújo

MULHER DO PADRE CASADO

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Giba, eita editorial brabo!Mas, valeu. Acho que deve-mos dar uma sacudida devez em quando na turma!Muito bom! Você mais umavez está de parabéns.

Que bom, Giba, quemnão chora não mama, comodiz o ditado popular.

Mas, em tudo isto, ficauma lição para nós: Se hou-ver pessoas que se movi-mentem na nossa Associa-ção Rumos, as coisas come-çam a acontecer.

Sobre o Jornal Rumos e o MPC

Amigo Gilberto. Para-béns pelo seu ótimo tra-balho em prol dos padrescasados e da conscienti-zação da comunidade ca-tólica. O Jornal está muitobom. Há equilíbrio na apre-sentação dos artigos e co-

Esta madrugada li todo o Rumos 211.Parabéns: está muito bonito visualmente equanto ao conteúdo jornalístico, de acordocom o público que não é internético. Vocêestá sendo de rara felicidade em atender aosmembros do grupo de padres casados queprecisam de especiais cuidados da Vigilân-cia Epidemiológica da Igreja e do mesmoserviço por parte dos dirigentes do MPC,grupo que para mim - além de estar murchan-do - apresenta acentuada divisão entre osdo princípio ( a quem o MPC deve muito) eos do agora ( que tentam construir uma novaestruturação, embora com pessoal da faixados 60/70). Portanto os de agora e os desempre integramos um grupo de idosos queteimam em viver sua espiritualidade e suavocação, mesmo sem horizonte de mudan-

Joarez, faço também esta pergunta so-bre a necessidade do Jornal impresso. Con-sidero o jornal impresso muito importante. Éum documento. Mas poderíamos propor umareformulação. Os custos do jornal são gran-des e nosso caixa é pequeno.

Teremos que rever isto na assembléia daassociação durante o próximo encontro.

Tenho pensado num meio termo. A ediçãoimpressa enviada somente para assinantes.

Quem assinar terá o direito de receber

Querido Gilberto, recebi obelo e fagueiro Rumos 211!Vejo que estás fazendo dastripas coração. Como informa-vas que tinhas feito operação,acreditava que Rumos ficariaadiado. És um guerreiro bra-vo e competente. Estás ven-do e sofrendo quanto é con-traditório o nosso povo. Que-rem e elogiam o jornal por sair

Prezado Giba, recebi o seu e-mail, contendo, em anexo, o nosso sempre esperadoJornal Rumos. Muito obrigado pela remessa do nosso jornal e que ele continue a ser oelo de comunicação e união entre nós, Padres Casados e familiares. Vou ler com muitaatenção. Abraços,

Paulo Andriola.

Gil, como das outras vezes, quero lhe agradecer a gentileza do envio, li o seu editoriale os artigos. Trabalho na certeza de muitas mentes sábias.

Parabéns pelo vosso movimento e organização.Renato

Gracias Amigos de Brazil"¡Que lindo es el caminar de los que traen Buenas Noticias!". Rom 10, 14-15.Los curas casados cada dia somos mas y seremos mas… En Jesus y Maria

Mons. †Erman Colônia - arzobispo

Querido Gilberto GonzagaAtraves del grupo de padres casados recibi tus comentarios. Nosotras somos un mo-

vimiento de mujeres latinoamericanas por el sacerdocio, compartimos sus luchas y espe-ranzas de Uds.

BenedicionesDcna. FEBE .de la Iglesia de Cencreas (Rm 16,1) http://presbiterasypastor.galeon.com/

Estimados hermanos padres casados de Brazil, gracias por los envios de jornalRumos , son ilustradores. En Jesus y Maria

Mons. †Erman Colônia - ARZOBISPO

Agradecemos o Jornaleletrônico, parabenizamospelo trabalho de editar o jor-nal e cumprimentamos pelosucesso ao resolver o impas-se financeiro para esta edi-ção. O problema é crônico evem passando de gestão emgestão. Teoricamente se emcada Estado da Federaçãohouvesse 5 assinantes ha-veria recursos para editar ojornal a cada dois meses.Tentei esboçar esta solução,mas não consegui por atra-palhos de saúde e trabalho.Até hoje o esboço está namesa de trabalho.

O numero 211apresenta muitos temas quepoderiam servir como um

Muchas, muchas gracias por RUMOS!!! Todo mi afecto y amor a Uds. mis Hermanos enCristoque se animan a gritar su fe a pesar de conocer la "sordera canónica del Vaticano".

Padre Aguirre

O importante é despertartanta gente dispersa poresse Brasil afora.

Este é o problema da edi-ção eletrônica (uma desis-tência do jornal impresso).

Tem tudo lá e muito maisrápido. E ainda por cima é degraça. Não paga nada.

O jornal, assim, fica velho.A turma já leu na internet.

O problema é que muitosquerem e preferem a ediçãoimpressa.

Aqui para nós muito me-

lhor. Não gosto muito de lerna internet.

Embora, que quandochega o jornal na minha re-sidência só folheio, pois já litodo na internet.

O jornal impresso, tam-bém, é um documento. Porisso precisa ser mantido.

Precisamos discutir me-lhor este assunto. Mas, porenquanto, vamos continuarenviando as duas edições.A eletrônica e a impressa.

Felix

gancho para bons debates,que qualquer dia comento.No mais, obrigado e que o

ano paulino tenha sido pro-missor para vocês.

Armando e Altiva

também a edição impressa. Isto porque, nasemana passada, um colega nossa cance-lou o envio do jornal por "já ler na internet".

Outra coisa seria criar um novo produto.O jornal seria apenas versão eletrônica.

E teríamos, quem sabe, uma publicaçãoimpressa com artigos etc.

Apenas para a gente já ir pensando noassunto que, com certeza, vamos debatê-loem São Paulo.

Félix

Caro Gilberto, acabo de receber o Jornal Rumos.È claro que já li quasetodo.Parabéns pela eficácia e conteúdo. Na dinâmica da Labuta deves ter esque-cido de anotar nossa contribuição anual.

João Fachini

Querido pai.Adoramos o

jornal, material deprimeira linha

mesmo em todosos aspectos.

Um superbeijo grande. Sua

orgulhosa filhaMarilu

belo e ótimo, mas não põem amão no bolso. Sei, porque vivieste drama. Por isso, chegueia propor que ficássemos sócom a edição eletrônica.

Para seu conhecimento.No começo deste ano envieiminha contribuição de asso-ciado arredondando paraduzentos reais, com o intui-to de incentivar colegas,

ças nem expectativas de reconhecimentopor seus trabalhos.

Admiro muito o grupo do início ( Mauri-nho, Francisco, Levi e companheiros) e osgrandes passos que foram dados durante aadministração Schmitt / Felisberto [que via-java por boa parte do país], quando até aNunciatura respeitava os pedidos do MPC,mesmo não reconhecendo os direitos ine-rentes às ordens sacras de seus membros.

Admiro sua dedicação pessoal em fazercircular as informações entre os grupos queainda não se integraram à modernidade; adedicação do Tavares e a prestatividade ge-nerosa do Mário Palumbo, pois, não fosse osite oraetlabora, o MPC não teria a penetra-ção que tem na Igreja.

José Vicente

Mas isto não foi divulgadoe não sei se teria surtido al-gum efeito, caso fosse.

Você não tem se pergun-tado se nosso pessoal quermesmo o jornal? Pelo que melembre, levantei esta per-gunta em Recife, que ficouno ar. É o caso de perguntar:Quousque tandem?!

Sic Locutus est Vigolino.

Caro Gilberto, chegamos no dia 3 de Portugal, onde passamos os meses de junho ejulho, e foi com surpresa que deparamos com o último número de RUMOS. Que eficiên-cia a sua! Creio que já tem assegurada a candidatura a continuar com o jornal. Oxalá! Eupenso que ele continua a ser um elo importante entre nós e que devíamos fazer tudo paraque não desapareça. Um grande abraço e os nossos melhores votos.

Luís Guerreiro

mentários sobre a vida"eclesiástica".

Você já me enviou oJornal Rumos via correio.Já faz dias que o recebi.Grato por essa atenção.Sendo o Jornal um docu-mentário independente,

torna-se ótimo instrumen-to para levar aos católicosmensagem concreta e atu-alizada.

Já enviei trinta reais ain-da em fevereiro para pagarminha assinatura.Antônio Luiz Bianchhessi

Page 16: 2 EDITORIAL N - padrescasados.org … · 2 Jornal RUMOS Jornal RUMOS N avegar nas pági-nas da Internet, entrar no mundo da comunicação virtual, na rede mundial de computa-dores,

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Jornal RUMOS

Olá amigas, esposas, mães e filhasdos padres casados!

Janeiro de 2010 está chegando. E, comele, a data do nosso 18º encontro em Ribei-rão Preto.

Evidente que nós mulheres nos mobili-zaremos para comparecer, sobretudo porqueo tema do encontro será "A MULHER".

O tema é muito importante, e nossa par-ticipação será imprescindível.

Aproveito o espaço, como esposa e au-xiliar do Gilberto, editor do Jornal RUMOS,para convidar todas vocês, esposas de pa-dres casados e leitoras do jornal, a que an-gariem novos e muitos assinantes do jornalimpresso. E "fiscalizem" se seus maridosestão em dia com o pagamento da assinatu-ra anual. Pois há dezenas e dezenas de "es-quecidos"...

Muito grata. Espero ansiosamente encon-

"Um padre, colega meu,elaborou uma "Tabela dePreocupações", baseado-senos problemas que homense mulheres haviam lhe trazi-do durante os anos que ti-nha trabalhado naquela fun-ção. Concluiu que as preo-cupações se encaixavam nasseguintes categorias:

* Preocupações comcoisas que nunca aconte-ceram - 40%

* Preocupações com de-cisões tomadas no passadoe que não podem ser muda-das - 30%

* Preocupações com en-fermidades que nunca acon-teceram - 12%

* Preocupações comadultos, crianças e amigos(que eram capazes de tomarconta de si mesmos) - 10%

* Preocupações comproblemas verdadeiros - 8%

Os bispos do Mara-nhão, em geral,são amigos e fra-

ternos conosco. Sei quenos apreciam e que, se pu-dessem, gostariam de terpadres da nossa qualida-de intelectual, espiritual,moral e pastoral.

Nosso Arcebispo JoséBelisário, franciscano mi-neiro, quando a gente es-quece, lembra-nos da pizzacom nosso grupo na pizza-ria do colega padre casa-do Mario Cella, na praia.Sente-se feliz e muito àvontade com a gente, fala-nos dos projetos dele, àsvezes das angústias, bebeuns copos de vinho (queeu sempre levo...) com agente e volta para casa fe-liz, sem esquecer de nosdizer para não demorarmospara o próximo encontro.

Contratou um padre ca-sado, conhecido do Zé Vi-cente, que se formou no

DE MULHER PARA MULHERES

trá-las nos dias 13 a 17 do próximo janeiro.Aglésia Gonzaga

BISPOS DO MARANHÃORio e trabalhou em Minas,o Raimundo Bento Leite<[email protected]>,para a Assessoria de Comu-nicação. É jornalista e estátrabalhando na Assessoriade Comunicação da Arqui-diocese

Está havendo, a partirdos bispos encarregadosda formação dos seminaris-tas no Regional, a vontadede que nós participemos oudando aulas, quem se sen-tir capaz e com vontade, ouparticipando da equipe deformação.

Estamos a estudar a pro-posta: acho que Sofia vaiaceitar. Eu, acho que não,pois estou muito ocupadocom a comunicação dentrodo MPC. De outros, não sei:a idade vai chegando...Mas parece que uns dois outrês colegas vão aceitar daralgumas disciplinas. Destavez a iniciativa partiu delesmesmos, dos Bispos.

Estou com um pouco dereceio deste desafio, masvou falar com os colegas,uma meia dúzia pelo menos.

Sei que vários bispos emuitos padres e religiosaslêem meus escritos e apreci-am: vários imprimem e guar-dam. Outros usam para me-ditação e preparação da ho-milia. Estou a ficar um pou-co receoso... mas estou de-cidido a continuar asemear...quem sabe, até apartir para um blog.... Seráque vou ter coragem? Tu e oZé Vicente vão me ajudar....

Quanto à espiritualida-de do clero, salvo raras ex-ceções, acho que D. Jovia-no está cheio de razão: per-to de zero...

Está muito difícil en-contrar um padre diocesa-no cuja vida e atuaçãopastoral nos encha de ale-gria e nos faça vibrar comnossa Igreja.

João Tavares

Tabela de PreocupaçõesDe acordo com essa ta-

bela, 92% de todas as preo-cupações referem-se a situ-ações que não podemoscontrolar e que deveriam serdeixadas nas mãos de Deus.

A verdade é que a maio-ria de nossas ansiedadesestá enraizada na falta deconfiança em Deus.

Simplesmente não acre-ditamos que Ele é suficien-

temente grande e suficiente-mente capaz de cuidar denossos problemas, de nosdar o que desejamos e denos manter - e manter tam-bém as pessoas que amamos- longe dos perigos.

Quando conhecemos ver-dadeiramente a Deus, é fácilentendermos como nossaspreocupações são inúteis namaior parte do tempo! "